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Comer Carboidratos Pode Ajudar A Imunidade?

17 de Novembro de 2020 às 12:03
Senhor Tanquinho [email protected]

Muitas pessoas fazem dieta low-carb ou cetogênica para emagrecer.

No entanto, elas têm dúvidas sobre se isso poderia prejudicar sua imunidade.

Perguntamos ao Dr. João Vitor Nassaralla o que ele pensava sobre o assunto.

E você pode conferir a resposta deste médico especialista logo abaixo.

“Isso é muito triste, porque foi uma recomendação que veio da organização mundial da saúde (OMS).

Eu acho que, em plena pandemia, eles precisavam dar alguma orientação nutricional para a população.

Então a gente brinca que eles mandaram o estagiário criar uma recomendação, e ele simplesmente copiou e colou a pirâmide alimentar.

Então, a orientação que a OMS deu, com relação à alimentação para imunidade foi aquela mais chula, e mais básica possível.

É uma orientação patética.

Você vai ler as diretrizes e fala para

 

 

  • consumir muitos grãos integrais e aveia,

 

 

  • consumir carboidratos e suco de laranja,

 

 

  • consumir óleos vegetais,

 

 

 

 

  • evitar banha,

 

 

E por aí vai.

É um pouco triste, mas, falando especificamente do carboidrato, a gente tem muitos estudos mostrando que o carboidrato refinado tem um efeito imunossupressor quando é consumido tanto agudamente, quanto em quantidades crônicas.

Então, eu acho que isso é uma coisa que a gente tem que deixar bem claro, que o low-carb, o jejum, a cetogênica não é um estilo alimentar que vai abaixar a sua imunidade — muito pelo contrário, vai melhorar para caramba a sua imunidade.”

Neste ponto, o Dr. Vitor Azzini (outro excelente médico) completa o raciocínio da seguinte forma.

“Tem muitos estudos que mostram uma forte correlação com esse baixo consumo de carboidrato — e eu vejo isso no consultório.

A pessoa come mal a vida toda, tem gripe, resfriado, amigdalite, não é incomum eu ver, assim, “Dr., desde que eu fui na sua consulta…”, e eu não estou fazendo propaganda não, mas assim, “nos últimos oito meses eu nunca mais tive nada, nem rinite, nem nada”.

Porque [a alimentação ruim] sobrecarrega o seu sistema imune.

Imagine um sistema imune que está sempre sobrecarregado com alimentos que estão inflamando de forma lenta: qualquer coisa é um gatilho.

Porque ele fica meio que desregulado — o sistema imune fica desregulado, e isso no longo prazo não é uma coisa boa.

Alimentação pobre em refinados, alimentação pobre em farinhas, de qualquer natureza, seja ela farinha de trigo, de linhaça, de amêndoas, qualquer farinha, por si só.

Tem até um artigo que ele fala que se você tirar a estrutura da célula, qualquer que seja a célula de grão, ou qualquer outra coisa, abrir ela, processar ela, passar numa moedora e abrir essa célula, você está expondo todas aquelas substâncias que se você consumir aquele alimento completo, inteiro, você não iria se expor diretamente logo já no duodeno, que é uma instituição muito grande.

E se for carboidrato, por exemplo, se você comer farinha de arroz, você está abrindo essa célula e você vai expor ali para o duodeno e pode fazer uma hiperproliferação bacteriana intestinal já no duodeno, então no longo prazo tem impactos com qualquer um desses processados.

E a OMS, em 2004, revelou que 66% da população mundial come quatro alimentos, ou seja, dois terços da população mundial come apenas esses principais quatro alimentos.

Se você não come eles, você já se diferenciou de dois terços da população mundial, que é o arroz, o trigo, o milho e a soja.

Então, é uma variedade muito baixa.

E esses alimentos são basicamente grãos, carboidrato, e eu tenho certeza que esses alimentos aí não são consumidos inteiros, eles são consumidos em farinha.

Então, tanta a farinha quanto o açúcar, se você não os consumir, você já se diferenciou de grande parte da população.

Isso já te coloca num rol privilegiado da população mundial, são pessoas que não vão ter resistência insulínica, que tem a insulina baixa, que tem a quantidade de leucócitos menor, que tem a inflamação menor, fibromialgia em índices sanguíneos de inflamação muito mais baixos, então isso é muito interessante ao longo prazo.”

Resumindo: As recomendações oficiais que preconizam ingerir uma maior quantidade de carboidratos para aumentar a imunidade não parecem ser baseadas em evidências científicas.