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Serrana já vacinou 97% da população

31 de Março de 2021 às 00:01

Serrana já vacinou 97% da população Crédito da foto: Divulgação

A vacinação em massa da população de Serrana, no interior de São Paulo, contra a Covid-19, entra na fase final nesta semana com a aplicação da segunda dose em dois grupos que ainda não foram imunizados. Até a última segunda-feira (29), dos 28.380 moradores que aderiram ao projeto, 27.710, ou 97,6%, já receberam a dose inicial. Destes, 12.669 (44,6%) que integram os grupos verde e amarelo tiveram também a segunda aplicação da vacina Coronavac. Até o dia 11 de abril, serão vacinados com a segunda dose os grupos cinza e azul, encerrando a vacinação.

O projeto, desenvolvido pelo Instituto Butantan, é inédito no País e vai avaliar a eficiência da vacinação quando aplicada em massa na população. Por enquanto, já se sabe que o índice de transmissão do vírus na cidade teve redução de 40% após o início do projeto, mas ainda não é possível afirmar se foi resultado da vacinação. “A taxa de positividade era de quase 50% e hoje está em 30%, mas os dados são preliminares e pode haver influência de outros fatores. Acompanhamos os valores desde setembro e essa oscilação já aconteceu em outras ocasiões”, disse a médica infectologista Natasha Nicos Ferreira, pesquisadora do projeto.

Conforme Natasha, que é médica do Hospital Estadual de Serrana, parceiro do projeto, a imunização deve ser concluída em duas semanas, porém são necessárias mais duas semanas para começar a avaliação dos resultados. “Como os primeiros vacinados já receberam as duas doses, é possível que tenhamos alguns resultados na primeira semana de maio. É o que esperamos”, disse

Segundo ela, o Projeto S, como denominou o Butantã, corresponde à fase 4 dos testes da Coronavac no Brasil. “A vacina já tem comprovação de eficácia, mas é preciso ver como ela funciona em nível populacional, quanto vai cair a taxa de positividade, de casos graves, de internação e óbitos.”

Estudos clínicos mostraram que a Coronavac tem taxa de eficácia de 50,38%. Os pesquisadores envolvidos com o projeto querem saber se essa eficácia é mantida, ampliada ou reduzida quando o imunizante é aplicado em uma população inteira.

Após vacinar todo o público alvo, eles ainda precisam esperar até 20 dias, o tempo de resposta do organismo aos anticorpos gerados pelo imunizante. A cidade, de 45.844 habitantes, fica vizinha a Ribeirão Preto e foi escolhida para o projeto por ter um grande fluxo intermunicipal de pessoas, além de possuir um hospital estadual ligado à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP). (Estadão Conteúdo)