Estresse: como identificar e os maiores malefícios para a saúde
Estresse e ansiedade são considerados o mal do século. Gerados por diversos fatores e manifestados em diferentes graus, de pessoa para pessoa, de ocasião para ocasião, os problemas de saúde emocional e mental estão recebendo cada vez mais atenção.
Um dos maiores perigos do estresse não está no distúrbio em si, mas na forma como lidamos com ele ao perceber os primeiros sintomas. É comum que as pessoas só deem atenção ao problema quando os sinais físicos se manifestam.
Esses pequenos sinais iniciais são como sementes de maracujá, que podem se desenvolver e crescer. No meio corporativo se fala muito da síndrome de burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, que é um estágio extremo do estresse e exaustão.
É preciso ficar atento aos sintomas. O estresse pode causar problemas graves de saúde e deve ser encarado como um fator de risco a ser evitado, como o consumo de bebidas alcóolicas e cigarros.
Afinal, o que é estresse?
Estresse é uma resposta fisiológica do corpo a algum determinado estímulo percebido como ameaçador ou desafiador. Ele ativa um modo de “luta ou fuga” no sistema nervoso, o que gera liberação de hormônios e aumento da frequência cardíaca e do ritmo da respiração.
O estresse pode ser positivo em doses moderadas, pois pode nos ajudar a lidar com situações desafiadoras e a alcançar nossos objetivos. No entanto, quando prolongado ou excessivo, pode ter efeitos negativos na saúde mental e física.
É importante aprender a reconhecer os sinais de estresse e desenvolver estratégias saudáveis para lidar com ele. Entender que o estresse pode ser classificado em três categorias distintas ajuda no processo de prevenção e tratamento.
Agudo
O estresse agudo é o mais comum no dia a dia. Se trata de episódios isolados, incitados por situações inesperadas (uma apresentação importante na faculdade, uma discussão com um amigo, problemas financeiros, etc.) e sem grandes efeitos na saúde.
A exceção ocorre quando há o desenvolvimento de transtorno de estresse pós-traumático, desencadeado por eventos muito traumáticos, como um acidente de carro ou perda de um ente querido.
De modo geral, os episódios são de curta duração e não são preocupantes. Tirar alguns momentos para descansar e tirar a atenção do problema pode resolver.
Agudo episódico
Esse tipo de estresse é experienciado por pessoas que têm crises nervosas cotidianamente. Normalmente acomete pessoas muito perfeccionistas, que se cobram demais ou vivem em ambientes de muita tensão.
Vestibulandos podem apresentar esse quadro na fase preparatória para as provas, por exemplo. Esse tipo de estresse pode gerar crises de ansiedade sem motivo aparente e evoluir para doenças psicossomáticas, como gastrite e enxaquecas.
Crônico
O estresse crônico costuma acontecer por conta de traumas enraizados, como os criados na primeira infância, ou então pela constante exposição a situações estressantes, experienciadas pelos moradores de bairro com alta criminalidade, por exemplo.
Essas vivências podem afetar até mesmo a personalidade das pessoas e suas visões de mundo, o que desencadeia o quadro de estresse crônico.
Se você convive com o estresse e sente como se ele fosse parte normal da vida, esse é um sintoma de que você pode estar com estresse crônico e se beneficiaria de ajuda profissional.
Quais riscos pode trazer para a saúde?
O estresse pode gerar vários riscos de saúde com intensidades e gravidades diferentes. No âmbito físico, problemas cardíacos, digestivos e distúrbios do sono são alguns dos problemas que o estresse pode causar.
Já no campo emocional, problemas de memória e concentração, aumento do uso de substâncias de dependência química, distúrbios alimentares, ansiedade e depressão e dificuldades de relacionamento e baixa autoestima também podem ser desencadeados.
Algumas complicações trazidas pelo estresse crônico podem incluir problemas menstruais, queda de cabelo, diabetes, disfunção sexual, acne, gastrite e úlcera, entre outros problemas de saúde.
Quais são os maiores causadores de estresse?
Um quadro de estresse pode ser gerado pelos mais diversos motivos. Cada pessoa reage de uma forma às experiências do cotidiano, portanto não é possível afirmar com certeza que uma situação sempre será estressante para todas as pessoas.
Ainda assim, alguns dos principais fatores causadores de estresse puderam ser mapeados e indicam quais são os ambientes e situações que tendem a ser estressantes para a maioria dos indivíduos.
Pressão no trabalho, mudanças na carreira ou saída de um ótimo emprego em uma empresa de simulador de escada aparecem entre as principais causas, tal como problemas financeiros e questões de relacionamento romântico, familiar ou entre amigos.
Preocupações com a saúde ou o bem-estar, seja em relação a si próprio ou alguém próximo, mudanças bruscas na vida, como um divórcio ou mudança de cidade e excesso de responsabilidades também são listados como causadores de estresse.
