O programa Conversa com Bial, da TV Globo, exibiu no início da madrugada deste sábado, dia 8, depoimentos de mulheres que acusam João Teixeira de Faria, o João de Deus, de abuso sexual. De acordo com elas, os casos teriam acontecido no local onde o médium realiza atendimentos espirituais, na cidade de Abadiânia, interior de Goiás. Em nota, João de Deus rechaçou "veementemente" as acusações.

"Ele me pediu para ficar de costas e começou a passar a mão pelo meu corpo. Eu fiquei incomodada e pensei: até que ponto você pode deixar um médium passar a mão pelo seu corpo?",

disse uma das entrevistadas, cuja identidade foi mantida em anonimato. O jornal O Globo também teve acesso a relatos semelhantes, publicados na edição deste sábado.

Ao todo, as reportagens, que demandaram três meses, reuniram 12 relatos de mulheres entre 30 e 40 anos. Elas teriam sido molestadas em consultas com o médium - entre 2014 e o início deste ano. Em um espaço particular, a portas trancadas, elas teriam sido obrigadas a praticar atos sexuais e teriam o corpo tocado por João de Deus para "uma limpeza espiritual".

A coreógrafa holandesa Zahira Leeneke Maus, que esteve no local de atendimento do médium em 2014, foi a única entrevistada que aceitou se identificar - outras alegaram temer represálias. "Eu tinha medo de eles me mandarem espíritos ruins. Eu estava com muito medo. Agora me sinto protegida e sinto que a verdade tem de vir à tona", afirmou Zahira, em conversa com Pedro Bial nos estúdios do programa.

Médium João de Deus

João de Deus é um dos médiuns mais famosos do País e realiza, desde 1976, atendimentos e "cirurgias espirituais" na casa Dom Inácio Loyola, na pequena cidade de Abadiânia, em Goiás, a 115 quilômetros de Brasília. Em nota enviada ao programa da TV Globo, a assessoria de Imprensa do médium disse que "apesar de não ter sido informado dos detalhes da reportagem, ele rechaça veementemente qualquer prática imprópria".

Estadão Conteúdo

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