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Pandemia do novo coronavírus segue para o oeste paulista

03 de Julho de 2020 às 00:02

O isolamento social retardou a curva de infecção no interior. Crédito da foto: Miguel Schincariol / AFP

Com a estabilização no número de casos na região metropolitana de São Paulo, o coronavírus segue em um movimento de “onda” em direção ao oeste paulista. O Estado registra mais de 15 mil óbitos e 290 mil casos confirmados. A doença chegou a 621 dos 645 municípios paulistas. Das 24 cidades que ainda não tiveram casos positivos, 19 estão da metade do mapa para trás, a maioria no extremo oeste

De acordo com o pesquisador Raul Borges Guimarães, especialista em geografia da saúde da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o novo coronavírus segue o fluxo previsto pela pesquisa científica desde o início da pandemia. A partir do surgimento dos primeiros casos na Capital, o vírus se expandiu para o interior, atingindo primeiro as cidades maiores mais próximas, migrando depois para as mais distantes e as menores, por meio das grandes rotas rodoviárias. “Os municípios que sobraram são tipicamente rurais”, disse.

Os grandes centros mais próximos da capital paulista, como Campinas, Sorocaba e, mais ao norte, Ribeirão Preto, já ultrapassaram a marca dos cinco mil casos positivos. Nesta quarta, Campinas chegou a 8.609 casos e 324 mortes.

As maiores cidades, porém mais afastadas, ainda não tiveram grande número de casos, mas os dados mostram que o vírus está em aceleração. Em São José do Rio Preto foram registrados 222 casos e três mortes nas últimas 24 horas. O total de casos chegou a 2 848 e, de óbitos, a 83. Bauru registrou avanço de 52 casos em um dia, chegando a 1.561 positivos e 30 mortes. Em Araçatuba, foram 20 casos novos e um óbito, totalizando 700 positivos e 30 mortes Presidente Prudente atingiu 715 casos e 19 óbitos, com 194 doentes e dois óbitos de terça para esta quarta-feira.

Pesquisa divulgada em meados de abril pela Unesp de Presidente Prudente apontava que os casos de coronavírus no Interior estavam três semanas atrás dos números registrados na Capital e região metropolitana. Esse atraso, segundo Guimarães, foi conseguido com as medidas de distanciamento social adotadas na época. A perda dessa vantagem e o crescimento da transmissibilidade, segundo ele, acompanharam o relaxamento das medidas de prevenção, com a maior flexibilização das atividades econômicas. (José Maria Tomazela -- Estadão Conteúdo)