Buscar no Cruzeiro

Buscar

Como o valor calórico da comida é medido?

06 de Outubro de 2020 às 10:50
Senhor Tanquinho [email protected]

Pode parecer estranho, mas o valor calórico da comida é calculado ao se queimar o alimento em calorímetros.

Sim, queimar: tacar fogo mesmo.

Após muitos tipos de teste e refinamento, chegamos aos conhecidos "valores de Atwater", que são usados para calcular o valor energético (calorias) de cada nutriente:

 

 

  • 1g de gordura = 9 kcal

 

 

  • 1g de carboidrato = 4 kcal

 

 

  • 1g de proteína = 4 kcal

 

 

  • 1g de álcool = 7 kcal

 

 

(sim, o álcool é considerado um nutriente, e contém calorias).

Mas, como você deve imaginar, nosso corpo não é exatamente um calorímetro.

Em vez disso, as pessoas querem saber o impacto disso na sua saúde.

Ou mesmo sobre sua forma física, como no caso dos adeptos de uma dieta flexível (ou da contagem de calorias).

Então pode ser importante aprender sobre o efeito térmico desses nutrientes - isto é, quanto dessa energia realmente é metabolizável.

Pois uma parte pequena dessa energia é utilizada para a própria “digestão e processamento” do alimento.

Os valores mudam inclusive dependendo do contexto, mas via de regra temos algo como:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O que resultaria em:

 

 

  • 1g de gordura = ~ 9 kcal (o efeito térmico só é alto no caso de MCTs, como o óleo de coco)

 

 

  • 1g de carboidrato = ~ 3,8 kcal

 

 

  • 1g de proteína = ~ 3 kcal

 

 

  • 1g de álcool = ~ 6 kcal

 

 

Considerando esses valores, você pode perceber que as proteínas chegam muito mais perto de 3 kcal / g do que das 4 kcal / g dos carboidratos, por exemplo.

Por isso, algumas pessoas optam por comer mais proteína para elevar o metabolismo.

O que eu acho mais fascinante nisso tudo é o fato de que a ciência está em constante evolução - de modo a descobrir cada vez mais como o nosso corpo funciona.

(Boa parte da história é contada pela pesquisadora americana Marion Nestle no livro "why calories count".)

Referências:

Flatt, J. P. (1978). The biochemistry of energy expenditure. Recent Advances in Obesity Research, 2, 211–228.

Livesey, G. (2001). A perspective on food energy standards for nutrition labelling. British Journal of Nutrition, 85(03), 271.