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Agente funerário: uma profissão que envolve empatia, respeito e acolhimento

No mês de março é comemorado o dia do Agente Funerário, uma função que tem como missão acolher as famílias enlutadas

11 de Março de 2023 às 23:01
Thaís Marcolino [email protected]
(Crédito: DIVULGAÇÃO)

Um dos profissionais que está ao lado da família enlutada em um dos momentos mais difíceis da vida é o agente funerário. Além de preparar a cerimônia de despedida e cuidar do ente querido, eles oferecem o ombro na tentativa de dar ao outro o mínimo de conforto e acolhimento. Tal empatia, respeito e acolhimento são pontos primordiais para o exercício da função, que entram em consonância com o papel da Organização Funerária das Entidades Beneficentes e Assistenciais de Sorocaba (Ofebas) na sociedade.

Como forma de homenagem, os agentes funerários têm uma data específica no calendário: dia 17 de março. E, segundo a gerente geral da Ofebas, Patrícia Peixoto, para trabalhar no ramo é necessário ter ética, empatia e entender o importante papel que esses profissionais têm na vida de outras pessoas.

“Temos profissionais qualificados e que entendem o propósito de vida deles. Eles nasceram com uma função diferente dos outros e, quando compreendem isso, é emocionante de se ver o amor com o qual atendem os enlutados. É uma sensação de orgulho em saber que temos colaboradores tão comprometidos e que respeitam o outro”, pontua Patrícia.

A equipe de agentes funerários da organização é formada, atualmente, por 15 profissionais. Entre eles está a Sandra Suzana dos Santos Oliveira, de 50 anos. Para ela, é muito emocionante e gratificante quando uma família ao fim da cerimônia vem agradecê-la. “É uma profissão em que a gente aprende muito a respeitar o próximo. Diariamente exercemos a empatia, porque aprendemos a lidar com a dor de cada um, e a maneira como se expressam é particular. Nós procuramos dar o máximo de amparo possível”, conta.

A humanização da função é mais do que necessário, pois, assim como para qualquer pessoa, o luto não é algo fácil. “Ser agente funerário me tornou mais humana, porque percebemos que ninguém é melhor do que ninguém. Uma palavra de carinho e um abraço são atos singelos que fazem a diferença. Muitas vezes eu me abalo com as situações, mas eu preciso ser forte para acolher a pessoa que está passando por tudo aquilo”, diz Sandra.

Já para Alexandre Maia, também agente funerário da Ofebas, a profissão tem como base conduzir as memórias do ente querido. “Somos aqueles profissionais que precisam entender que estamos lidando com um amigo, mãe, pai, primo de alguém... É o amor da vida de quem fica”.

As dores da pandemia

Sandra Oliveira faz parte da equipe de 15 agentes funerários da Ofebas - DIVULGAÇÃO
Sandra Oliveira faz parte da equipe de 15 agentes funerários da Ofebas (crédito: DIVULGAÇÃO)

A pandemia de Covid-19 e as restrições impostas, também ao ramo funerário, fizeram com que milhares de famílias não conseguissem realizar cerimônias de despedida e prestar uma última homenagem ao ente querido. Tal situação fez do agente funerário uma pessoa ainda mais forte. “Foi uma época em que mais presenciamos a solidão e a dor das famílias em não poderem ver seus entes queridos pela última vez. Vivemos situações complicadas, em que nos colocávamos ainda mais no lugar do outro”, finaliza Sandra Oliveira.

O ato de velar um ente querido faz parte da cerimônia de despedida, e é dela o ponto de partida para a elaboração da perda de um familiar ou amigo. Falar as últimas palavras, ver, tocar, é muito importante para que a perda e, consequentemente, a separação se mostre real. Além disso, é ali onde os enlutados podem expressar a sua dor e se despedir.

“A cerimônia tem como objetivo, do ponto de vista psicológico, marcar aquele acontecimento, trazer a consciência do familiar ou amigo que sofre uma perda sobre um novo modo de viver. Estudos revelam que essa vivência proporciona uma reinserção social mais descomplicada e uma vivência de luto ’mais saudável’, evitando um possível processo de luto crônico, onde pode haver sofrimento intenso prolongado ou pensamentos recorrentes sobre a pessoa que se foi”, analisa a psicóloga da Ofebas, Ana Laura Costa.

Cerimônias de despedida

A Ofebas oferece várias formas de homenagem ao ente querido, como chuva de pétalas, velório on-line, música ambiente, leitura de carta, entre outros serviços. Entretanto, o agente funerário, para a realização das cerimônias, também pode adotar pequenos detalhes que fazem a diferença para os familiares.

Alexandre Maia diz que a profissão exige sensibilidade e empatia - DIVULGAÇÃO
Alexandre Maia diz que a profissão exige sensibilidade e empatia (crédito: DIVULGAÇÃO)

“Uma história que me marcou foi quando houve um falecimento em casa. Quando fomos buscar o ente querido, eu perguntei se a mãe tinha um perfume característico. O filho disse que sim e me deu. Usamos esse perfume para a cerimônia de despedida e aquilo, por mais simples que tenha sido, fez uma diferença gigantesca, porque resgatou a memória afetiva daquelas pessoas”, relembra Alexandre Maia.

E são realmente pequenos detalhes que fazem a diferença, segundo o profissional. “Os familiares podem solicitar a leitura de uma carta homenagem tanto com base em modelos que oferecemos quanto elaborados por eles mesmos. Mas há outros gestos simples que marcam. É um passo a passo de muito cuidado e respeito, como a dobra do véu, o tom de voz, a postura que adotamos...”, finaliza Maia.

Sobre a Ofebas

A Ofebas é uma organização sem fins lucrativos. Além dos serviços funerários 24 horas, oferece planos de assistência familiar, com benefícios em vida, como descontos em consultas médicas, áreas de lazer, educação, pet e muito mais. Associados têm acesso ao Clube de Descontos, uma plataforma on-line que reúne parceiros locais e nacionais com descontos que podem chegar a 60%. Para saber mais, entre em contato pelo telefone (15) 3331-7010, pelo WhatsApp (15) 99849-2146 ou acesse www.ofebas.org.br. (Thaís Marcolino)

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