Buscar no Cruzeiro

Buscar

Arroba do boi gordo bate recorde

04 de Fevereiro de 2021 às 00:01
Da Redação [email protected]

Arroba do boi gordo bate recorde Cenário é favorável para a exportação, mas mercado interno preocupa especialistas. Crédito da foto: Divulgação

Os preços da arroba bovina fecharam o mês de janeiro batendo recorde, desde que se iniciou a série histórica em 2004, mantendo a tendência de alta no começo de fevereiro, com a cotação em algumas praças de São Paulo chegando a R$ 301.

O cenário é positivo para quem exporta, principalmente se considerarmos a alta cotação do dólar em relação ao real e o aumento na demanda mundial, onde diversos sistemas produtivos foram impactados pela pandemia, ao contrário do Brasil, que conseguiu manter o ritmo de crescimento do agronegócio nesse período.

No outro lado da moeda está o mercado interno. Dados do setor apontam que cerca de 30% da carne brasileira é exportada, ficando para o mercado interno a responsabilidade de consumir 70% de toda proteína bovina produzida no país.

Com o preço da carne rompendo barreiras históricas, os frigoríficos têm dificuldades em manter as margens de lucro sem aumentar o valor do produto que será colocado nas gôndolas.

A renda média do brasileiro diminuiu com a pandemia -- que gerou forte desemprego ou redução de jornada. O fim do auxílio emergencial também deve impactar no poder de consumo, inviabilizando qualquer margem para ajuste de preços ao consumidor final.

Enquanto o valor da arroba subiu mais de 50% em um ano, o preço médio de 22 cortes analisados no atacado caiu 0,3% no acumulado da última semana. Os cortes traseiros (de maior valor agregado) caíram 0,6%; já os cortes dianteiros tiveram alta de 0,4%, segundo levantamento da Soct Consultoria, divulgado em 01 de fevereiro.

Ao menos por enquanto, não parece que haverá uma queda expressiva de preços no curto prazo. Janeiro é um mês tradicionalmente com baixa oferta de boiadas para a venda.

Outro fator que chama atenção é a alta retenção de matrizes para reposição. Com o mercado aquecido e oferta menor do que a demanda, o produtor quer aumentar seu plantel para produzir mais, gerando uma menor oferta de novilhas e vacas para o abate.

Denis Deli - jornalista especializado em agronegócio, pós graduado em Produção e Reprodução animal.