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Início do inverno: cuidados com alimentação para aumentar a imunidade

01 de Julho de 2021 às 17:50
Cruzeiro do Sul [email protected]
comida saudável
comida saudável (Crédito: pexels)

O início do inverno chegou e junto a incidência de resfriados e gripes. Atualmente em pandemia, ainda temos a preocupação com o vírus SARSCOV-2. Por isso, a dúvida mais frequente é: quais cuidados com a alimentação para aumentar a imunidade?

Como já sabemos, a rapidez da resposta imunológica é necessária para a sobrevivência. Uma resposta imune adequada gasta muita energia. Por isso, é necessária uma alimentação adequada para aumentar a imunidade e para que nossas células funcionem de forma ideal.

Qual a alimentação ideal para aumentar a imunidade?

Antes de tudo, a alimentação ideal para aumentar a imunidade deve alcançar as demandas de energia e também outros nutrientes específicos, como os micronutrientes. Isso porque uma série de deficiências de micronutrientes foram identificadas como contribuintes para o declínio da imunidade.

Especificamente, a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) considera seis vitaminas (D, A, C, Folato, B 6, B 12) e quatro minerais (zinco, ferro, cobre e selênio) essenciais para o funcionamento normal do sistema imunológico. Tudo isso baseado nas evidências científicas até o momento.

Portanto, intervenções com o objetivo de restaurar ou aumentar a imunidade pode ter como foco a ingestão de vitaminas e minerais em deficiência.

Para esclarecer, essas necessidades podem ser atendidas por fontes exógenas, ou seja, a dieta. Ou se as fontes dietéticas forem inadequadas, por fontes endógenas, como as reservas corporais.

Como exemplo, podemos citar a dieta mediterrânea. Essa dieta é rica em vegetais, frutas, nozes, legumes, peixes e gorduras saudáveis, além de compostos bioativos. Por isso, pode aumentar a imunidade e ainda está associada a um risco reduzido de doenças crônicas, como doenças cardiovasculares, câncer e Alzheimer. 

Como os nutrientes podem aumentar a imunidade?

Constantemente, os nutrientes tem um impacto direto ou indireto sobre as células do sistema imune. Ou seja, eles podem causar alterações em sua função, ou podem exercer efeitos por meio de alterações no microbioma intestinal.

Como exemplo de impacto direto, temos alguns nutrientes com papéis muito específicos para manter ou aumentar a imunidade. Primeiramente, o aminoácido arginina é essencial para a geração de óxido nítrico pelos macrófagos. Já os micronutrientes vitamina A e zinco regulam a divisão celular e, portanto, são essenciais para uma resposta bem-sucedida no sistema imunológico. Mesmo uma deficiência leve de zinco foi associada a defeitos generalizados na resposta imune.

Assim como o zinco, o selênio também tem papel funcional, estrutural e enzimático importante em várias proteínas. Por isso, o selênio é importante para aumentar a imunidade.

Já a vitamina D reduz o risco de infecções microbianas e virais por uma série de mecanismos que envolvem a manutenção de barreiras físicas celulares e aumento da imunidade celular. Além disso, a vitamina D pode aumentar a imunidade, reduzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias, aumentando a expressão de antiinflamatórios e potencializando a expressão de genes relacionados ao sistema antioxidante.

Finalmente, como estamos em pandemia, é importante mencionar estudos que demonstram a relevância dos níveis de ingestão de micronutrientes para resposta ao COVID-19. Especialmente níveis adequados de vitaminas D, C, B12 e ferro estão associados a menor incidência e/ou mortalidade de COVID-19. Principalmente em populações geneticamente predispostas a apresentar baixo status de micronutrientes.

Qual o papel do intestino em aumentar a imunidade?

Em resumo, o microbioma intestinal tem potencial para interagir com células imunes locais e sistêmicas. O mais importante é que a composição dele muda ao longo da vida, em resposta aos componentes da dieta e a fatores ambientais, como a exposição a antibióticos. 

Dessa forma, as recomendações alimentares para melhorar o microbioma intestinal incluem probióticos e prebióticos. Os probióticos são definidos como "microorganismos vivos, que, quando consumidos em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde do hospedeiro". Exemplos de alimentos que você pode consumir para aumentar a imunidade, são os iogurtes e kefir. 

Enquanto os prebióticos, são definidos como "um substrato que é utilizado seletivamente por microorganismos hospedeiros conferindo um benefício à saúde". Para ingerir esses substratos, aposte nos grupos de alimentos como frutas com casca e bagaço, vegetais crus e com talos.

Quais outros fatores podem influenciar na imunidade?

Como acontece na infância, os adultos mais velhos são mais suscetíveis a infecções e, como resultado, complicações mais graves do que os mais jovens. Então, esse declínio da função imunológica é conhecido como imunosenescência. 

Além da idade, sessões prolongadas de exercícios e regimes pesados de treinamento estão associados à depressão das funções do sistema imunológico. Isso pode aumentar o risco de contrair infecções oportunistas, como o resfriado comum e a gripe. 

Portanto, algo essencial que os nutricionistas aprendem no curso de suplementação, é avaliar os sinais e sintomas de deficiência para fazer a suplementação correta de micronutrientes, como a vitamina D, ferro, vitaminas do complexo B, entre outros.

Referências:

Childs CE, Calder PC, Miles EA. Dieta e função imunológica. Nutrientes. 16 de agosto de 2019; 11 (8): 1933. doi: 10.3390 / nu11081933. PMID: 31426423; PMCID: PMC6723551.

Galmés S, Serra F, Palou A. Estado Atual da Evidência: Influência dos Fatores Nutricionais e Nutrigenéticos na Imunidade no Quadro Pandêmico do COVID-19. Nutrientes . 2020; 12 (9): 2738. Publicado em 8 de setembro de 2020. Doi: 10.3390 / nu12092738