Flexibilização não é motivo para sair de casa sem necessidade, diz secretária
Secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Patricia Ellen. Crédito da foto: Governo do Estado de SP (27/5/2020)
A reabertura parcial de shoppings e estabelecimentos comerciais em parte do Estado de São Paulo, a partir da próxima segunda-feira, não deve ser motivo para que as pessoas deixem de adotar medidas de isolamento social e de proteção contra o coronavírus, segundo a secretária de Estado de Desenvolvimento Social, Patricia Ellen. Especialistas em infectologia e medicina do comportamento recomendam que as pessoas saiam de casa apenas em situações de necessidade. Eles também orientam evitar visitas, principalmente a pessoas que fazem parte dos grupos de risco, como idosos.
Segundo Patricia, este é um momento para reforçar a proteção. "O papel do cidadão é cobrar de estabelecimentos o cumprimento das regras e fazer compras de forma breve, prática e com muito cuidado. Não está na fase de sair para passeio. Os grupos de risco têm de continuar em casa." Patricia diz que a abertura de parte do comércio não deve ser um estímulo para que as pessoas comecem a fazer visitas nem organizar eventos com parentes e amigos.
Celso Granato, professor de infectologia da Universidade Federal de São Paulo e diretor-clínico do Fleury, alerta que a retomada do funcionamento dos shoppings e lojas coincide com o período frio, de modo que as pessoas precisam tomar mais cuidado ao frequentar locais fechados. "Se precisar ir a determinada loja, deve ir, comprar o que precisa e voltar para casa. Não é para passear."
Visitas a parentes e amigos devem ser evitadas. "As pessoas devem continuar lavando as mãos, usando máscaras e fazendo compras pela internet. As famílias que podem evitar o contato, devem manter isso, especialmente quem tem parentes no grupo de risco. As pessoas precisam ter bom senso, porque o vírus não deixou de existir", diz.
"Estamos em situação de transição. Não é hora de sair visitando todas as pessoas, porque a flexibilização está buscando reconfigurar uma nova vida, mas as relações vão ser retomadas aos poucos", diz Ricardo Monezi, professor da PUC-SP e especialista em medicina do comportamento. (Estadão Conteúdo)