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Sindicato Rural de Itapetininga prova que área degradada pode ser recuperada

25 de Outubro de 2019 às 10:25

 

Roberto Ueno, Amauri Elias Xavier (presidente do Sindicato), Décio A. de Oliveira e Celso Idney Salata Júnior Roberto Ueno, Amauri Elias Xavier (presidente), Décio de Oliveira e Celso Idney Salata Jr em visita ao Cruzeiro do Sul. Crédito da foto:  Ednilson Jodar Lopes

 

Pelo menos 30% das terras agricultáveis do planeta estão degradadas. O alerta é da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e está no livro “Estado da Arte do Recurso Solo no Mundo” - “Status of the world´s soil resources”. De acordo com o estudo, divulgado em 2018 pela instituição, os motivos dessa catástrofe planetária são a erosão, a compactação, a perda da matéria orgânica e, principalmente, o despreparo do homem do campo no trato do seu bem mais precioso, a terra.

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A boa notícia é que a tragédia pode ser revertida. A solução exige uma combinação de bom senso, tecnologia e boa vontade. Na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), quem saiu na frente para demonstrar na prática que a teoria dá resultado foi o Sindicato Rural de Itapetininga. A entidade dirigida pelo experiente produtor rural Amauri Elias Xavier colocou mãos à obra, desenvolveu um pioneiro Projeto Piloto de Recuperação de Áreas Degradadas e já está colhendo os primeiros frutos.

Trabalho em equipe

Implantado no início de 2019 em uma área de um hectare de pastagem em adiantado estado de degradação, o projeto será apresentado nesta sexta-feira (25) a agricultores, técnicos agrícolas e representantes governamentais e de sindicatos de outros municípios. Na ocasião, os visitantes poderão conhecer de perto os resultados da primeira fase da proposta de recuperação da terra e o início do segundo estágio do trabalho.

Neste projeto pioneiro, o Sindicato de Itapetininga contou com o envolvimento de toda a sua diretoria e a colaboração de diversos técnicos, pesquisadores e empreendedores rurais experientes. O relatório dos procedimentos da instituição cita a participação do agrônomo Marco Antonio de Almeida Bueno, a zootecnista da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), Ana Paula Roque, e dos técnicos agropecuários Luiz Augusto de Moraes Ruivo e Daniel Pereira da Silva.

Técnica pode recuperar áreas degradadas e devolver a produtividade Técnica pode recuperar áreas degradadas e devolver a produtividade. Crédito da foto: Reprodução

 

Projeto piloto

Conforme o relato, o  desafio inicial do grupo foi interromper o processo de degeneração do solo por conta da exploração continuada, erosão e ação de grandes formigueiros. O terreno escolhido pertence ao Centro de Apoio Social ao Adolescente e etá localizado no bairro Chapadinha. Depois de todas as análises do solo, a área foi demarcado e recebeu aplicações de calcário calcítico e glifosato.

Em seguida, o terreno foi dividido em duas partes. Uma delas passou por gradeada e a outra por processo de compactação. Esta ainda recebeu uma segunda aplicação de glifosato. A diferença é que, dessa vez, o produtos foi misturado a óleo mineral.

Embora a evolução da recuperação do solo ocorresse como planejado, alguns imprevistos dificultaram o trabalho. Exemplos disso foram o surgimento de formigas vindas de áreas vizinhas e ataques de pombas. O controle dos insetos foi feito em duas etapas, com duas aplicações de inseticidas.

E maio deste ano teve início a adubação verde, com o plantio a lanço de sementes de aveia preta. Uma adubação simples também foi necessária. A experiência ainda teve de enfrentar um longo período de estiagem na região. Por conta disso, a taxa de germinação da aveia preta ficou em torno de 60%. A aplicação de adubação de cobertura, com uréia, ajudou no desenvolvimento das gramíneas. Na sequência, iniciou-se o pastoreio rotacionado da área.

Plantio de noz macadâmia é alternativa lucrativa que pode ser implantada em áreas recuperadas Plantio de noz macadâmia é alternativa lucrativa que pode ser implantada em áreas recuperadas. Crédito da foto: Divulgação

 

Alternativa eficiente

A eficiência do método utilizado pelo Sindicato Rural de Itapetininga para recuperar áreas degradadas será apresentada nesta sexta-feira (25), durante um evento que contará com atividades de campo e palestras de especialistas. O momento mais aguardado será o plantio de 25 mudas de noz macadâmia na área recuperada.

Em visita ao jornal Cruzeiro do Sul, no início de outubro, Amauri Elias Xavier se mostrou entusiasmado com as possibilidades que esse cultivo ainda pouco difundido na Região Metropolitana de Sorocaba pode representar para as economia dos municípios e dos agricultores.

Acompanhado de Roberto Kenkiti Ueno, Décio A. de Oliveira e Celso Idney Salata Júnior - todo diretores do Sindicato de Itapetininga, o presidente destacou os benefícios da chamada "rainha das nozes". Entre os diferenciais estão a perenidade da planta, que pode gerar faturamento de até R$ 50 mil por hectare anualmente.

A escolha da macadâmia para plantio em áreas degradadas recuperadas é outro item do pioneirismo do projeto do sindicato itapetiningano. Além de auxiliar na regeneração das condições ideais do solo, o pomar dessa noz, quando bem gerenciado, é quase uma garantida de lucro.

Programação do evento

O evento organizado pelo Sindicato Rural de Itapetininga começa às 16h, com o plantio de muda de noz macadâmia na área do Centro de Apoio Social ao Adolescentes, localizado na rua Moisés Nalesso, no bairro Chapadinha, em frente ao estacionamento da Etec Darcy Pereira de Moraes.

Quatro palestras dão prosseguimento à programação. As atividades acontecem no Salão Social do Sindicato Rural, na rua Dr. Campos Salles, 219, no Centro. Às 18h, o agrônomo Leonardo Moroya, da empresa Queen Nut, ministra a palestra “O agronegócio da noz macadâmia”. Em seguida, às 18h40,  Amaury Elias Xavier, e Daniel Pereira da Silva, técnico agropecuários do Centro de Apoio Social ao Adolescente, apresentam os detalhes do Proketo Piloto de Recuperação de Áreas Degradadas.

"Correção da acidez do perfil do solo de pastagem", será o tema da palestra do doutor em agronomia Wellington Eduardo Xavier Guerra, e do professor de Quínica Cláudio de Jesus Moneiro, representante da empresa Massari Mineração. O início está previsto para 19h20. O encerramento do evento ficará a cargo do gerente de agronegócios do Banco do Brasil, César Barbosa Júnior, que a partir das 20h falará sobre o “Programa ABC - Agricultura de baixo carbono” .

Mais informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone (15) 3271-0811, pelo WhatsApp (15) 9 9828-1052 e no site do Sindicato Rural de Itapetininga. (Da Redação)

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