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Lava Jato denuncia ex-diretor da Dersa por lavagem de dinheiro

04 de Setembro de 2020 às 08:26

Lava Jato Paulo Vieira de Souza foi denunciado pela Lava Jato SP. Crédito da foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados

A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo denunciou nesta quinta-feira (3), o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza por lavagem de dinheiro. A peça foi apresentada à Justiça Federal um dia depois dos integrantes da operação renunciarem em massa em protesto à atuação da procuradora responsável pela distribuição dos casos da operação.

Paulo Vieira de Souza é apontado como suposto operador de propinas do PSDB no Estado. O ex-diretor da Dersa chegou a ser condenado a 145 anos de prisão por supostos desvios de R$ 7,7 milhões que deveriam ser aplicados na indenização de moradores impactados por obras do Rodoanel Sul, mas a sentença foi anulada em dezembro do ano passado. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, Vieira de Souza teve a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar.

De acordo com a nova denúncia da Lava Jato, o ex-diretor da Dersa teria utilizado duas empresas da família -- o hotel Giprita Ltda e a P3T Empreendimentos e Participações -- para ocultar a origem de valores e bens ilícitos por ele angariados em esquemas ilícitos envolvendo as obras do Rodoanel Sul e do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo. Paulo Vieira de Souza teria recebido propinas em troca de renegociação de contratos e direcionamento de licitações.

Segundo a Lava Jato, a lavagem das vantagens ilícitas ocorria em diversas “camadas” -- as propinas eram incorporadas ao faturamento do hotel Giprita, por meio de depósitos em espécie amparados em hospedagens fictícias, inclusive indicando o próprio hotel como hóspede. Após os valores ilícitos serem misturados às contas do hotel, o estabelecimento transferia montantes para P3T Empreendimentos, com objetivo de distanciar ainda mais o dinheiro da origem criminosa.

Segundo a Lava Jato bandeirante, o esquema envolveu a esposa do ex-diretor da Dersa, Ruth Arana de Souza, e suas duas filhas, Priscila Arana de Souza e Tatiana Arana Souza Cremoni. Os operadores Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran e um gerente do hotel Giprita também participaram dos supostos crimes. Os envolvidos foram procurados, mas não haviam se manifestado até o fechamento desta edição. (Estadão Conteúdo)