Começa a chover em Brumadinho; 11 mortes estão confirmadas
Autoridades vinham monitorando o risco de chuva desde a manhã - Foto: Douglas Magno/AFP
Começou por volta das 15h desta sexta-feira (26) a chover na região de Brumadinho (MG), onde ocorreu na sexta-feira (25) a ruptura de uma barragem da Vale. Autoridades vinham monitorando o risco de chuva desde a manhã, sob o argumento de que a água poderia provocar uma piora nas condições da área. O acúmulo de lama com rejeitos da exploração de minério de ferro formou uma espécie de barreira na área, que poderia se dissolver em decorrência da chuva.
Há pouco, o Corpo de Bombeiros confirmou que o número de mortes já chega a 11. Ainda segundo os Bombeiros, já foram localizados mais corpos, cujo resgate começou a ser preparado. A corporação, entretanto, não quis confirmar quantos foram encontrados.
Mais cedo, um ônibus com funcionários da Vale foi encontrado na barragem da Mina Córrego do Feijão. A corporação não quis confirmar o número de pessoas que haviam no veículo, que estava soterrado, mas disse que todos os passageiros estavam sem vida.
O governo federal aceitou o pedido para que seja decretado estado de calamidade pública em Minas Gerais, decisão que facilita a liberação e mobilização de recursos para dar continuidade aos trabalhos de resgate na região. Cerca de 84 famílias ainda aguardam o resgate do Corpo de Bombeiros. A informação é da corporação, que afirmou que estas famílias não correm nenhum risco. A maior dificuldade é que eles estão sem luz e energia elétrica, por conta disso está sendo difícil fazer o contato. (Com informações de Pablo Pereira e Luan Santos - Estadão Conteúdo)
Reunião do comitê de crise irá detalhar medidas de apoio a Brumadinho
O comitê de crise do governo federal para tratar da tragédia em Brumadinho (MG) se reunirá às 18 horas. O encontro servirá para detalhar o que o presidente Jair Bolsonaro prometeu de ajuda ao governo de Minas Gerais. Bolsonaro visitou mais cedo a região atingida pelo rompimento de uma barragem de rejeitos na cidade mineira. Dentre as medidas que poderão ser adotadas pelo governo federal está a liberação de recursos do FGTS e do Bolsa Família para as pessoas atingidas.
O Comitê de Gestão e Avaliação dos Desastres da Ruptura da Barragem do Córrego de Feijão, em Brumadinho, e o Conselho Ministerial de Supervisão dos Trabalhos foram criados nesta sexta por decreto do Bolsonaro. Os trabalhos são coordenados pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Também participam dos grupos os ministérios da Defesa, Meio Ambiente, Minas e Energia, Direitos Humanos, Saúde, Gabinete de Segurança Institucional e Advocacia-Geral da União (AGU).
Bolsonaro visitou mais cedo a região atingida - Foto: Foto: Isac Nóbrega/PR
Ao chegar ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro saiu do carro e falou rapidamente com jornalistas. "Uma tragédia. Vou trabalhar para que novas não aconteçam. O governo federal e o estadual tomaram todas as providências de imediato para ajudar a minimizar a dor dos familiares. Estamos tomando todas as providências para ajudar as famílias", disse.
Bolsonaro ressaltou que o trabalho agora "é basicamente a busca de desaparecidos". Infelizmente, pode aumentar muito o número de mortos". Questionado se pretendia aumentar o rigor para evitar novas tragédias, Bolsonaro apenas respondeu: "Tudo é importante". (Leonencio Nossa - Estadão Conteúdo)
Vale está realizando drenagem de barragem com uso de bombas
Um dia após o rompimento de uma barragem, a Vale informou neste sábado que está realizando a drenagem da Barragem 6 com o uso de bombas, para reduzir a quantidade de água. O monitoramento da estrutura está sendo realizado a cada uma hora, juntamente com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. A estabilidade da estrutura está sendo monitorada.
A Vale também informou há pouco que equipes da companhia trabalham desde a última sexta-feira, ininterruptamente, junto com o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, no apoio ao resgate das vítimas. A empresa colocou à disposição 40 ambulâncias, 800 leitos e um helicóptero para o apoio ao resgate, além de água potável para a comunidade. "Desde o rompimento, a Vale disponibilizou postos para atendimento aos atingidos. Nesses locais, empregados da empresa e voluntários estão atuando na prestação de serviço de acolhimento e identificação", afirma a empresa em nota.
Segundo a Vale, a Defesa Civil orientou que as pessoas das áreas atingidas ainda não retornem às suas casas e que procurem o centro de acolhimento, com prioridade para a Estação Conhecimento de Brumadinho.
"A prioridade máxima da Vale, neste momento, é apoiar nos resgates e atendimentos às vítimas para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais", diz.
Atendimento
A Vale informa também que abriu canal para cadastro de interessados em prestar apoio aos atingidos pelo rompimento da barragem em Brumadinho. O cadastro de voluntários está sendo feito pelos números 0800 285 7000 e 0800 821 5000 (Ouvidoria da Vale).
Por esses mesmos telefones, a empresa está recebendo dados de sobreviventes encontrados, reporte de desaparecidos, solicitação de apoio emergencial (abrigo, água, cesta básica, roupa, medicamento, transporte etc) e reparação.
As ações são do Comitê de Ajuda Humanitária, formado por uma equipe de assistentes sociais e psicólogos que fazem o atendimento aos atingidos e seus familiares.
Eventuais doações voluntárias podem ser encaminhadas para o Centro Comunitário Córrego do Feijão (Estr. p/ Casa Branca, Brumadinho - MG, 35460-000). Alimentos não perecíveis, água e materiais de limpeza devem ser encaminhados para o 18º Batalhão da PM de Contagem, 2 º Batalhão de Bombeiros de Contagem, 66º Batalhão da PM de Betim e 5º Batalhão da PM da Gameleira, em Belo Horizonte. (Beth Moreira - Estadão Conteúdo)
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