Congresso promulga nova Previdência; veja como ficam as novas regras
Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, durante sessão do Congresso Nacional para promulgação da emenda constitucional (103/2019) da reforma da Previdência. Crédito da foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Sem a presença do presidente Jair Bolsonaro e de ministros do governo, o Congresso Nacional promulgou, nesta terça-feira (12), a reforma da Previdência. A promulgação foi assinada pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em sessão solene do Congresso no plenário do Senado. O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e outros integrantes do Ministério da Economia acompanharam a solenidade.
Na mesa da sessão, estavam apenas parlamentares, entre eles integrantes dos comandos da Câmara e do Senado e líderes do governo. Alcolumbre minimizou a ausência de Bolsonaro. “É um sinal de que o governo federal, através do Poder Executivo, e o Parlamento brasileiro estão trabalhando em harmonia, mas com independência, respeitando cada um o papel do outro”, afirma o presidente do Senado. Ele citou que, em diversas sessões anteriores de promulgação de emendas constitucionais, não houve a presença do chefe do Executivo.
Ao contrário de um projeto de lei, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) não precisa da sanção do presidente. A reforma levou oito meses para ser aprovada por deputados e senadores. A tramitação foi concluída no dia 23 de outubro. Neste ano, a previsão é que o rombo do INSS e dos regimes próprios de servidores federais civis e militares chegue a R$ 292 bilhões.
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Novos trabalhadores
Com a promulgação, novos trabalhadores só poderão se aposentar com 62 anos (mulheres) e 65 anos (homens), tanto na iniciativa privada quanto no setor público federal, com tempo mínimo de contribuição de 15 anos (mulheres), 20 anos (homens) e 25 anos para servidores de ambos os sexos. Professores, policiais e profissionais expostos a agentes nocivos (como quem trabalha na mineração) têm regras mais brandas.
Bolsonaro não assistiu Congresso aprovar a reforma. Crédito da foto: Evaristo Sa / AFP (29/08/2019)
Quem já está no mercado de trabalho poderá escolher a mais vantajosa entre as regras de transição. Durante esse período, o tempo mínimo de contribuição permanece em 15 anos para homens e mulheres.
Ainda está em tramitação a PEC paralela, que deve incluir Estados e municípios na reforma da Previdência.
Investimentos
O ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse nesta terça-feira (12) que o governo tem se preocupado em criar ambiente amigável para negócios e atrair investidores. Segundo ele, a aprovação da reforma da Previdência contribui para isso. De acordo com o ministro, já se observa uma expansão no varejo, na atividade industrial e recuperação moderada do emprego.
Ao discursar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-AP), não citou Bolsonaro. Maia apontou que alguns governadores ajudaram na aprovação da proposta e outros, mesmo recebendo recursos do pacto federativo, não fizeram o mesmo. "Infelizmente, outros não nos ajudaram na reforma da Previdência, mas, mesmo assim, vão receber os recursos da cessão onerosa. Claro que o Congresso não divide entre aqueles que votam a favor ou votam contra", declarou Maia.
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Proposta Ousada
Alcolumbre, por sua vez, citou Bolsonaro por ter enviado aquilo que classificou como uma "proposta ousada" ao Congresso Nacional. "O texto-base da reforma não poupou o desejado R$ 1 trilhão, mas poupou, sim, muito sofrimento principalmente dos brasileiros mais vulneráveis", afirmou. Para ele, o País precisava ter feito a reforma ou "estávamos aniquilados".
Maia e Alcolumbre manifestaram compromisso em aprovar outras reformas, como tributária e administrativa. "Essa reforma é a primeira delas e tenho certeza de que todos nós, em conjunto, faremos as outras", disse Maia. "Faremos essas reformas com a mesma determinação que tivemos na reforma da previdência", discursou Alcolumbre.
Alguns líderes partidários usaram a tribuna para discursar durante a sessão. No dia em que o presidente Jair Bolsonaro decide deixar o PSL, o líder da legenda no Senado, Major Olimpio (SP), afirmou que o partido continua comprometido com a agenda reformista. (Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
Mudanças definidas. Crédito da foto: Pedro Negrão/ Arquivo JCS (06/01/2015)
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