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Número de mortos no desastre de Brumadinho aumenta para 84

29 de Janeiro de 2019 às 21:21

Militares estão empenhados na tentativa de salvamento de pessoas e resgate de corpos. Crédito da foto: Douglas Magno/ AFP

 

Atualizada às 21h21

A Defesa Civil de Minas Gerais atualizou na noite desta terça-feira (29), os números de vítimas do desastre de Brumadinho. O órgão informou que são 84 mortes confirmadas e 276 pessoas desaparecidas após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Pelo menos 42 vítimas já foram identificadas.

Três vítimas fatais foram retiradas de ônibus encontrado e duas que estavam no refeitório da Vale, onde muitos funcionários almoçavam no dia da tragédia. Segundo o porta-voz dos bombeiros, tenente Pedro Aihara, essa indicação é muito significativa para a continuidade das buscas.

Até o meio-dia desta terça-feira (29), a Defesa Civil havia contabilizado 65 mortes confirmadas e 288 pessoas desaparecidas (eram 279 no final da noite desta segunda-feira, 28). De acordo com a Defesa Civil, já foram localizadas 390 pessoas.

Prisões

Pela manhã, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal, os Ministérios Públicos Estaduais de Minas Gerais e São Paulo e as Polícias Civil e Militar de Minas cumpriram cinco mandados de prisão e outros de busca e apreensão a engenheiros e funcionários que atestaram a segurança da Barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais.

A Vale informou pelo Twitter que está colaborando com as autoridades. Antes, anunciou que pagará R$ 100 mil a cada família atingida, independentemente das indenizações futuras. O governo decidiu exigir imediata atualização de planos de segurança de barragens no País.

Fake news

O tenente Aihara volta a alertar para notícias falsas que estão circulando na região. Não é necessária a vacinação da população em razão do contato com a lama, afirma. Apenas integrantes da equipe de buscas, devido ao contato prolongado com o material dos rejeitos, devem receber profilaxia especial.

Atualização de dados

Para facilitar a identificação das vítimas, a Polícia Civil de Minas dará início nesta quarta-feira (30) à implementação de novas metodologias de análise.  Para tornar mais eficiente os trabalhos e a liberação dos corpos, serão utilizadas a genética forense, que é a identificação a partir do DNA, e a odontologia legal, que é feita a partir da arcada dentária.

Essa nova fase no processo de identificação por meio da complementação das informações de referência já foi comunicada aos familiares das vítimas pela Academia da Polícia Civil (Acadepol). A diretora da Acadepol, delegada-geral Cinara Maria Moreira Liberal, informou que desde sábado (26) a academia já vem cadastrando familiares de desaparecidos no desastre.

“Desde sábado já cadastramos quase 500 famílias de desaparecidos. É importante frisar, contudo, que pode haver duplicidade de registros, uma vez que familiares diferentes de um mesmo desaparecido muitas vezes realizam o cadastro em momentos distintos”. A diretora disse que a Polícia Civil do estado já está processando todos os dados cadastrados na Acadepol “para divulgar uma relação mais precisa dessa triagem”.

Para uma atualização mais precisa dos dados cadastrais, a Acadepol vai convidar os familiares das vítimas, por telefone, a comparecerem ao Centro de Comando da academia, no bairro Nova Gameleira, na capital do estado, em dia e horário ainda a ser agendados.

Em nota, a Polícia Civil informa que está fazendo “todo o esforço necessário para conseguir uma rápida identificação das vítimas, em vista do sofrimento dos familiares, sem contudo ferir os devidos protocolos médico-legais de modo a garantir a precisão das perícias”.

"É muito importante dizer que os corpos já liberados pelo IML para os familiares foram identificados com rapidez e eficácia em um primeiro momento pelo método papiloscópico, que é feito através da identificação pelas digitais das vítimas”, diz a nota.

Múltiplas lesões

A Superintendência de Polícia Técnico-Científica esclareceu que a nova fase a ser seguida tem por objetivo a identificação dos corpos das vítimas que chegam ao IML com múltiplas lesões, o que é comum nesse tipo de tragédia.  A coleta para exame de DNA é realizada pela mucosa oral (boca), com equipamento próprio, e não oferece riscos ou desconforto aos familiares.

A Polícia Civil de Minas Gerais esclareceu, ainda, que os procedimentos para identificação das vítimas, em consequência do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, foram iniciados logo após a confirmação do rompimento. “Nesse momento todos os esforços e recursos dos órgãos técnicos da PCMG estão sendo empregados para que as vítimas fatais sejam identificadas e liberadas aos seus familiares no menor espaço de tempo”, diz a nota.

A Polícia Civil ressaltou, ainda, não ser necessário que o familiar se desloque à Acadepol ou ao IML antes de receber uma ligação telefônica para realizar o agendamento e que em caso de dúvidas os questionamentos poderão ser encaminhado através do e-mail [email protected].

“As orientações sobre o que deverá ser levado pelo familiar (por exemplo: fotografias, radiografias ou objetos de uso pessoal da vítima) e sobre o transporte (Brumadinho-Acadepol-Brumadinho) serão passadas via telefone, conforme cada caso”, diz a nota.

Equipes de resgate

Ao todo, 290 militares trabalham no salvamento de pessoas e  resgate de corpos. São 120 de Minas Gerais e o restante de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e Alagoas. Os militares israelenses também comporão o quadro de profissionais que atuarão na chamada "área quente", mas ainda não há o número exato. Esse principal local de buscas fica onde funcionava o refeitório, o prédio da mineradora, e uma pousada, destruídos pela lama.

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Além das pessoas, o grupo de buscas tenta resgatar inúmeros animais que estão ilhados, presos na lama. Por causa da dificuldade de remoção, em alguns casos, ao menos uma das aeronaves tinha a missão de abater, com tiros, esses animais. (Estadão Conteúdo) 

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