Buscar no Cruzeiro

Buscar

Saúde bucal

A ordem é reabilitar o sorriso e, de quebra, a alegria de viver

26 de Julho de 2023 às 23:01
Denise Rocha [email protected]
"Osso não sangra, nem dói, é uma cirurgia ‘limpa’, é indolor. O pós-operatório é tranquilo. Eu costumo dizer que a dor é a da picada da anestesia, depois disso é tudo muito tranquilo", afirma o profissional. (Crédito: DIVULGAÇÃO)

 

É preciso paciência e disposição para explicar sobre um procedimento complexo. Thiago Gimenes tem essas habilidades. Ele é especialista em Implantodontia e já caminha para a finalização de mais uma especialização, dessa vez, Ortodontia. O objetivo é agregar mais conhecimento, que será aplicado no consultório.

Segundo ele, o medo impede muitas pessoas de realizarem o sonho de colocar implantes dentários. “Têm muitos pacientes com condição financeira de colocar o implante, mas não fazem porque têm medo. Só que é preciso dizer, que, por exemplo, a colocação de um implante unitário é mais tranquila que a própria extração de um dente”, esclarece.

Quem ouve, logo fica curioso e quer saber o que leva a essa afirmação. O profissional explica que o procedimento consiste em um corte pequeno na gengiva, e, em seguida, se chega até a parte óssea. “Osso não sangra, nem dói, é uma cirurgia ‘limpa’, não tem grandes sangramentos, é indolor. O pós-operatório é tranquilo. Eu costumo dizer que a dor é a da picada da anestesia, depois disso é tudo muito tranquilo”, afirma.

Se antes, eram muitas dificuldades, após o procedimento é comum voltar a sorrir sem medo - AMELIA LOGAN POR PIXABY
Se antes, eram muitas dificuldades, após o procedimento é comum voltar a sorrir sem medo (crédito: AMELIA LOGAN POR PIXABY)

Como se percebe, o que muitas pessoas têm é o trauma com dentista ou medo de agulha. Só que escolher usar uma prótese removível, por medo, impede a pessoa de ter uma vida mais plena. Além disso, é impossível não levar em conta os avanços dos medicamentos e da tecnologia. Muita coisa mudou. “Hoje está mais fácil do que já foi um dia. Mudou muita coisa, da qualidade dos anestésicos até a qualidade dos materiais instrumentais, até no corte. Isso sem falar nos próprios implantes, com colocação mais rápida e fácil, diminuiu o número de próteses”, diz o dentista. O bom disso é que quanto mais rápido o procedimento, melhor para o paciente, já que a recuperação tende a ser mais rápida. “Eu vou em congresso todo ano e toda vez tem coisa nova, e isso é ótimo, torna o nosso trabalho melhor e facilita a vida do paciente”, comenta Thiago.

Recomeço

O resultado disso não poderia ser melhor. O implantodontista costuma ouvir belas histórias dos pacientes. Se antes eram muitas dificuldades, após o procedimento é comum eles compartilharem que voltaram a sorrir sem medo. “Muita gente tem vergonha, por melhor que seja a prótese, o paciente fica inseguro, ele sempre acha que pode cair. Por isso, após o implante as pessoas podem sorrir nas fotos, comer carne; alguns comemoram comendo torresmo, mas praticamente todos contam que também passaram a sentir mais o gosto dos alimentos”, conta. A transformação melhora o cotidiano e traz prazer até para as refeições.

Só que para alcançar esse resultado, no caso de quem precisa de um implante completo na boca, é preciso uma avaliação do estado de saúde e da condição óssea.

