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Chega a 9 o número de mortos em prédios que desabaram no Rio

14 de Abril de 2019 às 07:42

Equipes que atuam na busca e resgate de pessoas após o desabamento dos dois prédios na comunidade da Muzema, continuam as buscas. CRédito da foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.

O Corpo de Bombeiros encontrou o corpo de um menino nos escombros de dois prédios, construídos ilegalmente na comunidade da Muzema, na zona oeste do Rio, que desabaram na manhã de sexta, 12. Com mais essa vítima, chega a nove o número de mortos.

O corpo da criança foi encontrado por volta das 22h deste sábado, 13. Duas horas antes, os bombeiros haviam localizado mais uma vítima, uma mulher, entre os escombros. Os dois corpos, ainda não identificados, foram encaminhados para o Instituto Médico Legal. Ainda há 15 desaparecidos.

Ao todo, os bombeiros retiraram 17 pessoas dos escombros, seis delas com vida. Um adolescente morreu no hospital. Ainda há quatro sobreviventes internados. Os bombeiros continuarão trabalhando pela noite e toda madrugada.

Na madrugada deste sábado, 13, o adolescente Hilton Guilherme Sodré, que havia sido resgatado com vida dos escombros horas antes, morreu durante cirurgia no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea (zona sul do Rio). Hilton passou cerca de 16 horas sob os escombros.

Desde a manhã de sexta, 100 militares da corporação atuam nas buscas. Eles trabalham com o auxílio de cães farejadores, drones e helicópteros.

Os bombeiros acreditam que ainda podem encontrar sobreviventes. "Este cenário (queda de edifício) é muito mais propício a encontrar vida (do que num deslizamento de terra), porque a gente pode trabalhar com células, pequenos habitáculos onde as pessoas podem se manter vivas", explicou o coronel Luciano Sarmento, que coordena a operação.

Segundo Sarmento, as buscas por sobreviventes irá continuar até o fim da operação. "Temos relatos de pessoas que sobreviveram até sete dias nessas condições. Vamos trabalhar até o fim da operação com essa possibilidade."

Todo o condomínio foi construído sem licenciamento e não tem ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) nem engenheiro responsável. As obras foram interditadas em novembro de 2018, segundo a prefeitura do Rio.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, foi até a comunidade da Muzema para acompanhar as buscas. Ao chegar ao local, por volta das 8h30 da manhã, duas horas depois do desabamento, o prefeito foi vaiado pela população que se aglomerava na rua à espera de notícias sobre os moradores dos prédios.

Juliana Carvalho Moura, que mora na casa em frente aos dois prédios que desabaram, contou que uma moradora do primeiro andar de uma das construções chegou a gritar para tentar alertar os vizinhos do desmoronamento iminente. "Eram umas 6h30, e dava pra ouvir muitos estalos, barulho, e a mulher começou a gritar 'tá caindo, tá caindo, sai, vai cair'. Achei que era a ribanceira que tava caindo, mas era o prédio", contou. (Estadão Conteúdo)