Embrapa anuncia bioinseticida contra pragas na soja, milho e algodão
O bioinseticida não representa risco para o meio ambiente, garante a Embrapa. Crédito da foto: Jaelson Lucas / Arquivo AEN (10/3/2020)
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) anunciou um novo bioinseticida que, segundo a empresa, combate pragas que atacam as lavouras de soja, milho e algodão sem colocar em risco a saúde de trabalhadores que manipulam o produto. O bioinseticida não representa risco também para o meio ambiente, nem para os demais insetos, garante a Embrapa.
Denominado comercialmente como Acera, o novo pesticida é indicado para o controle de pragas como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), e a falsa-medideira (Chrysodeixis includens). Ele é formado a partir de duas cepas da bactéria chamada Bacillus thuringiensis (Bt), que produzem proteínas com propriedades tóxicas específicas para insetos, que são inofensivas para humanos e outros vertebrados.
“Diferentemente de pesticidas químicos, [o Acera] é inócuo para o meio ambiente. O produto deve ser pulverizado sobre as folhas, e, ao comê-las, as lagartas são afetadas pela ação dessas proteínas”, informou por meio de nota a Embrapa.
De acordo com a Embrapa, que desenvolveu o pesticida por meio de uma parceria com a empresa Ballagro, a “grande vantagem” desse produto biológico é o fato de ele “não afetar o meio ambiente, não intoxica aplicadores, não mata os inimigos naturais das pragas, além de não poluir rios e nascentes”.
“O Acera foi registrado para o controle dessas duas espécies de lagarta e poderá ser usado em culturas como soja, milho, algodão e diversas outras”, explicou o pesquisador da Embrapa Fernando Hercos Valicente, desenvolvedor e responsável pela tecnologia na Empresa.
Segundo Valicente, anualmente, por diversas razões, há um aumento da resistência das principais “pragas controladas por cultivares transgênicas”. “Consequentemente, ocorre a ampliação do uso do controle químico em complemento aos transgênicos, na tentativa de reduzir perdas na produção agrícola. Tudo isso acarreta prejuízos econômicos, sociais e ambientais expressivos”. (Agência Brasil)