O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), se encontrou com o bilionário Elon Musk, nesta sexta-feira (20), em Porto Feliz. Na reunião, o chefe do Executivo e o dono da fabricante de veículos Tesla e da empresa de transporte especial SPaceX trataram do tema Conectividade e Proteção da Amazônia. O evento ocorreu no hotel de luxo Fasano Boa Vista, às margens da rodovia Castelo Branco (SP-280), com um esquema de segurança que envolveu várias viaturas das Polícias Militar e Rodoviária.

Bolsonaro desembarcou, por volta das 9h20, no São Paulo Aeroporto Catarina Executivo Internacional, em São Roque. A comitiva presidencial chegou por volta das 10h30 no local, onde ocorreu a reunião. Na entrada do hotel, o presidente desceu do automóvel e cumprimentou policiais que faziam a segurança. Ele estava acompanhado de integrantes do governo, como os ministros Fábio Faria (Comunicações), Ciro Nogueira (Casa Civil), Augusto Eleno (GSI), Paulo Sérgio Nogueira (Defesa) e Carlos França (Relações Exteriores).
Já o bilionário sul-africano chegou um pouco antes. Ele desembarcou no aeroporto de São Roque por volta das 8h20. Depois, foi de helicóptero até o hotel. Não se sabe ao certo mas o empresário estava em um dos helicópteros que pousaram no local, por volta das 9h30 e 9h50, respectivamente.

A reunião começou por volta das 11h10. Bolsonaro e o homem mais rico do mundo discutiram questões relacionadas a marcos regulatórios na Amazônia e conectividade nas escolas brasileiras. Na abertura, os dois discursaram e, em seguida, almoçaram juntos. O evento não constava na agenda oficial do presidente. No entanto, um assessor dele transmitiu o início, por meio de uma live numa rede social. O ministro Fábio Farias também publicou algumas fotos em sua página pessoal.

Antes do início da reunião, o bilionário adiantou, no Twitter, os assuntos a serem tratados.‘‘Super empolgado por estar no Brasil para o lançamento da Starlink para 19 mil escolas de área rurais desconectadas e monitoramento ambiental da Amazônia‘, escreveu.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi quem convidou Musk a vir ao Brasil. Durante a manhã, a pasta adiantou alguns temas que seriam abordados. Entre eles as ações do governo federal para a preservação da Amazônia, com o uso de tecnologia avançada, para monitoramento de desmatamento e incêndios ilegais.

Também foi apresentado o trabalho da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) quanto aos marcos regulatórios da região Norte do País. Mas também estiveram na pauta projetos de conectividade para as escolas e unidades de saúde em áreas rurais/remotas e comunidades indígenas. Conforme o Ministério, a meta é conectar 100% das escolas brasileiras até o final deste ano. Outro objetivo é utilizar a tecnologia na preservação da floresta e do desenvolvimento da região amazônica.

O compromisso entre o presidente Bolsonaro e o empreendedor durou cerca de 3h30. Bolsonaro, antes de ir embora, participou de uma live musical ao lado de uma banda e de Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan. O presidente deixou o local por volta das 16h30. Assim como na chegada, ele desceu do carro por alguns minutos e foi ao encontro de apoiadores para fotos e cumprimentos. Algumas pessoas chegaram pela manhã e o aguardaram do lado de fora o dia todo. (Vinicius Camargo)

Satélites da Starlink viabilizam a internet

A reunião do bilionário Elon Musk com o presidente da República, Jair Bolsonaro, ontem (20), em Porto Feliz, envolveu um projeto da Starlink, empresa de Musk, para operar satélites de órbita baixa no Brasil. O ministro da Comunicações, Fábio Faria, teve encontro com Elon Musk em dezembro do ano passado para tratar do projeto.

Segundo o ministro, o governo federal quer utilizar satélites de órbita baixa para levar internet para áreas rurais e lugares remotos, além de ajudar no controle de incêndios e desmatamentos ilegais na floresta amazônica.

A internet da Starlink, de acordo com informações da empresa, funciona enviando informações através do vácuo do espaço, onde se desloca mais rapidamente do que em cabos de fibra óptica, o que a torna mais acessível a mais pessoas e locais.

Constelação de satélites

Segundo a Starlink, enquanto a maioria dos serviços de internet por satélite atuais são possibilitados por satélites geoestacionários simples que orbitam o planeta a cerca de 35 mil km de altitude, a Starlink é uma constelação de vários satélites que orbitam o planeta a uma distância mais próxima da Terra, a cerca de 550 km.

Uma vez que estão em baixa órbita, o tempo de envio e recepção de dados entre o utilizador e o satélite - a latência - é muito menor do que com satélites em órbita geoestacionária, diz a empresa. O direito de exploração pela Starlink no Brasil deve valer até 2027. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)

Mídia internacional repercute encontro

A chegada de Elon Musk ao Brasil para conversar com o presidente Jair Bolsonaro e lançar a parceria da Tesla com a Starlink chegou ao topo dos assuntos mais discutidos no País e no mundo. Consequentemente, grandes veículos da mídia internacional comentaram sobre #BolsoMusk. Apesar da situação da Amazônia ter sido anunciada como um dos principais pontos da reunião, Bolsonaro falou bastante da aquisição de Musk do Twitter, dizendo ser um “sopro de esperança”.

Tanto a Reuters quanto a Forbes deram destaque a fala em que Bolsonaro chama o empresário bilionário de “mito da liberdade”, afirmando que o dono da Tesla afirma que defenderá a “liberdade de expressão” no Twitter. Musk vem comentando sobre isso em várias de suas publicações mais recentes. (Da Redação, com Estadão Conteúdo)