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Manifestantes pró-Bolsonaro vão às ruas em todos os Estados do País

26 de Maio de 2019 às 10:57

Manifestantes com a bandeira do Brasil em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Crédito da foto: Evaristo Sa / AFP (26/5/2019)

Milhares de manifestantes foram às ruas de cidades brasileiras neste domingo (26) em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e em defesa de temas como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. As mobilizações mais significativas foram registradas em São Paulo e no Rio.

A pauta dos atos foi marcada também por ataques ao Congresso, personificados no presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e ao Supremo Tribunal Federal (STF). O atos foram classificados por Bolsonaro como espontâneos e como um recado "para aqueles que, com suas velhas práticas, não deixam que o povo se liberte".

O jornal O Estado de S. Paulo contabilizou, até as 19h, registros de manifestações em todos os 26 Estados e o Distrito Federal.

Um dos principais nomes do Centrão, o líder do DEM, deputado Elmar Nascimento (BA), defendeu o "diálogo" e o respeito às "opiniões divergentes" após o Congresso ­ser um dos principais alvos de manifestantes nas ruas. Em nota, Elmar mandou um recado aos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro: "Ninguém governa sozinho".

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1132784928532389889

Convocada pelas redes sociais, a manifestação na Avenida Paulista foi marcada por críticas aos deputados do centrão e ao STF, discursos exaltados em defesa da reforma da Previdência, da CPI ‘Lava Toga’ e exaltação ao pacote anticrime do ministro Sérgio Moro.

Capitão Derrite em São Paulo

O deputado federal Capitão Derrite esteve presente no ato realizado na avenida Paulista, em São Paulo. Ele subiu em um carro de som e discursou para o público presente na manifestação.

O número de manifestantes foi visivelmente menor que nas manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff, mas a Polícia Militar não fez estimativas. O maior foco de concentração de público foi no trecho entre a rua Peixoto Gomide e a FIESP. Os manifestantes se concentraram ao redor de sete carros de som espalhados por oito quarteirões da Paulista, entre a avenida Brigadeiro Luís Antônio e a rua Augusta.

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Estacionado na esquina da Avenida Paulista com Peixoto Gomide, o caminhão do Nas Ruas foi o ponto de encontro dos políticos presentes (a maioria do PSL) e também o principal foco de aglomeração de manifestantes. O grupo ocupou o espaço que nas manifestações de 2014 foi do Movimento Brasil Livre e do Vem Pra Rua - as duas organizações optaram por não apoiar o movimento em defesa de Jair Bolsonaro.

O Nas Ruas levou um boneco inflável gigante do presidente e tocou o jingle de campanha de Bolsonaro. Os parlamentares presentes minimizaram as palavras de ordem mais radicais que pregavam o fechamento do Congresso e intervenção no STF.

Polícia estima 20 mil em Brasília

Em Brasília, o ato começou por volta das 10h e, de acordo com estimativa da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), 20 mil pessoas estiveram na Esplanada dos Ministérios, que parecia vazia vista de cima. A maior concentração se deu no gramado em frente ao Congresso.

Membros do Legislativo, os parlamentares do chamado Centrão foram alvo de críticas na manifestação, que defendeu a aprovação de pautas encampadas pelo Executivo, como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. "Centrão, fica aqui o aviso, se não tiver a nova Previdência, o negócio vai feder", disse um dos manifestantes ao microfone.

Dos trios, o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, foi citado diversas vezes de forma negativa. Uma das faixas pedia #foraMaia e #foraSTF, Corte que também foi alvo de insatisfação durante o ato. Um grupo de pessoas em um dos trios elétricos se fantasiou de lagosta, em forma de protesto ao edital do STF que prevê refeições com lagosta e vinhos com premiação internacional.

Outro assunto bastante recorrente entre os manifestantes foi o pedido para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) fique nas mãos de Moro. O ministério que irá coordenar as atividades do conselho será definido pelo Congresso, que vota a reforma administrativa do governo Bolsonaro. A Câmara já votou para que o Coaf fique com Ministério da Economia.

