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Retrospectiva 2019: Reforma da Previdência, polêmicas e acidentes

31 de Dezembro de 2019 às 00:01
Eric Mantuan [email protected]

Retrospectiva 2019: Reforma da Previdência, polêmicas e acidentes trágicos marcam o ano no País 12 de novembro - Congresso Nacional promulga a Reforma da Previdência. Crédito da foto: Arquivo / Agência Brasil

As grandes tragédias de Brumadinho, em Minas Gerais, com mais de 250 mortes, e do incêndio no CT Ninho do Urubu, do Flamengo, no RJ, farão de 2019 um ano difícil de ser esquecido. Seus 12 meses também representaram perdas para a televisão, a música e o jornalismo. Na Política, o primeiro ano dos governos eleitos em 2018 foi marcado por polêmicas em Brasília e pela aprovação da Reforma da Previdência. Confira os fatos mais importantes de 2019 no País e no mundo:

BOLSONARO E DORIA - Os novos chefes do Executivo estadual e federal eleitos nos pleitos de 2018 foram empossados em 1º de janeiro de 2019. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), chegou ao Palácio dos Bandeirantes falando em afastar “a velha política, das mordomias, do cabide de empregos, da troca de favores e do desperdício do dinheiro público”. Em Brasília, Jair Bolsonaro (PSL) foi empossado pelo Congresso Nacional com a promessa de fazer reformas estruturantes e criar um círculo virtuoso de confiança na economia para “reconstruir o País”.

Retrospectiva 2019: Reforma da Previdência, polêmicas e acidentes trágicos marcam o ano no País 1º de janeiro - Jair Bolsonaro assume a Presidência da República prometendo “reconstruir o País”. Crédito da foto: Arquivo / Agência Brasil

VERDE E ROSA - Ao assumir o cargo de ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos no dia 2 de janeiro, a advogada e pastora evangélica Damares Alves dividiu setores da sociedade ao declarar que o Brasil entrava em “nova era” em que “menino veste azul e menina veste rosa”. Sua fala foi criticada pela comunidade GLBT e elogiada por conservadores.

BRUMADINHO - A tragédia do rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro, que deixou 252 mortos e 18 desaparecidos, foi um prenúncio do ano difícil que se revelaria 2019. A barragem de rejeitos da mineradora Vale estava localizada no Córrego do Feijão, a 65 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O ocorrido deu-se três anos após o rompimento da barragem de rejeitos de Fundão, na cidade de Mariana, também em MG. O Brasil aparece no topo da lista de tragédias do gênero, liderando o número de mortes em todo o mundo.

Retrospectiva 2019: Reforma da Previdência, polêmicas e acidentes trágicos marcam o ano no País 25 de janeiro - Barragem de Brumadinho rompe, deixando 252 mortos e 18 desaparecidos. Crédito da foto: Douglas Magno / Arquivo AFP

INCÊNDIO EM CT - Os sonhos de dez garotos da equipe de base do Flamengo foram interrompidos na madrugada de 8 de fevereiro, quando um incêndio no sistema de ar-condicionado destruiu parte do alojamento do clube, no Rio de Janeiro. Além dos dez mortos, três jovens ficaram feridos. Todos tinham idades entre 14 e 16 anos. A investigação apontou que o fogo começou no sistema de ar-condicionado.

JOÃO GILBERTO - Considerado o pai da bossa-nova, o músico João Gilberto morreu no dia 6 de julho, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Seu LP “Chega de Saudade”, de 1959, iniciou uma revolução na música mundial ao reunir samba, jazz e violão em uma nova batida musical. Outras perdas registradas em 2019 foram do jornalista Ricardo Boechat (11 de fevereiro), Beth Carvalho (30 de abril), Grabirl Diniz (27 de maio), Paulo Henrique Amorim (10 de julho) e Gugu Liberato (22 de novembro.

Retrospectiva 2019: Reforma da Previdência, polêmicas e acidentes trágicos marcam o ano no País 6 de julho - Morre João Gilberto, aos 88 anos, considerado o pai da bossa-nova. Crédito da foto: Arquivo / Agência Brasil

AMAZÔNIA - O mundo voltou seus olhos para a Amazônia brasileira em 2019. A maior floresta tropical do mundo registrou um aumento de 196% dos focos de incêndio em relação ao mesmo período no ano anterior, de acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os incêndios tiveram seu ápice durante o mês de agosto, principalmente no Pará, Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas, Rondônia e Tocantins.

Retrospectiva 2019: Reforma da Previdência, polêmicas e acidentes trágicos marcam o ano no País Agosto - Incêndios na Amazônia aumentam 196% e chamam a atenção do mundo. Crédito da foto: Aniel Beltrá / Greenpeace

MACRON - O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e da França, Emmanuel Macron, trocaram críticas e acusações públicas durante o mês de agosto, no auge das queimadas na Amazônia. A crise diplomática teve início no dia 22 daquele mês, com uma postagem do líder francês no Twitter sobre o assunto -- a qual foi rebatida por Bolsonaro, que a classificou como sensacionalista. Na sequência, o deputado e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se referiram a Macron como “idiota” e “cretino” em postagens na mesma rede social. Houve, ainda, uma comparação entre as primeiras-damas brasileira e francesa, considerada desrespeitosa por Macron.

