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Saúde mental em jogo: paulistano passa 3 horas diárias no trânsito

Ninguém gosta de gastar horas em engarrafamentos, mas, na prática, os brasileiros têm uma visão um tanto distorcida sobre os reais impactos do trânsito em suas vidas. Confira tudo sobre esse tema a seguir

25 de Abril de 2022 às 15:46
Senhor Tanquinho [email protected]
trânsito japão
trânsito japão (Crédito: freepik)

Grandes centros urbanos possuem algumas características em comum: muitas opções de atividades culturais e lazer, maior concentração de oportunidades de emprego, custo de vida maior em comparação a cidades menores, maior concentração populacional.

 

No Brasil, as políticas públicas precarizadas na área do transporte fazem com que esses centros urbanos também apresentem taxas altas de trânsito. Uma pesquisa divulgada durante o evento Summit Mobilidade Urbana 2019, apontou que os brasileiros gastam, em média, 32 dias por ano no trânsito.

 

Embora isso seja comum em diversas capitais e nas grandes cidades, a capital de São Paulo continua sendo a campeã de trânsito no país. Se você está em busca de carros seminovos SP, confira mais sobre os impactos do trânsito sobre a saúde mental dos brasileiros.

 

Percepção da realidade

 

Mas será que, mesmo reconhecendo os problemas gerados por um trânsito intenso, os brasileiros têm real consciência da gravidade deles? A pesquisa divulgada no Summit Mobilidade Urbana 2019 mostra que, em média, os brasileiros gastam 1h20 por dia para se deslocar (ida e volta) nas principais atividades de sua rotina. 

 

Mas esse valor pode chegar a 2h07 e varia de acordo com a classe social — quanto mais pobre, maior é o tempo gasto em deslocamento. Na prática, os congestionamentos provocam perdas econômicas que totalizam R$ 267 bilhões por ano (ou cerca de 4% do Produto Interno Bruto nacional).




No que se refere aos gastos financeiros, esse levantamento mostrou ainda que quem possui carro pode ter uma percepção bastante distorcida sobre os gastos com transporte — e calcula uma diferença que pode ser seis vezes maior na realidade do que ele pensa que gasta. Segundo essa pesquisa, quatro em cada dez entrevistados consideraram ser muito difícil ou difícil se locomover no país.

 

Muitas vezes, as pessoas esquecem de incluir entre os gastos com automóveis os custos de combustível, impostos, seguro, manutenção do veículo, entre outros fatores.

 

São Paulo 

 

Considerada a maior cidade da América Latina, a cidade de São Paulo apresenta estatísticas ainda mais alarmantes sobre o trânsito. De acordo com um estudo do Ibope Inteligência, divulgado em 2018, o paulistano perde quase 3 horas por dia no trânsito.

 

Essa pesquisa também aponta que 43% dos habitantes da cidade têm o ônibus como o principal meio de transporte e que 44% deles têm ou já tiveram problemas de saúde relacionados à poluição. Entre os que não utilizam ônibus, os principais motivos apontados para isso foram lotação (37%), uso de automóvel particular e demora no trajeto (32% cada opção).

 

Saúde mental

 

No Brasil, a psicologia do trânsito ainda é uma área muitas vezes marginalizada.  Essa área costuma ser lembrada apenas durante o processo de habilitação (na hora do exame psicotécnico), mas, na verdade, esses profissionais podem atuar de muitas maneiras sobre o tema.

 

Os cursos preparatórios para a CNH não costumam falar sobre os problemas psicológicos desencadeados pela rotina estressante promovida por congestionamentos intensos e como isso reduz, e muito, a qualidade de vida dos motoristas.

 

Estudos recentes apontam que enfrentar muito trânsito todos os dias aumenta os riscos de desenvolver depressão. O estresse do trânsito faz com que o organismo humano aumente a liberação do cortisol, conhecido como o hormônio do estresse.

 

Outro impacto negativo se refere à insônia. Os intensos congestionamentos são apontadas como uma das principais causas desse problema — ao ficarem estressados, os motoristas podem ter mais dificuldades para relaxar à noite e conseguir dormir (os níveis de adrenalina podem seguir alterados pelo estresse vivido no deslocamento do trabalho até em casa). Isso acarreta efeitos muito prejudiciais à saúde, como cansaço e ainda mais estresse, o que prejudica a vida da pessoa como um todo.