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Petrobras será principal assunto brasileiro em reunião ampliada em Jerusalém

31 de Março de 2019 às 11:36

O presidente Jair Bolsonaro chegou na madrugada de hoje (31) a Israel, para viagem oficial de três dias. Ele foi recebido pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Crédito da foto: AFP

A Petrobrás será a principal estrela de uma reunião ampliada prevista para ocorrer na tarde deste domingo entre os governos do Brasil e de Israel, em Jerusalém. O encontro é formado por outros membros do primeiro escalão do governo, após um encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e faz parte de uma comitiva presidencial que chegou hoje ao país e que deverá permanecer até quarta-feira.

O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que a intenção é de deixar o ambiente de negócios doméstico mais atrativo para petroleiras internacionais e melhorar a rodada de exploração de gás natural. Por outro lado, a estatal brasileira poderá participar da exploração de gás na costa israelense, de acordo com Yuval Steinitz, ministro das Minas e Energia de Israel.

A reunião estava marcada para começar às 17 horas de Israel (11 horas de Brasília). Os outros dois pontos de destaque serão na área de defesa cibernética e de empresas startups de pesquisa e desenvolvimento na área de tecnologia de exploração offshore.

Não há intenção de levar muitos assuntos ao encontro, mas, sim, focar apenas nos pontos considerados mais importantes. A determinação do presidente Jair Bolsonaro teria sido a de se evitar rodeios e discursos políticos por parte dos integrantes da comitiva brasileira e colocar a Petrobras "acima de tudo" em relação aos demais temas.

Mesmo em relação à estatal, conforme apurou o Broadcast, não se pretende apresentar muitos detalhes. Haverá a intenção de se tratar de um pacote de dados para um segundo leilão de gás natural e exploração de óleo. Um leilão deverá ser feito em meados deste ano.

Bolsonaro está acompanhado por uma comitiva formada pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Bento Costa Lima (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia, Informação e Comunicações), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além do tenente-brigadeiro do ar Raul Botelho, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, e do secretário da Pesca, Jorge Seif. O grupo ainda inclui os senadores Chico Rodrigues (DEM-RR), Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e Soraya Thronicke (PSL-MS) e a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF).

Agenda presidencial 

Na agenda, está prevista ainda durante a reunião deste domingo com o primeiro-ministro Netanyahu a assinatura de acordos e parcerias. Segundo o Palácio do Planalto, os acordos de cooperação devem englobar áreas como defesa, serviços aéreos, saúde e ciência e tecnologia. Amanhã (1º), Bolsonaro vai condecorar a equipe de israelenses que auxiliou nas buscas em Bumadinho (MG) e irá visitar a Unidade de Contra-Terrorismo da polícia daquele país. Na terça-feira (2), o presidente recebe CEOs de empresas israelenses e brasileiras que atuam no país e participará de encontro empresarial. Bolsonaro deve retornar ao Brasil na quarta-feira (3).

General Heleno destaca área de segurança 

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, disse que um dos principais contatos entre os países é na área de segurança, em linha com o discurso feito na chegada, em Tel Aviv nesta manhã, madrugada no Brasil, pelo presidente Jair Bolsonaro. "Não dá para adiantar porque são assuntos que têm um grau de sigilo grande. A visita aqui não quer dizer que vamos comprar, até porque hoje não estamos em condições de fazer isso, mas é lógico que Israel é desenvolvido na área de equipamento miliar. Se houver uma proposta razoável, que nos interesse, pode acontecer, mas nada específico", explicou ao falar com jornalistas no King David Hotel, onde a comitiva presidencial está instalada em Jerusalém. "Pode também não ter (anúncio), é natural."

O general comentou que o contato nessa área entre os dois países é grande e que os israelenses estão à frente dos avanços tecnológicos. "Temos já muito contato com eles, que estão na nossa frente por uma questão de necessidade. Sempre tivemos esse contato e a ideia é aprimorar esse contato. Hoje, a parte tecnológica evolui muito rapidamente", considerou.

Um dos principais pontos de discussão, de acordo com ele, é com a tecnologia para dessazonalizar a água no Nordeste. "Eles têm tecnologia para colocar água permanentemente, não só com cisternas. Não é fácil." (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)