Para garantir a autoestima de volta, cada caso exige uma solução específica - ARMANDO ARE POR PIXABAY
Para garantir a autoestima de volta, cada caso exige uma solução específica (crédito: ARMANDO ARE POR PIXABAY)

“Quando você perde um dente, o osso começa a reabsorver já que para o seu organismo não serve mais para nada. Então, o que mantém o osso na boca é o dente, o fato de mastigar ajuda tanto na mandíbula quanto na maxila”, explica o profissional. É por isso que muitas vezes é mais fácil o procedimento na mandíbula, que possui maior quantidade óssea. Já na parte de cima, onde estão os seios da face, nem sempre é possível a colocação de uma prótese, por isso é necessário além de uma radiografia, uma tomografia que vai mostrar a espessura do osso.

Boa saúde

Todas as condições do paciente são levadas em consideração com o objetivo de garantir uma recuperação melhor. Thiago explica que se existirem problemas de coagulação, o risco de hemorragia é maior, já a deficiência de vitamina D interfere na parte óssea, por sua vez a diabetes também pode ter alguma influência na parte óssea, a hipertensão pode atrapalhar a cirurgia e problemas ósseos, como osteoporose, que podem atrapalhar na colocação da prótese. “Mas nenhuma condição é impeditiva, é preciso apenas investigar, às vezes até solicitar um acompanhamento médico para controle da situação e com isso aumentar a taxa de sucesso do procedimento”, diz. Ele ainda alerta que um paciente fumante também precisa estar atento, pois a cicatrização é mais difícil.

Cuidados para não perder o implante

Os motivos para a perda de um implante, unitário ou total, são os mesmos que levam a perder um dente. Seja morder algo muito duro, a falta de higienização, sangramentos na gengiva e outros problemas que fazem o implante amolecer. Mas uma prótese pode durar de 12 a 15 anos, com os cuidados que incluem boa higienização e retorno para acompanhamento.

A boa notícia para quem deseja realizar esse sonho é que hoje em dia as condições estão facilitadas. Além de parcelamento no cartão, existem muitas outras formas de pagamento que incluem até boleto e financiamento, além de valores mais acessíveis do que há dez anos.

Na maioria dos casos, existe solução para reabilitar o sorriso e a própria vida. Nunca é demais lembrar que a saúde começa pela boca. (Denise Rocha)


Informação que deve incomodar

Pode até existir uma certa normalidade em perder um dente. Mas não deveria. Exceto os dentes sisos - terceiros molares - que são os últimos a se formarem na boca; todos os dentes têm uma função estética ou funcional.

Uma pessoa sem dentes é uma pessoa mutilada, em função da perda. Infelizmente, o Brasil mesmo sendo um dos países com o maior número de dentistas do mundo, também é conhecido como um país de desdentados. Para se ter uma ideia um amplo estudo feito em 2018 foi divulgado pela Agência Brasil. Para o documento intitulado Percepções Latino-americanas sobre Perda de Dentes e Autoconfiança, feito pela Edelman Insights, foram ouvidos 600 latino-americanos, sendo 151 brasileiros. Segundo a pesquisa, a perda de dentes é o segundo fator que mais prejudica a qualidade de vida de pessoas entre 45 e 70 anos, o que para 32% dos entrevistados ainda impede um estilo de vida saudável e ativo. Um cruzamento de dados com as estatísticas do IBGE e Ibope permitiu mostrar que 39 milhões de pessoas usavam próteses. Uma em cada cinco com idades entre 25 e 44 anos; 16 milhões de brasileiros naquele momento viviam sem nenhum dente e 41,5% com mais de 60 anos tinham perdido todos.

Com qual idade?

O especialista orienta que, no caso de crianças e adolescentes que estão em fase de crescimento, é preciso esperar o tempo certo, que envolve a questão óssea. Pode parecer cedo, mas muitas vezes em função de um acidente, é necessário pensar em um implante já nessa faixa etária. Nesses casos, um implante provisório costuma ser a saída.

No caso de adultos não tem limite de idade. E nem sempre é necessário o implante em toda a boca, às vezes unitários ou múltiplos. “Nem sempre o número de dentes perdidos representa a quantidade que será colocada, cada caso é um e leva em conta a mastigação, estética e equilíbrio da mordida”, explica Thiago Gimenes.

Galeria

Confira a galeria de fotos