Desmanche do Fox Sports é gol contra o jornalismo esportivo
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Flávio Ricco, com colaboração de José Carlos Nery
Na última segunda-feira, em um novo e doloroso capítulo, foi anunciada a demissão de todo o comando do canal Fox Sports. A decisão do Cade, ao aprovar a fusão com a ESPN, conclui-se, não foi respeitada e nem é fiscalizada.
Diante de uma situação colocada como insustentável para venda, a promessa da Disney em manter o canal e os empregos ficou só no papel. Na prática, o que acontece, é tudo diferente. A programação já foi sensivelmente enfraquecida e os postos de trabalho seguem em contínuo fechamento.
Curioso observar que as decisões, todas, chegam de fora, da Argentina, onde a cabeça do grupo também vem encontrando enormes dificuldades. Fox Sports e ESPN sempre se saíram muito bem aqui, enquanto tiveram as suas decisões tomadas por mãos brasileiras.
No sentido inverso ao enfraquecimento desses canais, milhões são investidos no Disney Plus. Diante de tudo, são enormes os prejuízos profissionais e mercadológicos para toda a cadeia produtiva do jornalismo esportivo.
Debandada
De uma forma ou de outra, tanto Fox como ESPN podem perder valores importantes da sua programação nos próximos tempos. Muitos não irão concordar com a cláusula de exclusividade imposta pela Disney nas renovações de contrato e devem sair.
Por outro lado
No jogo Flamengo e Racing, disputado na noite desta terça-feira, o que levou a direção do Fox Sports a mandar narrador e comentarista para o Maracanã? Qual a necessidade, num momento como esses, de expor não só os dois, mas toda uma equipe a riscos desnecessários?
Vale lembrar
Desde que o futebol voltou a ser jogado, todas as TVs têm limitado apenas aos repórteres a ida aos estádios. Narrador e comentarista no estúdio. A Fox quis inventar e correr riscos.
Direitos
A Global Sports Rights Management (GSRM) anunciou nesta quarta-feira um acordo de distribuição do campeonato brasileiro, séries A e B, com a empresa Flow Sports por três temporadas, de 2020 a 2022. Os jogos, agora, serão acompanhados por 28 territórios do Caribe tanto por canais de tevê a cabo como pela plataforma de streaming da Flow Sports, principal marca esportiva da região. Agora já são mais de 110 países recebendo o sinal.