Bandeiras diversas marcam manifestação em Copacabana

No Rio de Janeiro, o público que participou do ato em apoio ao governo de Jair Bolsonaro se distribui ao longo de 800 metros da avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul da cidade, entre as ruas Sousa Lima e Constante Ramos. Embora as duas pistas tenham sido interditadas para o trânsito de carros, só foi ocupada a pista mais perto da praia. A Polícia Militar não divulga estimativa de público, e, como não há uma liderança única do ato, ninguém emitiu essa estimativa.

As bandeiras defendidas pelas manifestantes foram diversas e foram além do mote oficial dos atos de hoje, que eram a defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro Sérgio Moro. O bacharel Márcio Ávila, de 38 anos, exigiu o fim do exame nacional promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Já o militar Marcelo Forte, de 51 anos, levou faixas a Copacabana cobrando a renovação da frota de ônibus municipais de Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense.

Também houve, no Rio, a presença de cartazes contrários a Rodrigo Maia e ao Supremo. Outros chegaram a sair em defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, que é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Uma faixa pedia ainda uma "intervenção militar agora" no País.

Imprensa é criticada em ato em Belo Horizonte

Em meio a críticas ao Congresso e ao STF, a imprensa também foi alvo de discursos em carros de som no ato de Belo Horizonte. Uma equipe da Rede Globo de Televisão chegou a ser expulsa por manifestantes da Praça da Liberdade, no centro da capital mineira.

Um repórter e um cinegrafista faziam cobertura do ato quando começaram a ser perseguidos e hostilizados com palavrões. Os dois andaram cerca de 400 metros até entrarem em um carro sem logomarca da rede de televisão.

Também houve, porém, quem saiu em defesa das bandeiras principais da manifestação. O analista de importação Natalino Nunes, de 48 anos, afirma que o pacote anticrime de Moro é a saída para o fim da criminalidade no País. "Como está fica difícil o governo proteger a sociedade. A gente está nas mãos dos bandidos. É preciso reduzir a criminalidade. Eu tenho uma moto. Quando a estaciono, fico preocupado, achando que vai ser roubada", diz.

Em Belém, apoio a reformas e críticas à imprensa

Em Belém do Pará, os manifestantes começaram a se reunir por volta das 9 horas, na Escadinha do Cais do Porto, área turística da capital paraense. Sob sol forte, caminharam pelas duas principais avenidas da cidade, Presidente Vargas e Nazaré. No alto do trio elétrico, um cartaz exibia foto do ministro da Justiça, Sérgio Moro, com apoio ao pacote anticrime.

Vestidos de verde e amarelo, a maioria dos manifestantes optou por levar bandeiras para o ato. Nos poucos cartazes encontrados, havia mensagens de apoio à reforma da Previdência e críticas à imprensa. No trio elétrico, um locutor mandava recados para os políticos. "Coalizão quem faz somos nós. Bolsonaro está rompendo com o sistema e implantando nova forma de governar."

No meio da passeata, um grupo de motoqueiros pedia que os manifestantes não falassem com a imprensa. Segundo ele, os jornalistas eram petistas infiltrados que estavam querendo que os apoiadores do presidente respondessem a questionários.

O ato foi encerrado, por volta de 12h, na avenida Doca de Souza Franco, área nobre da capital paraense. Antes da dispersão, os manifestantes cantaram o Hino Nacional e rezaram um Pai Nosso. Ao microfone, o locutor ainda fez uma última crítica à imprensa - que, segundo ele, tentaria esconder a "grandeza dos atos". A saída, disse, era inundar as redes sociais com fotos e vídeos dos atos. "Você que trouxe seu celular, que fez vídeo, poste nas redes para mostrar a verdade". A Polícia Militar do Pará informou que a manifestação reuniu cerca de 3 mil pessoas.

Em Salvador, críticas a Maia, Centrão e ‘parlamentarismo branco’

A manifestação em Salvador, capital baiana, ocupou a orla da Barra e pregou a importância dos atos como forma de fazer o Congresso "ouvir a voz do povo". "Se Deus quiser, depois dessas manifestações eles entenderão o recado", disse a presidente do PSL na Bahia, Professora Dayane Pimentel, em cima do trio elétrico.

