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Mortes por gripe em SP ultrapassam o total de 2017

20 de Julho de 2018 às 11:10

O número de mortes por gripe neste ano no estado de São Paulo já ultrapassou o total registrado em 2017 inteiro. Foram 206 mortes até 23 de junho, contra 200 em todo ano passado, de acordo com o CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), órgão da Secretaria Estadual da Saúde.

O cenário acompanha a explosão dos casos graves. Foram 1.184 pessoas infectadas entre janeiro e junho deste ano, sendo que em 2017 inteiro houve 1.021 casos. Apesar do aumento, os números ainda são bastante inferiores aos registrados de janeiro a junho de 2016 (3.134 casos e 554 mortes).

"A cada ano o vírus pode vir com uma intensidade diferente e com mutações diversas. Em 2017, foi uma temporada mais tímida, voltando com mais força em 2018", afirmou Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.

A capital também acompanha o panorama de preocupação com a doença, de acordo com último balanço da Secretaria Municipal da Saúde, gestão Covas (PSDB).

Até o dia 17, foram confirmadas 59 mortes por gripe na cidade. No mesmo período de 2017, 22 pessoas morreram, um aumento de 168%. No intervalo similar entre os anos, houve um crescimento grande dos casos, saltando de 205 no ano passado para 702 em 2018. Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, a cobertura vacinal do estado ficou em 86,1% neste ano -a meta era atingir 90% do público alvo.

A secretaria estadual, da gestão Márcio França, alegou que atingiu o patamar considerando o total de vacinados, mas reconheceu a baixa adesão entre gestantes e crianças, justificando assim a diferença entre os índices.

Um dos grupos prioritários para tomar a vacina são crianças entre seis meses e cinco anos de idade. Preocupada com o aumento da gripe neste ano, a autônoma Daniele Cristina, 21 anos, levou seu filho Bernardo, de um ano e cinco meses, para receber a vacina no mesmo posto da prefeitura.

"Os bebês são muito frágeis e precisam tomar o quanto antes essa vacina. Tem gente que não gosta, mas é a melhor maneira para se proteger contra a doença", afirmou Daniele.

Segundo o perfil de mortes verificadas neste ano no estado, 40% das vítimas tinham 60 anos ou mais. Problemas crônicos e fatores de risco influenciaram em 67% das mortes.