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‘Com taxa de isolamento em 48% não será possível flexibilização em SP’, diz Doria

25 de Abril de 2020 às 00:01

‘Com taxa de isolamento em 48% não será possível flexibilização em SP’, diz Doria Para reabertura em maio, autoridades dizem que taxa mínima de confinamento deve ser de 50%. Crédito da foto: Divulgação Governo do Estado de São Paulo

O governador João Doria (PSDB-SP) mostrou-se preocupado com a taxa de isolamento social registrada nesta sexta-feira (24) na capital de São Paulo e na sua região metropolitana, de 48%. Para a última quarta-feira, dia 22, o governo do Estado havia calculado o mesmo índice, insuficiente, segundo Doria, para manter o plano de flexibilização da quarentena que tem previsão para iniciar no dia 11 de maio. O governador afirmou que, para realizar o relaxamento da quarentena, a taxa mínima de isolamento da população deve permanecer em, pelo menos, 50%.

O coordenador do Centro de Contingência do novo coronavírus em São Paulo, David Uip, também alertou a população pelo baixo índice de isolamento. “Estamos num momento que não podemos ter relaxamento do isolamento. Tudo o que planejamos e conseguimos com as políticas adequadas de quarentena pode se perder com a falta de colaboração de parte da sociedade”, disse o infectologista.

Uip afirmou estar muito preocupado com as aglomerações que viu nas ruas da capital paulista. Segundo o secretário da Saúde do Estado, José Henrique Germann, a taxa de ocupação dos leitos de UTI para pacientes com Covid-19 em São Paulo é de 77%, enquanto que nas enfermarias a ocupação está em 67%. O secretário ainda disse que o Hospital das Clínicas e o Instituto Emílio Ribas são os hospitais públicos da capital que apresentam maior lotação.

Volta às aulas

O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, afirmou ontem o retorno às atividades educacionais - dentro do Plano São Paulo, que prevê a flexibilização da quarentena no Estado a partir do dia 11 de maio -- será feito de forma gradual a partir de julho. Rossieli, entretanto, não descarta que a medida seja postergada caso a população não cumpra as metas de isolamento social.

Segundo o vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia, a volta às aulas é condição para a reabertura do comércio. “Uma das grandes preocupações que as entidades do setor produtivo mostram é com o planejamento de volta às aulas, porque uma coisa tem a ver com a outra: na medida em que se retoma uma atividade econômica, há a necessidade de que pais e mães possam contar com o sistema público de ensino”, afirmou Garcia.

De acordo com Rossieli, a retomada das atividades escolares terá início pela educação infantil para regiões específicas aprovadas pelo Comitê de Contingência do Coronavírus. Rossieli informou que terão prioridade os filhos de mães trabalhadoras. “Teremos um acolhimento muito especial para recuperar o clima escolar”, disse ontem durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

O secretário também afirmou que o governo estuda realizar o retorno para o ensino fundamental e médio na forma de rodízio entre os alunos para reduzir a lotação das salas.

Isolamento

Dados do Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi) do governo de São Paulo apontam que os bairros de Marsilac e Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo, são as localidades com maiores índices de isolamento social, com 79% e 70%, respectivamente. Por outro lado, os bairros de Vila Nova Conceição e Alto da Boa Vista, também na zona sul, estão no lado oposto, com baixos índices de adesão à quarentena, com 33% e 37%.

Esse índice é definido a partir de vários bancos de dados. Um deles é a movimentação de pessoas captada pelas antenas de telefonia celular dentro de regiões específicas do Estado. Quando a pessoa se afasta 200 metros da residência, o levantamento considera que ela rompeu o isolamento. A análise, feita pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), não faz distinção entre idas ao supermercado ou ao trabalho. E se uma pessoa sair sem o aparelho os dados são não computados. (Estadão Conteúdo)