Buscar no Cruzeiro

Buscar

Cozinheiro maníaco sexual pode ter cometido mais de 10 crimes

28 de Agosto de 2019 às 23:09

O cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, de 41 anos, pode ser o autor de pelo menos 10 crimes sexuais registrados ao redor de Brasília Cozinheiro Marinésio, de 41 anos, pode ser autor de pelo menos 10 crimes sexuais registrados ao redor de Brasília. Crédito da foto: Reprod. / Instagram PCDF

 

O cozinheiro acusado de matar a advogada Letícia Curado Melo é apontado pela Polícia brasiliense como possível assassino em série. Conforme os investigadores, a vítima era funcionária do Ministério da Educação (MEC) e tinha 26 anos. O crime ocorreu no último dia 23.

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal, Marinésio dos Santos Olinto, é suspeito de pelo menos 10 crimes sexuais. O cozinheiro de 41 anos e é apontado como autor de casos registrados ao redor de Brasília. Além da morte de Letícia, ele já teria confessado, conforme os investigadores, um estupro seguido de assassinato. Neste caso, a vítima foi identificada como Genir Pereira de Sousa, uma empregada doméstica de 47 anos.

[irp posts="156079" ]

 

O cozinheiro Marinésio é suspeito, conforme os investigadores, de ter matado uma terceira mulher. Além disso, outras nove mulheres também os acusam de crimes sexuais.

Tentou estuprar duas irmãs

Após a prisão, Marinésio foi acusado de tentativa de estupro por duas irmãs, de 18 e 21 anos. Conforme a Polícia, na noite do último sábado (24) elas saíram de uma festa em Planaltina e foram abordadas pelo cozinheiro. Na ocasião, ele teria se apresentado como motorista de transporte alternativo.

As vítimas contaram à polícia que, primeiro, ele passou a mão nas pernas de uma delas, que estava no banco da frente. Em seguida, ele teria parado o carro. No entanto, uma das irmãs usou uma panela de preparar algodão doce que estava no banco de trás para se defender. Posteriormente, as duas conseguiram fugir.

Vítima pula de carro em movimento

No último dia 11, uma jovem de 23 anos teria sido ameaçada pelo motorista. Conforme o depoimento, a ocorrência se deu após a moça pegar um transporte "pirata" no Terminal Rodoviária de Planaltina. De acordo com relato da vítima, o suspeito teria tentado estuprá-la. A jovem pulou do carro em movimento. Ela reconheceu Marinésio por uma foto, após a divulgação da prisão dele e da morte de Letícia.

Uma adolescente de 17 anos também procurou a polícia para contar que reconheceu o cozinheiro como o homem que a estuprou em abril último. Conforme o relato, a garota seguia para um ponto de ônibus, após as aulas, em Paranoá, quando foi abordada pelo suspeito. Com uma faca, ele teria obrigado a jovem a entrar em um carro e a violentou. Marinésio ainda tentou estrangular a garota. Porém, o boletim de ocorrência do estupro só foi registrado em julho.

Sequestro em Sobradinho

A advogada Letícia Sousa Curado Melo, de 26 anos, funcionária do Ministério da Educação (MEC) foi morta pelo cozinheiro no dia 23 de agosto A advogada Letícia, de 26 anos, funcionária do MEC teria sido morta pelo cozinheiro no dia 23 de agosto. Crédito da foto: Reprodução / Instagram PCDF

 

Marinésio também é investigado como possível sequestrador da doméstica Gisvania Pereira dos Santos, de 33 anos. Ela desapareceu em 6 de outubro do ano passado, em Sobradinho, região administrativa do Distrito Federal. Uma irmã dela procurou a polícia depois de ver o noticiário sobre os crimes do cozinheiro. A câmera de um posto de gasolina flagrou quando o motorista de um carro branco insistiu para que ela entrasse no veículo. no entanto, a mulher nunca mais foi vista.

Homem supostamente pacato

No bairro em que morava com a mulher e uma filha de 16 anos, no Vale do Amanhecer, em Planaltina, o cozinheiro era considerado um homem pacato. De acordo com os moradores mais antigos, no entanto, há dez anos ele teria tentado estuprar uma vizinha, para quem deu carona. Desde a prisão, a casa está fechada. Sentindo-se ameaçadas, a mulher e a filha se mudaram.

Nesta quarta-feira (28) a Polícia Civil pediu que mulheres ou familiares de possíveis vítimas do maníaco sexual procurem registrem boletim de ocorrência. Conforme o órgão, será garantida toda privacidade. De acordo com o delegado Veluziano de Castro, que investiga a morte de Letícia, casos de ataques contra mulheres sem autoria conhecida estão sendo revistos. "Estamos revendo inquéritos de 2014 e 2015 que estavam em vias de arquivamento por falta de indícios dos suspeitos", disse.

Carona é padrão de ataque

Conforme o delegado, o cozinheiro teria um padrão de agir, atraindo vítimas que estão à procura de transporte. Foi o que teria acontecido no caso de Genir e no mais recente, que culminou com a morte de Letícia. As duas foram mortas por asfixia, após terem aceitado a "carona" oferecida pelo suspeito. De acordo com a investigação, a funcionária do MEC foi atacada quando saiu para trabalhar. A advogada morava com o marido e o filho de três anos em um apartamento do Setor Arapoanga, em um bairro de Planaltina.

O delegado disse que Letícia conhecia o maníaco sexual de vista, pois às vezes eles tomavam o mesmo ônibus. Ainda de acordo com a polícia, Marinésio viu a jovem no ponto de ônibus e ofereceu uma carona. Durante o trajeto, ele a teria assediado e, como a jovem rejeitou a investida, foi estrangulada.

Porém, a perícia ainda vai esclarecer se o estupro foi consumado, crime que Marinésio nega. O corpo foi abandonado à margem da rodovia DF-250. Letícia foi sepultada nesta terça-feira (27), em Planaltina, em meio a manifestações contra os abusos.

Câmaras flagram o cozinheiro

Ainda segundo o delegado, assim que Marinésio foi preso pelo assassinato da advogada, os policiais estabeleceram a ligação dele com a morte de Genir. Ela trabalhava em uma pizzaria e, no dia 2 de junho, saiu de casa e não chegou para o trabalho. O corpo foi achado dez dias depois em uma mata, entre a pizzaria e o local em que ela morava, em Planaltina. Imagens de câmeras mostram o veículo do cozinheiro passando pelo local em que Genir desapareceu.

O maníaco sexual foi transferido nesta quarta-feira (28) para a carceragem do Departamento de Polícia Especializada. Ele será submetido ao reconhecimento por outras possíveis vítimas. Marinésio deve responder por homicídio qualificado, pelos assassinatos de Genir e Letícia. Assim, o cozinheiro pode receber pena de 12 a 30 anos em cada caso. Pode, igualmente, responder por estupro nos casos de mulheres que relataram as violências, com penas previstas de 6 a 10 anos por crime.

A reportagem procura pelos defensores de Marinésio dos Santos Olinto. (Estadão Conteúdo)

https://youtu.be/HUtfTcFIufw

Confira mais informações no site da Polícia Civil do Distrito Federal.

Galeria

Confira a galeria de fotos