Não faltaram gritos de "Eu vim de graça", "Essa manifestação é espontânea" e críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao Partido dos trabalhadores e ao governador da Bahia, Rui Costa, que é do PT. A concentração começou por volta das 9h e às 10h30 os manifestantes saíram em caminhada até o Morro do Cristo, percorrendo cerca de 1 quilômetro. Eles levavam bandeiras do Brasil, faixas e cartazes com frases do tipo "Centrão, Parlamentarismo branco, não" ; "Reformas Já", "O Brasil está com Bolsonaro".

Durante o trajeto, por duas vezes eles pararam e entoaram o Hino Nacional. Esbanjando animação, a aposentada Ana Cristina Silva, de 68 anos, disse que participava do evento por amor ao Brasil.

Já o motorista Marivaldo Nascimento Melo, 59, que levou toda a família para a rua, afirmou que a sua presença era uma forma de mostrar ao Centrão (grupo de partidos políticos que tem se oposto ao governo) "que existem homens dignos e honestos no país, que estão em defesa do governo e do Brasil". O filho dele, Miquéias Melo, de 18 anos, tinha como objetivo mandar um recado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia: "O país está de olho em você. Queremos a aprovação das reformas importantes ao país".

O ato na capital baiana chegou ao fim por volta de 12h. Na Bahia, houve manifestações também nas cidades de Feira de Santana, Itabuna, Juazeiro e Vitória da Conquista.

Manifestantes pró-Bolsonaro arrancam faixa a favor da educação em Curitiba

Manifestantes pró-Bolsonaro arrancaram uma faixa em defesa da educação pública que estava afixada à fachada do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, neste domingo, 26. O edifício fica na praça Santos Andrade, local que costuma ser ponto de início de manifestações na capital paranaense.

A faixa, na qual se lia "Em defesa da educação #OrgulhoDeSerUFPR #UniversidadePública #EuDefendo", foi retirada sob aplausos de manifestantes. Um deles afirma, em vídeo que circula nas redes sociais, que "prédio público não pode ser utilizado de forma ideológica".

O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, classificou a ação como "inacreditável" em sua conta no Twitter.

Cidades do interior também tiveram atos

Além das capitais, municípios do interior também foram às ruas, em pequeno número, para defender o governo. Em Campinas, São Paulo, o ato dos bolsonaristas em defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime reuniu 3 mil pessoas, conforme estimativa da Polícia Militar. Os manifestantes se reuniram no Largo do Rosário, região central da cidade. Até o encerramento, por volta das 13 horas, a PM não registrou incidentes.

Já em Ribeirão Preto, a Polícia Militar calculou em 6 mil pessoas o público que compareceu à manifestação. Com faixas e bandeiras do Brasil, o público se concentrou no cruzamento das avenidas 9 de Julho e Presidente Vargas e saiu em marcha pelo centro. Agentes de trânsito interditaram as vias principais. Não houve incidentes.

Em Sorocaba, os dois atos marcados reuniram, juntos, 480 pessoas, segundo a Polícia Militar. Foram 400 no que foi realizado no Jardim do Paço, em frente à Prefeitura, e 80 na manifestação da Praça da Bandeira, região central da cidade. O protesto de estudantes e professores contra o corte de verbas da educação, no dia 15 último, em Sorocaba, reuniu mais gente: 2,5 mil pessoas, segundo a estimativa da PM na ocasião. (Fábio Grellet, Amanda Pupo, Leonardo Augusto, Heliana Frazão, José Maria Tomazela, Rita Soares, Caio Sartori, Paulo Beraldo, Luiza Pollo, Pedro Venceslau, Fabio Leite / Estadão Conteúdo)

Bolsonaro: População foi às ruas com pautas legítimas e democráticas

População foi às ruas para apoiar o governo de Bolsonaro. Crédito da foto: Nelson Almeida / AFP (26/5/2019)

18h11 - Em sua conta oficial no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (26) que a maioria da população "foi às ruas com pautas legítimas e democráticas", se referindo às manifestações de apoio ao seu governo, que ocorrem neste domingo pelo País. "Há alguns dias atrás, fui claro ao dizer que quem estivesse pedindo o fechamento do Congresso ou STF hoje estaria na manifestação errada. A população mostrou isso", escreveu. "Sua grande maioria foi às ruas com pautas legítimas e democráticas, mas há quem ainda insista em distorcer os fatos", completou.

