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Operação da Polícia Federal sequestra R$ 1 bilhão do narcotráfico

24 de Novembro de 2020 às 00:27

Operação da Polícia Federal sequestra R$ 1 bilhão do narcotráfico Dinheiro em espécie foi encontrado no cumprimento de mandados de busca e apreensão. Crédito da foto: Divulgação / Polícia Federal

A investigação conjunta da Polícia Federal e Receita, que levou à deflagração da Operação Enterprise, nesta segunda-feira (23), teve início em setembro de 2017.

Ao longo de três anos, os investigadores buscaram entender como uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína operava a lavagem do lucro obtido com a comercialização da droga. O ponto de partida das autoridades foi a apreensão de 780 quilos de cocaína, pela Receita Federal, durante uma fiscalização de rotina no Porto de Paranaguá, no Paraná. A ação imobilizou R$ 1 bilhão em bens e valores do narcotráfico.

Ao longo do inquérito, foram apreendidas outras 50 toneladas da droga, ligadas ao mesmo grupo, em portos do Brasil, Europa e África. “É uma organização muito grande, espalhada por todo o País e por vários países no exterior, que se ocupava da entrada de droga no Brasil, transporte, acondicionamento, preparo para exportação. Vários ramos de atividades”, explicou o superintendente da Receita Federal, Fabiano Blonski, em entrevista coletiva na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).

“As organizações que atuam no tráfico estão cada vez mais especializadas, atuando nos moldes que a gente tem visto nos casos de corrupção: utilizando empresas de fachada, laranjas, esquemas complexos de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio”, disse o auditor fiscal Edson Shinya Suzuki aos jornalistas.

“O crime organizado, sobretudo os grandes líderes, não estão na periferia. Estão na elite, estão financiando outros crimes, estão estendendo seus braços dentro e fora do País”, resumiu o coordenador nacional de repressão a drogas, armas e facções criminosas da Polícia Federal, Elvis Secco.

De acordo com Secco, a “Enterprise”, classificada pela PF como a “maior operação do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e uma das maiores da história na apreensão de cocaína nos portos brasileiros”, obteve R$ 1 bilhão em bens e valores apreendidos e bloqueados.

Entre eles, 37 aeronaves, uma delas avaliada em 20 milhões de dólares, imóveis e veículos de luxo, armas de fogo, passaportes falsos, drogas e mais de 11 milhões de euros em espécie encontrados no porta-malas de uma van em Lisboa, capital de Portugal -- um dos “bunkers”, segundo a corporação.

O principal alvo da Operação Enterprise é um brasileiro, que não teve a identidade revelada, residente na Europa. Com a interceptação telefônica e quebra de sigilo bancário dos investigados, em março de 2018, ele foi identificado como uma das lideranças da organização criminosa. A partir de então, outros sete grupos foram mapeados pelos investigadores.

A ação mobilizou 670 policiais federais e 30 servidores da Receita Federal para o cumprimento de 151 mandados de busca e apreensão e 66 mandados de prisão nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco. (Estadão Conteúdo)