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Supercomputador virtual pesquisa tratamentos

29 de Março de 2020 às 00:01

Supercomputador virtual pesquisa tratamentos Crédito da foto: pxhere

Dezenas de milhares de jogadores, “mineradores” de bitcoin e empresas estão participando de um esforço sem precedentes para reunir recursos de computação para acelerar a busca por tratamentos para o novo coronavírus.

“É um remédio fantástico contra o sentimento de desamparo que temos no momento”, diz com entusiasmo Pedro Valadas, advogado de Portugal que coordena uma comunidade on-line de 24 mil fãs de computador e videogame que colaboram com a causa.

O projeto Folding@Home, organizado por biólogos da computação, conecta milhares de máquinas entre si para criar um supercomputador virtual. É considerado o computador mais poderoso do mundo, capaz de executar bilhões de cálculos por segundo, o que deve ajudar a entender a estrutura do vírus.

Mais de 400 mil pessoas já baixaram o aplicativo para compartilhar dados e recursos de informática nas últimas semanas, de acordo com Greg Bowman, professor de bioquímica e biofísica molecular da Washington University em San Luis, nos Estados Unidos, onde o projeto é centralizado. “Muitos de nós sofremos ou vimos pessoas próximas sofrerem. O fato de que em casa, com o seu computador, você pode fazer algo para ajudar a combater a doença, para o bem comum, é realmente motivador”, diz Valadas.

O projeto nasceu na Universidade de Stanford, no Vale do Silício, há 20 anos. Consiste em reunir recursos de computação em computador para realizar simulações em larga escala de doenças e, especificamente, no processo de “dobragem de proteínas”, que afeta a mortalidade de certos patógenos. “As simulações nos permitem observar como cada átomo evolui”, diz Bowman.

Os pesquisadores querem encontrar algumas espécies de “bolsas” no vírus, onde moléculas terapêuticas podem ser inseridas para desarmá-lo. (AFP)