A quantidade de profissionais da enfermagem cresceu 66% no Brasil, entre 2013 e 2022. Em números, o total de auxiliares, técnicos e enfermeiros saltou de 1,8 milhão para 2,7 milhões, segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). A aptidão para atuar na área e o aumento das contratações estão entre os fatores que justificam o crescimento.

Historicamente, o setor de serviços está entre os principais empregadores do país, como mostra a série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O setor inclui, entre outras atividades, a área da saúde.

A pandemia da Covid-19 impulsionou as contratações da área, sobretudo, na fase mais crítica da crise sanitária. Mesmo com a situação controlável, após a ampliação da cobertura vacinal contra a doença, a demanda segue aquecida.

De acordo com o Ministério da Saúde, o país possui hoje 6,6 milhões de profissionais desse ramo na ativa. Deste total, mais de 40% atuam na enfermagem. A participação mostra a representatividade e a relevância de auxiliares, técnicos e enfermeiros para o setor.

Formação do profissional de enfermagem

O estudante interessado na área de enfermagem pode se formar como auxiliar, técnico ou enfermeiro. A primeira opção prepara o aluno para a realização de procedimentos ambulatoriais simples, como a aplicação de vacinas, administração de remédios e realização de curativos.

O curso de auxiliar de enfermagem tem curta duração. Após a conclusão, o profissional está apto para desempenhar funções de baixa complexidade que devem ser supervisionadas por técnicos ou enfermeiros.

A formação como técnico de enfermagem é mais aprofundada, em comparação com a de auxiliar. Em geral, o curso tem duração média de dois anos. Neste período, o aluno tem aulas teóricas e práticas. Ele também deve realizar estágio na área.

Entre as funções desempenhadas pelo técnico de enfermagem estão a coleta de materiais para exames laboratoriais, esterilização de utensílios, avaliação de sinais vitais, preparação do paciente para o pré-operatório e suporte às equipes de saúde de urgência e emergência.

Já para se tornar enfermeiro é necessário fazer o curso superior de Enfermagem. A graduação tem duração mínima de quatro anos. Além de prestar assistência de alta complexidade aos pacientes, o profissional é responsável por coordenar as atividades de técnicos e auxiliares. Ele também pode ocupar cargos administrativos.

Após a graduação, o enfermeiro tem a opção de realizar uma residência em enfermagem, que irá ajudar o profissional a direcionar os estudos e a prática profissional para a sua área de interesse.

Há residências de enfermagem para obstetrícia, oncologia, pediatria, saúde da família, saúde mental, terapia intensiva, urgência, entre outras. Assim, o enfermeiro tem a possibilidade de se especializar na área para a qual possui maior aptidão.

Mercado: remuneração e oportunidades

O Congresso Nacional aprovou a emenda constitucional que estabelece o pagamento do piso da enfermagem. De acordo com o texto, o valor mínimo pago aos enfermeiros deve ser de R$ 4.750. Os técnicos de enfermagem devem receber 70% e os auxiliares, 50%.

Além do aquecimento do setor de serviços de saúde nacional, os profissionais brasileiros também seguem no radar de empresas estrangeiras. O Cofen mantém um acordo de cooperação com a Agência Federal de Empregos da Alemanha que propicia o intercâmbio de mão de obra.

A expectativa é que, em junho, os ministros do Trabalho e das Relações Exteriores da Alemanha, Hubertus Heil e Annalena Baerbock, visitem o Brasil para formalizar a contratação de profissionais da enfermagem para atuarem em clínicas e hospitais.

No último acordo de contratação, os profissionais não precisavam ter fluência em alemão. Como incentivo, é oferecido o ensino do idioma, suporte para imigração, passagem aérea e possibilidade de se mudar com a família.