Governo de SP vai contratar 1.185 profissionais de saúde, afirma Doria
Para assegurar o sigilo médico, o texto estabelece que todos os atendimentos deverão ser gravados e guardados - Foto: Pixabay
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira, 13, a contratação de 1.185 profissionais da saúde para atuar no sistema de saúde pública do Estado.
Segundo Doria, o Estado fará a convocação de 260 profissionais aprovados em concursos públicos anteriores, que começarão a trabalhar no próximo dia 22 de abril, e deve realizar novo concurso público para a contratação adicional de 925 profissionais da saúde.
De acordo com o governador, ao todo, serão 245 médicos, 840 técnicos de enfermagem, 50 fisioterapeutas, 30 oficiais de saúde e 20 assistentes sociais.
As contratações deverão suprir vagas em hospitais e centros de atendimento. As inscrições para o concurso ficarão abertas entre os dias 15 e 22 de abril, com início previsto para o dia 1º de maio.
Isolamento
João Doria comemorou na entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes o aumento da taxa de adesão ao isolamento social no Estado, que passou de 47% para os 59% observados ontem, Domingo de Páscoa. Segundo Doria, o próximo desafio do governo é ultrapassar os 60% de adesão à quarentena.
O governador já havia falado, em outra ocasião, que a meta do governo do Estado é atingir, de maneira consistente, a taxa de 70% da população isolada.
A medida de isolamento social é recomendada por autoridades médicas, incluindo a Organização Mundial da Saúde, para achatar a curva de infectados pelo novo coronavírus.
Ao agradecer a população paulista, Doria reiterou que, com a maior adesão ao isolamento, São Paulo conseguirá reduzir o número de infectados e mortos por covid-19, além de garantir maior agilidade para retomar a atividade econômica no Estado.
"Quanto maior o isolamento, mais rápido sairemos desta crise e voltaremos ao normal", afirmou.
Vigilância Sanitária
Depois de cogitar, na última quinta-feira, 9, o uso da Polícia Militar para garantir o isolamento social no Estado de São Paulo, o governador disse que serão agentes da Vigilância Sanitária que devem começar a visitar comércios e outros estabelecimentos não essenciais que insistem em ficar abertos em meio à quarentena contra o novo coronavirus. O que a PM fará é dar apoio a esses agentes.
Doria havia recebido críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após o anúncio da medida, classificada como autoritária, e chegou a ser alvo de um protesto na avenida Paulista no último fim de semana. O governador disse que as críticas vinham de “pequenos grupos” e afirmou que não está “preocupado” com essas manifestações, “que têm espírito político”. “A elas, o meu distanciamento. Prefiro ficar com a medicina”, disse Doria
Serão 200 agentes de vigilância sanitária, que irão a locais já mapeados pelo Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi), do governo estadual, que está listando os locais através de denúncias. Os agentes, segundo Doria, também irão orientar pessoas aglomeradas em locais públicos -- mas sem o estabelecimento de multa ou outras punições. Na capital paulista, epicentro da doença, a vigilância sanitária municipal reforçará a ação, e o Estado espera o mesmo dos demais municípios.
Doria disse que não comentaria entendimento da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União de que caberia ao presidente da República decisões sobre o isolamento, não a governadores. Entretanto, afirmou que, no Brasil, são os Estados que coordenam, regionalmente, as ações de educação, saúde e segurança. "As incidências dos vírus não são iguais em todos os Estados", disse o governador, ao pedir manutenção do respeito ao pacto federativo.
Rio de Janeiro
O governador do Rio, Wilson Witzel, prorrogou para o dia 30 deste mês a validade de uma série de medidas restritivas que a população deve acatar no enfrentamento do coronavírus. Entre as medidas que vão ser mantidas estão o fechamento de escolas, creches e faculdades públicas e privadas e a suspensão de qualquer tipo de evento. Também os cinemas e teatros vão permanecer fechados, assim como os espaço de lazer e comércio, com exceção daqueles que prestam serviços essenciais, desde que obedeçam medidas de segurança, como a de evitar aglomerações. (Estadão Conteúdo)