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Pedido de exoneração gera repercussões no meio político

25 de Abril de 2020 às 00:17

Crédito da foto: Marcos Corrêa/PR

O anúncio da saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, nesta sexta-feira (24), repercutiu imediatamente no meio político. Representantes de diferentes partidos e alas ideológicas, entre eles ex-presidentes da República, chegaram a defender publicamente o impeachment ou a renúncia do presidente Jair Bolsonaro.

Após a fala de Moro, ao menos dois pedidos de impeachment de Bolsonaro foram protocolados — um assinado pela antiga aliada, e hoje adversária, a deputada Joice Hasselman (PSL-SP), e o outro protocolado por parlamentares da Rede.

'Que renuncie antes de ser renunciado'. Crédito da foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Em mensagem publicada no Twitter, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pediu a renúncia porque, segundo ele, a sociedade deve ser poupada de mais um processo de impeachment. “É hora de falar. Pr (presidente da República) está cavando sua fossa. Que renuncie antes de ser renunciado. Poupe-nos de, além do coronavírus, termos um longo processo de impeachment”, afirmou FHC.

“Que assuma logo o vice para voltarmos ao foco: a saúde e o emprego. Menos instabilidade, mais ação pelo Brasil”, escreveu o tucano, fazendo referência ao vice-presidente Hamilton Mourão.

Ato no Campolim começará às 14h Crédito da foto: Evaristo Sá / Arquivo AFP (19/6/2019)

Por meio de nota, Michel Temer disse que o Brasil está atravessando “a maior crise de sua história”. Dilma Rousseff afirmou no Twitter que “se o sr. Moro tivesse 10% da sinceridade que tentou transmitir na entrevista-delação contra Bolsonaro, seu ex-chefe, teria aproveitado e pedido desculpas ao povo brasileiro por todas as mentiras que contou sobre Lula.”

Réu na Lava Jato, Collor presta depoimento no STF 'Fez revelações gravíssimas, que deixam o governo numa posição constrangedora e vulnerável'. Crédito da foto: Evaristo Sá/ AFP (11/05/2016)

O senador e ex-presidente, Fernando Collor (PROS-AL), afirmou que Moro “fez revelações gravíssimas, que deixam o governo numa posição constrangedora e vulnerável. O quadro institucional é nebuloso.”

Michel Temer 'A maior crise de sua história'. Crédito da foto: Evaristo Sá/AFP

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse que as acusações de Moro a Bolsonaro ‘são graves' e podem configurar crimes como advocacia administrativa e abuso de autoridade. Segundo ele, a discussão sobre o impeachment do presidente se tornou “inevitável”. “Cabe agora o Supremo decidir essa questão”, disse

'Se o sr. Moro tivesse 10% da sinceridade'. Crédito da foto: Evaristo Sá/ AFP

O tucano João Doria, governador de São Paulo, limitou-se a elogiar o agora ex-ministro. “Moro mudou a história do País ao comandar a Lava Jato e colocar dezenas de corruptos na cadeia. Deu sinal de grandeza ao deixar a magistratura, para se doar ainda mais ao nosso País como ministro.” Doria e Witzel são apontados como possíveis adversários de Bolsonaro na corrida presidencial de 2022.

Legislativo

Na Câmara, aliados de Bolsonaro se limitaram a reafirmar apoio ao presidente. O deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) publicou mensagem apenas com a hastag #FechadoComBolsonaro e a mensagem “SEM MAIS!”. Os presidentes das duas Casas, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) não comentaram. (Estadão Conteúdo)