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Sorocaba

Ofebas oferece assistência psicológica às famílias enlutadas por meio do projeto Continuar a Viver

O objetivo da organização é oferecer acolhimento e permitir com que as famílias consigam reorganizar a vida após a perda do ente querido

08 de Abril de 2023 às 23:01
Thaís Marcolino [email protected]
(Crédito: DIVULGAÇÃO)

O luto é um processo totalmente individual. Cada pessoa tem a sua própria maneira de interpretar e lidar com o vazio deixado pela perda do ente querido. Enquanto alguns retornam ao trabalho como tentativa de ’esquecer’ o sentimento, por exemplo, outros ficam em casa mais recolhidos por um certo tempo.

Pensando no propósito de acolher e cuidar dos enlutados, a Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba (OFEBAS) oferece, através do Projeto Continuar a Viver, a assistência psicológica. O projeto tem como objetivo prestar apoio e assistência às famílias enlutadas em vulnerabilidade social.

"Por meio do projeto, as famílias têm a chance de se reorganizar e passar pelo momento da perda do ente querido de uma forma mais ’tranquila’... Com a psicóloga, as famílias conseguem vivenciar o luto para que possam reorganizar a vida e, assim, aprender a viver sem a pessoa amada. Porém, é importante lembrar que, com o legado deixado, o ente querido jamais será esquecido", explica Patrícia Peixoto, gerente geral da Ofebas.

Patrícia Peixoto, gerente geral da Ofebas - DIVULGAÇÃO
Patrícia Peixoto, gerente geral da Ofebas (crédito: DIVULGAÇÃO)

De acordo com a psicóloga Ana Laura Costa, que realiza os atendimentos na organização, no processo do luto é essencial nomear os sentimentos. ‘Estamos aqui para auxiliar a pessoa a se encontrar no meio de tudo aquilo que tem acontecido e assim estabelecer um novo caminho. Por mais que a pessoa não queira falar sobre os sentimentos, precise de um momento de recolhimento social, estamos aqui para acolher da forma como ela se sentir à vontade‘, ressalta.

Atenção aos sentimentos

Nos primeiros meses após a perda do ente querido é, de certa forma, comum ficar mais triste, mais isolado. Porém, quando o sentimento se estende, de maneira a ’atrapalhar’ o andamento da vida, é preciso ligar o alerta pois pode ser um caso de ’luto crônico’. E aí que entra a importância de vencer os tabus que existem acerca da terapia e do ato de pedir ajuda, e procurar um profissional adequado. Mas como fazer isso? Quais são os pontos de atenção?

Entre alguns sintomas que podem servir de alerta estão: alucinações com a pessoa que se foi; períodos de emoções muito fortes; desejo veemente de que a pessoa volte; negação; perda do interesse por atividades rotineiras; desânimo; solidão intensa; afastamento de tudo que traz à lembrança do ente querido; insônia, entre outros.

Para quem está do outro lado, ter um olhar empático também é de extrema importância. ‘Percebeu que a pessoa enlutada está em sofrimento profundo, ofereça acolhimento; fale que está disposto a ajudar no que precisar; mostre-se disponível a ter uma escuta atenta. Deste modo, o enlutado vai acabar recorrendo primeiramente a esse familiar ou a esse amigo que ganhou sua confiança. É importante quebrar o tabu sobre o processo de pedir e aceitar ajuda‘, complementa Ana.

Importante frisar que buscar ajuda e informações sobre o assunto não significa ’esquecer para sempre’ o ente querido que partiu. ‘Não quer dizer que você está anulando ou sendo egoísta por aquela perda. As pessoas merecem ser feliz novamente; merecem conseguir viver mesmo com a ausência do ente querido. O que vão fazer é honrar a memória do ente querido, a figura de amor, porque sempre vai existir a conexão. Então é apenas uma permissão de ser feliz novamente‘, finaliza Ana.

Cuidar de quem cuida

Um profissional que está lado a lado do enlutado é o agente funerário. Isso porque, além de preparar o ente querido e cuidar da cerimônia de despedida, por exemplo, ele carrega consigo a função de acolhimento.

Na Ofebas, hoje, 15 agentes funerários fazem parte da equipe. ‘Os agentes têm contato direto com os enlutados. E nós temos o dever de cuidar deles para que estejam preparados para cuidar dos familiares. A intenção é que tenham equilíbrio emocional e possam realmente acolher da melhor maneira possível quem nos procura‘, ressalta Patrícia Peixoto.

De tal maneira, os agentes funerários recebem a assistência psicológica. Para Ana, esses profissionais já nascem com o dom do acolhimento, com características mais humanas. Porém, como qualquer pessoa, também absorvem alguns sentimentos e precisam aliviá-los.

Ana Laura Costa, psicóloga - DIVULGAÇÃO
Ana Laura Costa, psicóloga (crédito: DIVULGAÇÃO)

‘Muitas vezes, a sociedade e até os familiares não estão preparados para acolhê-los e ouvi-los. E os sentimentos precisam ser ’compartilhados’, ’externados’. Então, aqui, estamos disponíveis para que possam se expressar, seja nas alegrias, seja na tristeza. A importância de ter esse serviço para o agente funerário é para que possam estabelecer um equilíbrio entre o profissional e o humano‘, finaliza a psicóloga da Ofebas, Ana Laura. Além dos agentes funerários, qualquer colaborador da Ofebas pode solicitar o atendimento psicológico.

Benefícios em vida

A Ofebas é uma organização sem fins lucrativos. Para quem é associado da organização, além de ter acesso à assistência funerária, também tem direito a benefícios em vida em diversos estabelecimentos parceiros (da área de saúde, educação, lazer, pet etc.) e a seguro de vida (incluindo assistência residencial e elétrica). Também são disponibilizadas locações de equipamentos a convalescentes, como bengalas, muletas, cadeira de rodas e de banho e camas hospitalares. Para conhecer mais sobre o clube de benefícios e seus parceiros, basta acessar o link clubededescontos.ofebas.org.br. (Thaís Marcolino)

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