Além disso, questões globais, como desastres naturais, guerras ou mesmo a pressão criada pela presença constante da tecnologia nas nossas vidas fazem parte da lista dos principais fatores que desencadeiam quadros de estresse.
Conheça os sinais do estresse
Como já foi mencionado, o estresse pode apresentar muitos sinais e alguns são mais sutis do que outros, portanto é importante ter atenção e se conhecer bem.
Eles se manifestam tanto no corpo físico quanto no emocional e também podem ser comportamentais. Alguns dos sinais físicos são:
- Dores de cabeça;
- Fadiga;
- Dores musculares;
- Problemas de sono;
- Mudanças no apetite.
Já os sinais emocionais podem incluir, mas não estão limitados a:
- Ansiedade;
- Irritabilidade;
- Tristeza;
- Medo;
- Raiva.
Os sinais comportamentais são frequentemente ignorados ou tomados como preguiça, falta de disciplina, irritabilidade ou problemas de personalidade e ainda há muito o que avançar em relação a essas interpretações. Alguns indicadores de estresse no comportamento são:
- Comer em excesso ou perda de apetite;
- Mudanças no hábito de sono;
- Problemas de concentração;
- Problemas de memória;
- Uso excessivo de álcool ou drogas.
Prestar atenção aos sinais é a melhor forma de identificar o estresse e tratá-lo o mais cedo possível, a fim de evitar que ele evolua para casos mais graves e prejudiciais à saúde.
Como prevenir o estresse?
A prevenção é sempre o caminho mais indicado para fugir de problemas de saúde, e com o estresse não é diferente. A seguir, entenda como se proteger dessa resposta fisiológica do organismo.
Identifique a origem
Muitas medidas referentes à saúde buscam tratar os sintomas ao invés de curar as causas dos problemas. É claro, neutralizar os sinais é importante e algumas dicas aqui servem para isso, mas sem estagnar a fonte do estresse, de nada adianta buscar tratamentos.
É possível que você experiencie maiores níveis de estresse durante um treinamento de integração para iniciar um trabalho novo, o que é considerado absolutamente normal e não pede tratamentos mais intensivos.
Por outro lado, investigar a causa de episódios que aparecem “do nada” pode revelar situações emocionais que precisam ser resolvidas para que o estresse constante cesse.
Mantenha uma rotina saudável
Ter horários regulares para dormir e acordar, alimentar-se bem e praticar atividade física regularmente são excelentes formas de regular as taxas hormonais e aliviar os sintomas do estresse.
Em muitos casos, essa melhora do humor experienciada por quem pratica exercícios pode inclusive mudar a forma de uma pessoa reagir a uma situação potencialmente estressante.
Aprenda a gerenciar suas responsabilidades
É comum, nesta cultura de hiperprodutividade, que nós assumamos mais responsabilidades do que damos conta, portanto estabeleça prioridades, delegue tarefas e aprenda a dizer não a compromissos adicionais.
Contrate serviços de limpeza para ajudar com as tarefas domésticas, inclua momentos de descanso e defina limites para si mesmo e para os outros.
Cultive relacionamentos saudáveis
Mantenha contato regular com amigos e familiares e busque apoio quando precisar. O contato com pessoas queridas também tem forte influência no nosso emocional e até em processos biológicos.
Seja criativo e busque alternativas acessíveis, como um piquenique com os filhos no quintal de cimento queimado perolizado caso você não tenha acesso a um parque, por exemplo.
Encontre atividades relaxantes
Pratique meditação, yoga, respiração profunda ou outras atividades que ajudem a relaxar.
Separar um momento no dia para se dedicar a hobbies é fundamental para aliviar a tensão do dia a dia e se reconectar consigo. Não há regras para as atividades, desde que não sejam ainda mais prejudiciais, como o consumo excessivo de álcool.
Praticar pintura com tinta a base de água, jogar jogos de tabuleiro, assistir filmes ou ler um bom livro são boas opções. Atividades manuais e com foco no corpo costumam ser mais indicadas, pois exigem menos da mente que já está sobrecarregada.
Saiba quando pedir ajuda
Entender que é preciso pedir ajuda quando a situação começa a evoluir pode evitar problemas ainda mais graves. Procure um profissional de saúde se estiver sofrendo com sintomas de estresse prolongado ou ansiedade.
Médicos especializados em saúde ocupacional são comuns em ambientes de trabalho e podem ser consultados quando houver necessidade. Não se restrinja por preconceitos enraizados, como a ideia de que ansiedade é “bobagem”, por exemplo.
Onde encontrar ajuda profissional?
Buscar ajuda profissional é fundamental para tratar as causas do estresse e impedir que ele evolua para quadros crônicos e gere problemas de saúde.
Muitas empresas contam com um programa de gerenciamento de riscos que prevê cuidados e assistência aos funcionários que lidam com estresse.
Além disso, é possível buscar auxílio em terapia e com psicólogos. Esse tipo de atendimento pode ser solicitado nos postos de saúde, de maneira gratuita, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.