O presidente não participou das manifestações e também orientou ministros a não aderirem. Mais cedo, Bolsonaro havia postado vídeos de atos que aconteceram nas cidades do Rio de Janeiro, São Luís e Juiz de Fora (MG).

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1132755761141035010

Apesar das afirmações do presidente, ao menos em Brasília e no Rio foram observados manifestantes pedindo o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). Faixas e cartazes também pediam a instauração da CPI da Lava Toga, uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o "ativismo judicial" em tribunais superiores. (Estadão Conteúdo)

Bolsonaro: 'Pergunta para o povo'

18h08 - O presidente Jair Bolsonaro demonstrou satisfação com as manifestações em defesa do governo neste domingo (26). Ao chegar ao Palácio da Alvorada após viagem ao Rio, Bolsonaro desceu do carro e cumprimentou apoiadores.

"Não houve nenhum incidente. Foram pedir aquilo que todos querem: paz, democracia, liberdade, responsabilidade. Vamos negociar o futuro dessas crianças", disse o presidente. No local, algumas crianças estavam acompanhadas dos pais.

Perguntado sobre a quantidade de pessoas nas ruas, Bolsonaro declarou que as "imagens valem mais do que mil palavras", e ainda foi questionado se sua fala anterior sobre "velhas práticas" era um recado ao Congresso. "Pergunta para o povo", comentou.

Bolsonaro rejeitou classificar os atos como "protestos". "Não teve protesto nenhum", disse. Quando perguntado sobre as "manifestações", mandou um recado à imprensa dizendo que os jornalistas estavam "aprendendo" a falar com ele. (Estadão Conteúdo)

Sobe a 59 número de municípios e a 18 o de Estados com atos pró-Bolsonaro

16h57 - Até o momento, ao menos 59 municípios brasileiros em 18 Estados e no Distrito Federal registraram manifestações a favor das pautas do governo Jair Bolsonaro neste domingo (26). Belém, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte, São Luís, Salvador, Recife, Maceió, Vitória, Fortaleza e Natal são capitais brasileiras da lista, além de Brasília.

Ato reúne milhares de pessoas na avenida Paulista, em São Paulo. Crédito da foto: Nelson Almeida / AFP (26/5/2019)

Em São Paulo, a manifestação ocorre na Avenida Paulista e os participantes estão distribuídos, segundo informações da Globonews, por sete quarteirões. Ainda de acordo com a emissora, a Polícia Militar não vai divulgar estimativa de público. Os manifestantes circulam pela avenida, com algumas concentrações mais próximas de carros de som. (Estadão Conteúdo)

Manifestantes pró-Bolsonaro ocupam ao menos seis quarteirões da Paulista

15h32 - Apoiadores do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) se concentram na Avenida Paulista, região central de São Paulo, em manifestação de apoio ao governo federal. Por volta das 14h, manifestantes se reuniam em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e agora circulam por entre 6 e 8 quarteirões.

Manifestantes pró-Bolsonaro se reúnem na avenida Paulista, em São Paulo. Crédito da foto: Nelson Almeida / AFP (26/5/2019)

Alguns manifestantes vestem camisas verde e amarelo e carregam cartazes em defesa da reforma da Previdência, da MP 870, que reorganiza os ministérios, do pacote anticrime e da CPI da Lava Toga. Aproximadamente, cinco carros de som foram levados para o ato. (Estadão Conteúdo)

Cidades do interior de SP registram atos em apoio ao governo

15h31 - Em São José do Rio Preto, a manifestação organizada pelos bolsonaristas reuniu mil pessoas, segundo a Polícia Militar. O ato aconteceu em frente ao Mercado Municipal, na região central da cidade.

