Buscar no Cruzeiro

Buscar

Justiça do Rio determina que Netflix tire do ar o especial do Porta dos Fundos

08 de Janeiro de 2020 às 20:37

filme A Primeira Tentação de Cristo Cena do filme "A Primeira Tentação de Cristo", da produtora Porta dos Fundos. Crédito da foto: Reprodução

A Justiça do Estado do Rio determinou nesta quarta-feira (8) que a Netflix tire do ar o especial de Natal feito pelo Porta dos Fundos. O grupo humorístico também está proibido de autorizar a exibição do filme por qualquer meio. O descumprimento dessas ordens pode gerar multa de R$ 150 mil por dia de exibição do filme.

O vídeo, chamado A Primeira Tentação de Cristo, retrata Jesus Cristo como um homossexual que se envolve com Lúcifer. Na versão, Maria trai José com Deus.

O especial de Natal gerou polêmica e virou pretexto para um atentado contra a sede da produtora do Porta dos Fundos, no Humaitá (zona sul do Rio de Janeiro), na madrugada de 24 de dezembro. Dois coquetéis molotov foram lançados, por um grupo que se apresentou na internet como integralista, dentro do prédio, causando um incêndio que foi controlado antes de causar danos significativos.

Acusado do atentado

Um acusado pelo atentado - Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos - está foragido desde 31 de dezembro. Ele viajou para a Rússia antes de sua prisão ser decretada.

A decisão de tirar o especial do ar foi tomada pelo desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível. O agravo de instrumento foi proposto pela Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura, um grupo religioso carioca.

Inicialmente a entidade propôs uma ação civil pública pedindo que o vídeo fosse retirado do ar, mas em primeira instância o pedido foi negado. "Não constatei a ocorrência de qualquer ilícito (...). Também não verifiquei violação aos direitos humanos, incitação ao ódio, à discriminação e ao racismo, sendo que o filme também não viola o direito de liberdade de crença, de forma a justificar a censura pretendida", escreveu, em 19 de dezembro, a juíza Adriana Jara Moura, da 16ª Vara Cível. O grupo recorreu e agora o desembargador atendeu ao pedido.

Até às 19h, o grupo Porta dos Fundos e a Netflix não haviam se manifestado sobre a decisão judicial. (Estadão Conteúdo)

[irp posts="202650" ]