Lula chega a São Paulo para velório do neto de 7 anos
Lula está preso desde abril em Curitiba. Crédito da foto: Nelson Almeida/ AFP
O ex-presidente Lula chegou ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, por volta das 8h30 deste sábado (2). O petista deixou Curitiba, onde está preso na Operação Lava Jato, para comparecer ao velório do neto Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos.
Por volta das 7h, um helicóptero saiu da Superintendência da Polícia Federal, na capital paranaense, onde o ex-presidente está detido deste abril do ano passado. A juíza Carolina Lebbos, da 12.ª Vara Federal, autorizou na sexta-feira (1º), que o ex-presidente fosse à cerimônia.
Arthur Araújo Lula da Silva, filho de Sandro Luís Lula da Silva, um dos três filhos do ex-presidente com a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morreu nesta sexta-feira (1º), vítima de meningite meningocócica. Após o pedido da defesa, o processo em que corre a Execução Penal de Lula entrou em sigilo
Após o pedido da defesa, o processo em que corre a Execução Penal de Lula entrou em sigilo. Carolina autorizou a participação de Lula no velório, mas ordenou o sigilo sobre os detalhes do deslocamento "a fim de preservar a intimidade da família e garantir não apenas a integridade do preso, mas a segurança pública". (Por Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Galhardo - Estadão Conteúdo)
Ação de PM em velório incomoda familiares
A Polícia Militar de São Paulo fez um esquema especial de segurança antes da chegada do ex-presidente ao velório do neto. Ao todo, seis PMs armados estão na capela onde o corpo do menino está sendo velado. Além disso, mais de dez viaturas estão no entorno do local e uma barreira feita na entrada do cemitério causou incômodo à família de Lula.
O deputado estadual Emídio de Souza e Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, conversaram com o comando da Polícia Militar no local pedindo que os agentes sejam menos ostensivos e reclamando de exageros na operação. O comandante da PM afirmou que o combinado é a entrada apenas de familiares e amigos da família.
Segundo advogados petistas, Lula deixou a sede da PF em Curitiba, onde cumpre pena, em um helicóptero da corporação. Pouco depois ele embarcou no avião oficial do governo do Paraná no aeroporto Bacacheri, de onde seguiria para Congonhas, em São Paulo. De lá, Lula embarcou em outro helicóptero da PF em direção a São Bernardo.
A cremação de Arthur está marcada para 12h no cemitério Parque da Colina, onde também foi cremada a avó do garoto, Marisa Letícia, morta em 2017.
Durante a noite de sexta-feira (1º) e a madrugada deste sábado (2) parentes, amigos da família e aliados de Lula estiveram no local para prestar solidariedade à família. Entre eles a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, os ex-ministros Alexandre Padilha, Gilberto Carvalho e Paulo Vannuchi, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o médico Roberto Kallil Filho. Pela manhã chegaram o deputado estadual Emidio de Souza e o advogado Marco Aurélio Carvalho.
O clima no velório era de profunda tristeza. Sandro, filho caçula de Lula e pai de Arthur, chorava em uma cadeira ao lado do caixão branco do garoto, sob o qual foram postos um par de chuteiras e uma bola de futebol. (Por Ricardo Galhardo e Pedro Venceslau - Estadão Conteúdo)
Cemitério libera entrada de apoiadores
Foi liberada a entrada de apoiadores de Lula no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo (SP), onde ocorre o velório de Arthur. Às 12h o corpo do garoto será cremado. Foi pedido aos apoiadores que não se manifestassem dentro do cemitério, em respeito a Lula e a sua família.
Antes da liberação, dezenas de apoiadores se aglomeraram na entrada do cemitério para prestar solidariedade. Eles ficaram em silêncio na maior parte do tempo. A grande maioria também não trajava camisas ligadas a Lula ou ao PT, nem portava bandeiras. (Por André Ítalo Rocha - Estadão Conteúdo)