Reforma administrativa está 'madura', diz Jair Bolsonaro
De acordo com Bolsonaro, nada adianta o governo enviar a matéria e depois ter que pedir modificações no texto aos parlamentares. Crédito da foto: Carolina Antunes/PR
O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (20) que a reforma administrativa está "madura", embora ainda não esteja pronta. Ele também defendeu o atraso no envio da proposta ao Congresso.
Segundo Bolsonaro, de nada adianta o governo enviar a matéria e depois ter que pedir modificações no texto aos parlamentares.
Antes, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que Bolsonaro "está dando uma olhada na reforma administrativa" e que o governo vai fazer "umas mexidas (no texto) que são corretas".
Guedes também disse que é "normal" Bolsonaro pedir modificações em trechos que não considera corretos. O ministro citou como exemplo a possível exigência de que os funcionários públicos não tenham filiação partidária.
Divergências
Guedes destacou que as reformas "têm várias dimensões" e que a classe política também está convidada para entrar nas discussões sobre pacto federativo. "Façamos as reformas e aí teremos 100% do orçamento para discutir e construir juntos", declarou.
Esta semana, ao reclamar da suposta "chantagem" que o presidente Jair Bolsonaro sofre do Parlamento, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, acabou expondo o descontentamento de deputados e senadores com Guedes.
Na avaliação da cúpula do Congresso, Heleno e Guedes são hoje os novos integrantes da "ala ideológica" do governo e insuflam Bolsonaro contra os parlamentares.
"Esse empurra-empurra (entre governo e Congresso sobre o orçamento) é normal", minimizou Guedes.
Em linha de raciocínio semelhante ao que diz Heleno, Guedes falou que se o orçamento impositivo for grande demais, fica parecendo que o País está em um "parlamentarismo branco", mas que o outro extremo também não é satisfatório para o Congresso.
Guedes afirmou, ainda, que é preciso respeitar quem ganhou a eleição. "Espera três anos e tenta de volta", declarou. (Estadão Conteúdo)