Ribeirão Preto

A Polícia Militar calculou em 6 mil pessoas o público que compareceu à manifestação em defesa do governo Bolsonaro em Ribeirão Preto. Com faixas e bandeiras do Brasil, o público se concentrou no cruzamento das avenidas 9 de Julho e Presidente Vargas e saiu em marcha pelo centro. Agentes de trânsito interditaram as vias principais. Não houve incidentes.

Campinas

Em Campinas, o ato em defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro Sérgio Moro reuniu 3 mil pessoas, conforme estimativa da Polícia Militar. Os manifestantes se reuniram no Largo do Rosário, região central da cidade. Até o encerramento, por volta das 13 horas, a PM não registrou incidentes.

Bauru

Manifestação pró-Bolsonaro reuniu três mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Houve ainda uma carreata com 800 veículos pelas avenidas da cidade, segundo a PM. Apoio a Moro foi o mote principal, segundo Kleber Ciro, um dos organizadores.

Ato no Rio tem pedidos de fechamento do Congresso e do STF

Participante do ato a favor de Bolsonaro no Rio de Janeiro. Crédito da foto: Carl de Souza (26/5/2019)

14h37 - No Rio de Janeiro, onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) construiu sua carreira política, o público que compareceu ao ato deste domingo (26) a favor de seu governo ocupou 800 metros da pista mais perto da praia da avenida Atlântica, em Copacabana (zona sul). Embora as principais pautas fossem quase unânimes - a aprovação do pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, a aprovação da reforma da Previdência e o apoio irrestrito ao presidente -, havia uma profusão de pautas divergentes - muita gente pedia o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, outros exigiam intervenção militar imediata, o fim do exame nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até a renovação da frota de ônibus municipais de Duque de Caxias (Baixada Fluminense).

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Nem a Polícia Militar nem participantes do ato divulgaram alguma estimativa de público. A imensa maioria dos participantes usava camisas verde e amarelas, algumas personalizadas com frases de apoio a Bolsonaro ou a Moro. Embora políticos do PSL, como a deputada estadual Alana Passos, tenham comparecido e discursado, todos ressaltaram que estavam presentes como "cidadãos" e não como políticos.

Olavo de Carvalho

A maior concentração de público ocorreu ao redor do caminhão de som do Movimento Brasil Conservador, cujos integrantes fizeram homenagens ao ideólogo Olavo de Carvalho e executaram o Hino Nacional pelo menos 11 vezes. "Viva Sergio Moro, viva Damares (Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos). Esse é o primeiro governo em que o povo sabe o nome dos ministros", discursou um dos líderes do grupo, emendando o coro "Ão, ão, ão, Olavo tem razão".

A reportagem contou nove caminhões de som, a maioria concentrada ao longo de 400 metros ao redor do Posto 5. Devido à proximidade entre os veículos, alguns discursos divergentes eram feitos lado a lado. Enquanto um empresário de Itaguaí mandava "um recado ao pessoal de (Ciências) Humanas: a guerra fria acabou", no carro de som vizinho um homem que se apresentou como militar paraquedista gritava que "(o presidente da Câmara dos Deputados) Rodrigo Maia (DEM-RJ) é comunista".

Embora não tenham faltado cartazes e faixas pedindo o fechamento do Congresso Nacional, Maia foi individualmente o deputado mais criticado. Até um boneco gigante do parlamentar, anunciado como "o Judas do 17", referência ao número do PSL, partido de Bolsonaro, foi inflado e exposto na orla, ao lado de um "pixuleco", como ficou conhecido o boneco do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trajado como presidiário. "Maia é o traidor desse governo", afirmou o administrador Ronaldo Magalhães, de 37 anos, autor da ideia de confeccionar o boneco do parlamentar.

