A apendicite está entre as doenças que mais provocam dor intensa e exige cuidados médicos de forma imediata. Do contrário, a situação pode se agravar e levar a pessoa à morte. A patologia acontece a partir de uma inflamação que atinge o apêndice, órgão localizado na região abdominal. O quadro pode atingir qualquer indivíduo, principalmente os mais jovens.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica (Sobracil), não existe fator de risco específico para apendicite. Da mesma forma, os motivos que levam a uma inflamação do apêndice ainda não são totalmente conhecidos.
A medicina acredita que existam alguns indícios que favorecem a doença, como, por exemplo, a obstrução do apêndice por gordura ou pelas fezes. Há, ainda, casos de apendicite relacionados a infecções gastrointestinais, normalmente causadas por vírus.
O principal sintoma da apendicite é uma dor forte, localizada no lado direito, na parte baixa do abdome. Contudo, existem outros sinais que podem evidenciar o surgimento da doença e que muitas pessoas acabam ignorando, como por exemplo, a falta de apetite.
O paciente acometido por uma apendicite ainda pode apresentar febre acima de 38 graus, apatia, mal-estar geral, flatulência, indigestão e problemas intestinais que resultam tanto em diarreia quanto em constipação.
Como acontece o diagnóstico da apendicite?
Geralmente, o paciente em um quadro de apendicite só busca atendimento médico quando a dor na região do abdome começa a ficar mais intensa. Nessa etapa, o médico faz a análise do caso por meio de um exame clínico, baseado nos sintomas relatados.
Na conversa o médico tende a considerar o histórico de saúde da pessoa e a sua condição corporal ao apalpar a região do abdome. Para estabelecer ainda mais o diagnóstico, uma tomografia pode ser realizada.
Nos casos de apendicite, a tomografia computadorizada de abdome total é uma das mais indicadas. O exame faz análise por imagem de toda a região abdominal, incluindo rins, baço, bexiga e parede abdominal.
Além de auxiliar no diagnóstico da apendicite, a tomografia computadorizada de abdome total ajuda a identificar outros problemas, como traumas, tumores, infecções, inflamações e diverticulite.
Cirurgia de apendicite dura menos de uma hora
Para evitar que o paciente tenha complicações mais sérias em razão da apendicite, como a peritonite - inflamação da mucosa que reveste a cavidade abdominal -, pode ser indicada a cirurgia. O procedimento é feito com anestesia geral e leva, em média, de 30 minutos a uma hora para ser concluído.
Existem duas técnicas para a realização da cirurgia de apêndice. A mais utilizada é a cirurgia por laparoscopia, na qual o órgão é removido por meio de três pequenos cortes de um centímetro cada. Nesse procedimento, a recuperação é mais rápida e a cicatriz é quase imperceptível.
A outra técnica envolve o método tradicional. Nele o médico realiza um corte de cinco centímetros no abdome do paciente. Como nesta cirurgia a área é mais manipulada, a cicatriz é um pouco maior e a recuperação mais lenta. O procedimento é adotado sempre que o apêndice fica muito dilatado ou já se rompeu.
Sem o tratamento adequado, a apendicite pode evoluir para uma apendicite supurada. Isso significa que o apêndice se rompe, provocando uma infecção generalizada. Em poucas horas o paciente pode morrer.
O que é o apêndice?
O apêndice é um órgão pequeno, com tamanho que varia de 8 a 10 centímetros, que se parece com um dedo de luva.
Por muito tempo estudiosos da área da saúde chegaram a acreditar que ele não possuía funções vitais para o bom funcionamento do organismo. Hoje, a literatura médica indica que ele serve como abrigo de bactérias intestinais que auxiliam na digestão e evitam infecções.
O interior do apêndice tem grande concentração de linfócitos, células de defesa do nosso organismo que ajudam a manter o sistema imunológico funcionando bem.
A pessoa que precisa retirar o apêndice não tem prejuízos à saúde. Após passar pelo período de tratamento, o paciente pode levar uma vida normal, sem nenhuma restrição ou cuidados a mais.