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Acordos garantem 256,4 mi de doses de vacina para o Brasil

18 de Novembro de 2020 às 09:46

Acordos bilaterais permitem acesso à tecnologia da Sinovac e da Astrazeneca. Crédito da foto: Joel Saget/AFP

O Brasil possui dois acordos bilaterais em andamento para acessar futuras vacinas contra o novo coronavírus. O compromisso de compra e transferência da Coronavac, vacina chinesa, foi firmado pelo Governo de São Paulo, com o Instituto Butantan. O Governo Federal firmou contrato com vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, Reino Unido, em parceria com A Fiocruz e Biomanguinhos. Além disso, o País integra a Covax Facility, iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a distribuição de imunizantes licenciados. Esta semana o governo iniciou uma séria de reuniões com representantes das empresas farmacêuticas que encabeçam outros estudos sobre imunizantes.

A parceria entre o Governo de São Paulo, o Instituto Butantan e a farmacêutica Sinovac Life Science foi anunciada em junho. Em setembro, João Doria (PSDB) assinou acordo para produção e distribuição de 46 milhões de doses da Coronavac no valor de US$ 90 milhões. Outros R$ 160 milhões serão investidos na reforma da fábrica do Butantan, que será responsável pela produção da Coronavac.

O contrato também formaliza a transferência de tecnologia para produção da vacina pelo Butantan. Até dezembro, a farmacêutica vai enviar 6 milhões de doses da vacina já prontas, enquanto outras 40 milhões serão produzidas em São Paulo. O Butantan recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar os produtos e insumos em outubro. A previsão é de que as primeiras 120 mil doses da Coronavac cheguem até 20 de novembro. Em fase final de estudos clínicos no Brasil, a Coronavac é considerada uma das vacinas mais promissoras pela OMS.

O segundo acordo bilateral foi firmado entre o Governo Federal, por meio da Fiocruz, e a farmacêutica britânica Astrazeneca para produção da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford. O contrato entre Fiocruz e Astrazeneca é de US$ 250 milhões e está limitado inicialmente a 100,4 milhões de doses, totalmente destinadas a entregas ao Ministério da Saúde e ao SUS. Ao fim do acordo, a Fiocruz terá a capacidade de produzir mais 110 milhões de doses ao longo do segundo semestre de 2021. O contrato prevê a transferência de tecnologia da vacina de Oxford, com início da produção em janeiro do ano que vem.

A estimativa é que a vacinação comece em março. “Não vai haver uma aplicação em massa da vacina”, explicou Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz. “Terá de haver algum critério de priorização, mas isso ainda não foi definido. Ao preço de US$ 3,16 a dose, ela é considerada uma das mais baratas”. Segundo ela, “no 2º semestre, já com a produção inteiramente nacional, serão mais 110 milhões de doses. Um total de 210 milhões de doses em duas etapas”. A vacina também encontra-se na fase 3 de testes clínicos. (Larissa Gaspar - Estadão Conteúdo)