Turismo cai no Carnaval, mas praias ficam cheias
Ponto tradicional dos blocos de Carnaval em São Paulo, o Largo da Batata estava vazio ontem. Crédito da foto: Ronaldo Silva / Estadão Conteúdo
Mesmo com o cancelamento do ponto facultativo de Carnaval no Estado de São Paulo e a adoção de regras para banhistas e comerciantes para conter a pandemia, as praias do litoral paulista registraram grande movimento neste sábado (13). As do Guarujá, por exemplo, estiveram cheias mesmo com o tempo nublado.
O movimento, no entanto, é menor do que no ano passado. De acordo com a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, cerca de 151 mil carros viajaram em direção ao litoral desde quinta-feira. Em 2020, o número foi de 360 mil veículos no período.
Para conter a transmissão do novo coronavírus, Santos, Guarujá e São Vicente montaram barreiras sanitárias nos principais acessos. Santos informou que duas vans de turismo foram barradas na entrada da cidade, na Avenida Martins Fontes.
Na Praia da Enseada, uma das mais movimentadas do Guarujá, o analista de Sistemas Diego Ribeiro, de 34 anos, decidiu manter a viagem com a família decidida no início do ano, pois a empresa em que trabalha, do setor de alimentação, só vai retomar as atividades na quarta-feira. Também ajudou o desconto de 30% oferecido pelo hotel à beira-mar. “Sem desfiles de blocos ou escolas de samba, a única diversão é viajar”, diz.
Do outro lado do balcão, o cancelamento do carnaval frustrou os comerciantes. Com uma caixa de isopor ainda cheia de batidas naturais no início da tarde na Praia de Pitangueiras, a ambulante Tamires Barbosa, de 40 anos, apostava no Carnaval para equilibrar a renda enquanto aguarda a definição do pagamento das novas parcelas do auxílio emergencial. Divorciada, foi com esse dinheiro que ela equilibrou o sustento dos filhos de 2 e 4 anos. “A gente que depende do trabalho informal está sofrendo muito na pandemia. Sem carnaval, a luta vai continuar, não sei de que jeito.”
Todas as praias estão liberadas, com restrições. E cada cidade determina suas regras. Em Santos, vale a proibição do uso de guarda-sóis, esteiras, tendas e barracas por banhistas. Só são permitidos esportes individuais, com uso da máscara facial. Já a prefeitura de Mongaguá orienta os veranistas a utilizarem as praias apenas para atividade física. Em São Vicente, a Secretaria de Trânsito e Transportes já orienta os motoristas sobre as medidas necessárias. (Gonçalo Junior - Estadão Conteúdo)