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Araçoiaba da Serra, o ‘esconderijo do sol’, completa 165 anos

Município conhecido também por sua natureza exuberante é o berço da siderurgia no Brasil

10 de Abril de 2022 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
O nome ‘esconderijo do sol’ é referência ao Morro de Ipanema
O nome ‘esconderijo do sol’ é referência ao Morro de Ipanema (Crédito: Divulgação)


A semente da fé e da verdade deu origem a Araçoiaba da Serra, um dos mais belos frutos do interior do Estado de São Paulo. Os 165 anos de história da cidade, completados no último dia 7, são marcados por uma trajetória honrosa e dedicada à população. Como um verdadeiro refúgio de paz, o município faz jus ao nome que carrega. Na extinta língua tupiniquim, Araçoiaba significa “esconderijo do sol”, que faz referência ao morro da Floresta Nacional de Ipanema (Flona).

Foi por volta de 1589 que teve início a história de Araçoiaba da Serra com atividades exploratórias de bandeirantes nas margens do ribeirão Ipanema. Eles estavam em busca de ouro, mas outro metal chamou atenção. Afonso Sardinha, que liderava o grupo, encontrou grande quantidade de ferro na região.

A oportunidade de crescimento não passou desapercebida e os mineradores construíram um forno na margem do ribeirão para explorar as jazidas da melhor forma possível para a época. A partir daí, formaram-se bases para o surgimento de uma das primeiras fábricas de beneficiamento de ferro do País, que viria a ser a Real Fábrica de Ferro São João de Ipanema, em 1814.

A melhor fase da fábrica foi no século 17, quando passou a ser propriedade de Dom Francisco de Souza, administrador das minas do Brasil e governador das Capitanias do Sul. Nesta época, o “esconderijo do sol” ganhou bastante importância e começou a ser povoado. A maré de sorte, no entanto, não durou muito tempo.

Algum tempo depois a fábrica foi abandonada e o vilarejo entrou em decadência. Mas, como não há mal que dure para sempre, os indícios de bonança chegaram no fim do mesmo século. João Manso Pereira teve a ideia de enviar amostras dos produtos minerais extraídos do morro de Araçoiaba ao soberano português, que providenciou, então, a construção de uma nova fábrica.

Com a nova tarefa surgiu a demanda por contratações de engenheiros da Prússia -- antigo Estado da Alemanha. Entre eles, Frederico Luiz Varhagem. Diante da importância das atividades desenvolvidas pela nova unidade fabril, foi criada, em 19 de agosto de 1817, a capela da Fábrica Ipanema, por meio de um alvará de Dom João VI.

O projeto, entretanto, incomodou os moradores, que foram proibidos de cortar madeiras e construir casas no terreno da fábrica. Os habitantes, então, solicitaram que a sede da paróquia fosse mudada para outro local. Assim foi criada, em 20 de fevereiro de 1821, a freguesia do município de Sorocaba, no então bairro Campo Largo, um antigo pouso de tropeiros.

A formação da freguesia foi resultado de um acordo feito entre o padre Gaspar Antonio Malheiros e o alferes Bernardino José de Barros, que decidiram o local de funcionamento da nova paróquia. A decisão lhes rendeu o título de fundadores de Araçoiaba da Serra.

O povoado passou, desde então, a se desenvolver naturalmente e se, em 7 de abril de 1857, foi fundado Campo Largo de Sorocaba. Em 30 de novembro de 1938, a denominação foi reduzida para Campo Largo. Contudo, após exatos seis anos, em 1944, a cidade recebeu o nome de Araçoiaba da Serra, pelo qual é conhecido atualmente. (Wilma Antunes)

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