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Bolsonaro avalia recriar pasta da Cultura para ter Regina Duarte

19 de Janeiro de 2020 às 09:00

Bolsonaro avalia recriar pasta da Cultura para ter Regina Duarte Presidente da República, Jair Bolsonaro durante a execução do Hino Nacional. Crédito da foto: Alan Santos / PR (16/1/2020)

Para abrigar a atriz Regina Duarte no governo federal, o presidente Jair Bolsonaro avalia recriar o Ministério da Cultura, segundo interlocutores do Planalto. A leitura do governo é que o nome da atriz é poderoso demais para assumir apenas uma "secretaria", status atual da pasta que era comandada até sexta-feira (17) pelo dramaturgo Roberto Alvim. Ele foi demitido do cargo após protagonizar um vídeo com referências ao nazismo.

Bolsonaro e Regina Duarte devem se encontrar na segunda-feira (20) no Rio de Janeiro para tomar uma decisão sobre a entrada da atriz no governo federal. O presidente já tinha agendas marcadas na capital fluminense - às 10h, ele se encontra com o prefeito Marcelo Crivella.

Regina Duarte é convidada para a secretaria de Cultura de Bolsonaro Jair Bolsonaro ao lado da atriz Regina Duarte. Crédito da foto: Fotos Públicas

A recriação do Ministério da Cultura pode ser feita por meio de Medida Provisória (MP), que passa a valer quando é publicada no Diário Oficial, mas precisa de aval do Congresso Nacional para seguir em vigor. Em 2019, os deputados rejeitaram uma emenda para recriar este ministério, apresentada sobre a MP que estruturou a administração do governo Bolsonaro, rebaixando o status da pasta de Cultura.

Indefinição

Fontes do governo da área de cultura afirmam que ainda está indefinido se apadrinhados de Alvim serão mantidos. Sérgio Camargo, que disse existir um "racismo nutella" no Brasil e teve nomeação à Fundação Palmares suspensa pela Justiça, é um destes nomes trazidos pelo dramaturgo a Brasília. Segundo um integrante da Secretaria de Cultura, estão todos "assistindo de camarote" ao bombardeio a Alvim.

A ideia do governo é levar um nome de peso, reconhecido no meio cultural, para assumir o posto, nos moldes da indicação de Gilberto Gil para o Ministério da Cultura no governo Lula. Caso ela não aceite o convite, uma das opções cotadas é o ator Carlos Vereza. O Planalto disse que não está confirmado o encontro de Bolsonaro com a atriz. Procurada, a assessoria de Regina Duarte afirmou que ela não pode se manifestar até segunda-feira.

Reunião

Neste sábado (18), a reunião do Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro pretende criar, foi encerrada com uma oração feita pela pastora Rosa Martins. Para o momento religioso, o pastor Laurindo Shalon, coordenador da Associação Internacional Cristã Amigos Brasil-Israel (Haverimbril), foi chamado para se posicionar ao lado do presidente.

"O presidente é uma pessoa sábia. Foi sensível ao anseio da sociedade como um todo. Demonstrou o amor que ele tem para com Israel, para com a comunidade judaica brasileira. Quando alguém se manifestou daquela forma, trouxe a memória da carnificina, do holocausto", comentou o pastor, em entrevista. (Mateus Vargas - Estadão Conteúdo)

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