Em um carro de som levado à manifestação por empresários e políticos de Itaguaí, um banner anunciava que Maia "nem brasileiro é". Ele nasceu no Chile, em 1970, porque seu pai, o ex-prefeito e atual vereador do Rio César Maia (DEM), estava exilado naquele país. O Brasil vivia a ditadura militar (1964-1985). Maia foi registrado na embaixada do Brasil em Santiago, o que lhe garante a condição de brasileiro nato. "Rodrigo Maia nos traiu, tem que sair imediatamente. Temos que colocar (na presidência da Câmara) alguém identificado com as pautas deste governo, não alguém que só quer atrapalhar", afirmou o empresário Donizete Pereira, de 50 anos.

O clamor pelo fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal era intenso. Um carro de som exibia faixas pedindo "intervenção militar já". "A ditadura é que era boa, não tinha pobreza, não tinha favela nem esse monte de pivetes na rua", garantiu a dona de casa Margarida, de 70 anos, que se deixou filmar e fotografar, mas não quis contar o sobrenome. (Estadão Conteúdo)

Ato pró-Bolsonaro em Brasília termina

14h07 - Em ato de apoio ao governo Bolsonaro em Brasília que começou por volta das 10h, os manifestantes começaram a se dispersar no início da tarde deste domingo (26). A maior concentração aconteceu no gramado localizado em frente ao Congresso Nacional. Segundo a estimativa da Polícia Miliar, 20 mil pessoas participaram do protesto, que foi encerrado por volta das 13h30.

Protesto em apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Crédito da foto: Estadão Conteúdo.

Os parlamentares do chamado Centrão foram alvo de críticas dos manifestantes, que defenderam a aprovação de pautas encampadas pelo Executivo, como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. "Centrão, fica aqui o aviso, se não tiver a nova Previdência, o negócio vai feder", disse um dos participantes no microfone.

Dos trios eléricos, o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi citado diversas vezes de forma negativa. Uma das faixas pedia #foraMaia e #foraSTF, corte que também foi alvo de insatisfação durante o ato. Um grupo de pessoas em um dos trios elétricos se fantasiou de lagosta, em forma de protesto ao edital do STF que prevê refeições com lagosta e vinhos com premiação internacional.

Outro assunto bastante recorrente entre os manifestantes foi o pedido para que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) fique nas mãos de Moro. O ministério que irá coordenar as atividades do Conselho será definido pelo Congresso, que vota a reforma administrativa do governo Bolsonaro. A Câmara já votou para que o Coaf fique com Ministério da Economia. (Estadão Conteúdo)

Bolsonaro: hoje o povo estará nas ruas, em uma manifestação espontânea

12h37 - O presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa das manifestações em favor de seu governo, que ocorrem neste domingo em diferentes pontos do País. Segundo ele, "hoje é o dia em que o povo estará nas ruas", em uma "manifestação espontânea", como um recado "para aqueles que, com suas velhas práticas, não deixam que o povo se liberte".

Bolsonaro discursou durante um culto religioso na Igreja Batista Atitude, no Recreio, zona oeste do Rio de Janeiro. Ele subiu ao palco com a mulher Michelle Bolsonaro, frequentadora do templo evangélico.

"Pela primeira vez na história do Brasil um presidente eleito está cumprindo o que prometeu na campanha", afirmou Bolsonaro. O presidente se emocionou durante o discurso, ao agradecer a Deus pela sua vida. "Peço orações para mim, para o Brasil e para as autoridades. Para que possamos vencer os obstáculos", discursou

Bolsonaro disse que as palavras na política nem sempre representam a prática, mas que seu governo está fazendo diferente e mudando paradigmas. "Se estou aqui, é porque acredito na minha nação", declarou. "Juntos, podemos governar. Nós temos como transformar o Brasil numa grande nação", afirmou

Bolsonaro e Michelle se ajoelharam no palco da igreja para receber as bênçãos do pastor Josué Valandro Jr., que conclamou os cerca de 3.500 fiéis presentes no culto para uma oração pelo presidente.

"Mesmo no dia de maior pressão, Jesus estará com ele", orou Valandro Jr., em meio a problemas técnicos, que chegaram a deixar o templo sem energia elétrica por alguns minutos, levando o presidente a subir ao palco ainda às escuras.

