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Em SP, falta itens para kit-intubação

10 de Abril de 2021 às 00:01

Em SP, falta itens para kit-intubação Medicamentos do kit intubação. Crédito da Foto: Américo Antonio / Sesa

Pelo menos 591 serviços municipais de saúde de São Paulo estão com os estoques de bloqueadores neuromusculares zerados. Os sedativos estão em falta em 342 serviços. Os dois medicamentos são essenciais para a intubação de pacientes -- procedimento que se tornou mais frequente por ser usado no tratamento dos casos mais graves de Covid-19. Médicos estão recorrendo a remédios mais antigos, já fora de uso, para suprir a escassez.

Os dados são de levantamento divulgado pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems/SP). Como o Estadão já havia noticiado, não só hospitais, mas também Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), pronto socorros e até postos de saúde recebem pacientes de Covid.

A Secretaria Estadual de Saúde diz que o Ministério da Saúde não está enviando os medicamentos nas quantidades necessárias. “Após constantes cobranças, o governo federal liberou para o Estado de São Paulo desde a última semana de março 215.313 ampolas de neurobloqueadores e anestésicos, o que corresponde a apenas 6% do que é necessário para atender a demanda mensal da rede pública, de 3,5 milhões.” O ministério não se manifestou.

O levantamento do Cosems/SP foi feito com 1.514 serviços de saúde de 265 municípios. “Estamos usando sedativos e bloqueadores mais antigos, tentando resgatar medicamentos que usávamos lá atrás para que ninguém fique sem assistência”, afirmou Geraldo Reple, presidente do Cosems/SP e secretário municipal de Saúde de São Bernardo do Campo.

A questão do oxigênio também preocupa, menos pela escassez em si, mais pela logística de distribuição. “Temos uma boa capacidade de produção”, afirmou Reple. Com o aumento dos casos, os cilindros de oxigênio precisam ser trocados com muito mais frequência. “E isso é complicado em cidades mais distantes.” (Estadão Conteúdo)