PETRÓLEO - Um mistério paira sobre o litoral brasileiro desde o mês de setembro, quando pontos da costa começaram a ser atingidos por manchas de óleo. Mais de três meses depois, a origem da contaminação em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe ainda é desconhecida. Quase mil comunidades foram afetadas. Para a Petrobras, o óleo recolhido nas praias tem características ao produzido na Venezuela, enquanto a Polícia Federal aponta um navio grego como suspeito pelo derramamento.

BOLSONARO X DORIA - O anúncio de um investimento de R$ 1 bilhão da Toyota na sua planta em Sorocaba. no dia 20 de setembro, foi o primeiro capítulo de uma troca de farpas que azedou a relação entre o governador João Doria e o presidente Jair Bolsonaro. Primeiro, Bolsonaro reclamou, pelo Twitter, de não ter sido citado na ocasião. Em resposta, Doria sugeriu que o presidente “trabalhe mais e tuíte menos”. Em 24 de setembro, Bolsonaro discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) com ataques ao socialismo -- cuja fala foi classificada pelo governador como “inadequada”.

TRAGÉDIA EM FORTALEZA - Nove pessoas morreram e sete ficaram feridas no desabamento do Edifício Andréa, no dia 15 de outubro, na região central de Fortaleza, no Ceará. O prédio era antigo, apresentava problemas estruturais e passava por reforma. No dia do acidente, vídeos gravados por moradores denunciando as condições do prédio e inclusive as práticas ilegais das obras começaram a ser divulgados pela imprensa.

PSL - O mês de outubro viu explodir a crise política entre o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do seu partido, o PSL. O mal-estar havia se iniciado em fevereiro, com a exoneração do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e teve seu auge em 17 de outubro. Após o grupo de Bolsonaro se movimentar para isolar o presidente da legenda, Luciano Bivar, teve início uma guerra declarada com a divulgação de áudios, ameaças e retaliações. Em 12 de novembro, Bolsonaro anunciou que um novo partido, chamado Aliança pelo Brasil, deverá ser criado em 2020, no período de janela partidária, para reunir dissidentes do PSL.

EMBAIXADOR - Cogitado para ocupar o cargo de embaixador brasileiro em Washington, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) desistiu da indicação em 22 de outubro, durante a crise no partido, com a justificativa de permanecer no País para defender a pauta conservadora e o governo do pai. Ele também não conseguiu apoios suficientes no Senado para ser aprovado para o cargo.

SEGUNDA INSTÂNCIA - Por 6 votos a 5, com voto de desempate dado pelo presidente Dias Toffoli, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a possibilidade de prisão em segunda instância no dia 7 de novembro. A medida foi um dos pilares da Operação Lava Jato. Em um julgamento que se estendeu por quatro dias e cinco sessões plenárias, a Corte entendeu que um condenado tem o direito de aguardar em liberdade a decisão definitiva da Justiça até o fim de todos os recursos.

LULA SOLTO - O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deixou a cela especial da Polícia Federal em Curitiba na tarde do dia 8 de novembro, pouco depois de ter alvará de soltura expedido pelo juiz da 12ª Vara Federal. A decisão deu-se menos de 24 horas depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar inconstitucional a prisão em segunda instância. Lula estava preso desde 7 de abril de 2018, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA - O Congresso Nacional promulgou no dia 12 de novembro a Reforma da Previdência, quase nove meses depois da proposta do Governo Federal chegar ao Legislativo. O texto-base passou pelo Senado em dois turnos em 6 e 22 de outubro, após aprovação pela Câmara em 12 de julho e 7 de agosto. As mudanças não afetam quem já está aposentado ou já reuniu os requisitos para fazê-lo, mas impõe regras de transição para quem está no mercado de trabalho, com idade mínima de 62 anos para mulheres e de 65 para homens, e aumentando o tempo mínimo de contribuição, tanto na iniciativa privada quanto para servidores.

FLAMENGO - Os últimos dias de novembro foram especiais para a torcida do Flamengo, que comemorou o título da Libertadores sobre o River Plate no dia 23, em decisão disputada em Lima, no Peru, e no dia seguinte faturou o Campeonato Brasileiro sem precisar entrar em campo -- graças a uma derrota do Palmeiras. Tal feito só havia sido alcançado em 1962 e 1963 pelo Santos de Pelé. A festa rubro-negra só não foi maior em 2019 porque a equipe perdeu a final do Mundial de Clubes para o Liverpool, no Catar, em 21 de dezembro.

Retrospectiva 2019: Reforma da Previdência, polêmicas e acidentes trágicos marcam o ano no País 23 de novembro - Flamengo conquista o título da Libertadores da América. Crédito da foto: Arquivo / flamengo.com.br

TRUMP - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofreu impeachment pela Câmara dos Deputados no dia 18 de dezembro. A Casa entendeu serem procedentes as acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso. Há suspeitas de que Trump tenha usado seu cargo para pressionar o governo da Ucrânia a produzir provas contra um rival seu e de proibir o depoimento na Câmara de pessoas ligadas a ele. Terceiro presidente na história dos EUA a sofrer um impeachment, ele continuará no cargo até o julgamento no Senado, previsto para janeiro.

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