Esquema de segurança

A visita de Bolsonaro motivou um forte esquema de segurança. Os fiéis que chegaram para o culto foram submetidos a revista minuciosa, que incluía detector de metais e a proibição de entrada no templo com garrafas d'água e guarda-chuvas. Alguns reclamaram das longas filas que se formaram à entrada da igreja

Um homem foi retirado da fila e impedido de entrar pela equipe de segurança, mas o motivo de ter sido barrado não foi informado

Bolsonaro participou neste sábado, 25, da cerimônia de casamento do filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL-SP. Eduardo e Heloísa Wolf se casaram em uma cerimônia para 150 convidados, nos jardins de uma casa de festas em Santa Teresa, na região central da capital fluminense. A celebração foi restrita a uma lista seleta de parentes e amigos da família.

A assessoria da Presidência da República ainda não soube precisar a data e horário de retorno de Jair Bolsonaro a Brasília. (Estadão Conteúdo)

Manifestantes pró-governo se fantasiam de lagosta e pedem 'Lava Toga'

12h24 -Em ato de apoio ao governo Bolsonaro em Brasília, um grupo de pessoas em um dos trios elétricos se fantasiou de lagosta, em forma de protesto ao edital do Supremo Tribunal Federal (STF) que prevê refeições com lagosta e vinhos com premiação internacional.

Entre os gritos de defesa de pautas encampadas pelo governo, como a reforma da Previdência e o pacote anticrime e anticorrupção, o STF se tornou alvo. Há várias faixas e cartazes pedindo a instauração da CPI da "Lava Toga", uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o "ativismo judicial" em tribunais superiores.

Concentração ao lado da Biblioteca Nacional em Brasília, que fica próxima ao Congresso Nacional, onde a manifestação está marcada para acontecer. Crédito da foto: Estadão Conteúdo.

De cima do trio onde estão os fantasiados de lagosta, manifestantes pedem pela instauração da CPI e reclamam da atuação da Suprema Corte. "A gente prende, eles soltam", disse um dos participantes do protesto. "É muita palhaçada do STF, vamos exigir a CPI da Lava Toga", acrescentou, completando que "motivos não faltam" para a apuração.

O chamado Centrão, que reúne parlamentares de Centro no Congresso, também é alvo de insatisfação. Segundo a última estimativa da Policia Militar, a manifestação em Brasília conta com 10 mil pessoas. Uma das faixas diz #foraMaia, em referência ao presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ), e #foraSTF. "Alô Rodrigo Maia, o povo não é bobo. Ele sabe que você foi eleito pelo manto da impunidade", diz um dos manifestantes do trio. (Estadão Conteúdo)

Multidão de ato pró-governo segue em direção à Praça dos Três Poderes em Brasília

11h25 - Em ato programado para acontecer em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, em apoio às pautas do governo Bolsonaro, uma multidão de manifestantes caminha em direção à Praça dos Três Poderes na manhã deste domingo (26), quando estão programados protestos em pelo menos 312 cidades brasileiras. Os manifestantes estão acompanhados de trios elétricos, identificados pelos movimentos Limpa Brasil e Direita Brasil. Também já há pessoas concentradas em frente ao Parlamento.

Entre os apoiadores, em grande parte vestidos com roupas em cores verde e amarelo, pessoas carregam bandeiras do Brasil e também estampadas com o rosto do presidente Jair Bolsonaro. Faixas pedem aprovação de pautas do Executivo pelo Congresso, como a aprovação da reforma da Previdência e do projeto anticrime e anticorrupção do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

De cima do trio identificado pelo Movimento Limpa Brasil, um homem no microfone defende essas pautas e também aprovação da reforma administrativa, que diminuiu o número de ministérios, e ainda a instauração da CPI da Lava Toga, comissão parlamentar de inquérito para investigar o "ativismo judicial" em tribunais superiores.

Há pouco, de cima de um dos trios, uma mulher pediu para que pessoas se oferecessem para vestir uma roupa de "lagosta do STF" O Supremo Tribunal Federal foi alvo de polêmica recente em função de um edital que prevê refeições com lagosta e vinhos com premiação internacional. (Estadão Conteúdo)

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