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Teatro lambe-lambe tem oficina e feira em Araçoiaba da Serra

02 de Julho de 2019 às 13:57

Marinaldo Cruz Filho

Núcleo Teatro Caixeiros apresenta o lambe-lambe em 11 cidades paulistas Núcleo Teatro Caixeiros, de Ribeirão Preto, apresenta o lambe-lambe em 11 cidades paulistas (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

Teatro de animação em miniatura, o brasileiríssimo lambe-lambe, é a atração desta quinta-feira (4), em Araçoiaba da Serra. O programa gratuito e aberto a pessoas de todas as idades tem apresentação do Núcleo Teatro Caixeiros, com apoio do Departamento Municipal de Cultura. A atividade começa às 9h, na Oficina Cultural Paulo Betti, com a oficina Iniciação ao Teatro de Animação em Miniatura. A segunda parte do evento, a Feira Lambe-lambe, acontece à tarde, a partir das 13 h, na praça Coronel Almeida (Praça da Matriz).

Cultura brasileira

De acordo com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Araçoiaba, a oficina tem por objetivo iniciar o participante na linguagem lambe-lambe. Trata-se de um tipo de teatro em miniatura tradicional do Brasil que consiste na manipulação de bonecos e objetos. Por meio deles, pequenas histórias são contadas dentro de caixinhas.

A Feira Lambe-lambe complementa o programa, com a apresentação de sete espetáculos de aproximadamente três minutos cada um. As peças não utilizam palavras articuladas, sendo os enredos narrados pelas ações dos bonecos e da trilha musical.

Por conta dessas características, o lambe-lambe constitui uma linguagem artística única. Cada peça é uma caixa-teatro individual e com uma estrutura técnica em miniatura e independente, com todas as suas peculiaridades de atuação, iluminação, sonoplastia, cenografia e utilização de espaço cênico. Outra particularidade é que, neste gênero artístico, o espetáculo é configurado para atender um espectador por vez.

Teatro de Caixeiros

A apresentação do Teatro Caixeiros em Araçoiaba da Serra integra a turnê do núcleo por 11 cidades do Estado de São Paulo, com apresentações gratuitas. O projeto é patrocinado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) de 2018, desenvolvido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, e voltado a espetáculos de rua.

O núcleo de pesquisa de teatro lambe-lambe Teatro de Caixeiros nasceu em 2012 como um centro de estudos, pesquisas e difusão do teatro lambe-lambe na cidade de Ribeirão Preto (SP) e região, apoiado pela Cia. A DitaCuja e orientação da Cia. Andante, grupo de teatro lambe-lambe de Itajaí (SC). Tem como objetivo a pesquisa dessa linguagem genuinamente brasileira de teatro de animação, e integra-se a uma rede de grupos que atua na difusão do Teatro Lambe-lambe em toda a América latina.

A partir de estudos e pesquisas sobre o universo da manipulação de bonecos em miniatura, o grupo tornou-se pioneiro do Teatro Lambe-lambe na região de Ribeirão Preto e estreou sua primeira intervenção dentro desta estética, “Viajantes”, um conjunto de histórias compostos com uma intervenção visual que apresenta o universo em miniatura em praças, feiras e parques, além da realização de oficinas de Teatro Lambe-lambe na cidade de Ribeirão Preto.

Outros caixeiros se aproximaram, vindos das oficinas ministradas pelo núcleo, e hoje o coletivo Teatro de Caixeiros é formado pelos atores manipuladores Flávio Racy, Michelle Maria, Mariana Cazula, Cesar Mazari, Kerem Apuk, Ton Pereira e Marcos Melo.

Além da intervenção “Viajantes”, outros dois trabalhos compõem o repertório do coletivo: “Relicário”, uma intervenção de caixas integradas de Flávio Racy e Michelle Maria e a “Feira de Teatro Lambe-lambe” que reúne caixas dos sete integrantes do coletivo.

Uma caixa-teatro individual, com uma estrutura técnica em miniatura e independente, configurada para m espectador por vez Uma caixa-teatro com estrutura técnica em miniatura, configurada para um espectador por vez (FOTO: REPRODUÇÃO)

 

Linguagem inovadora

O teatro lambe-lambe, estética genuinamente brasileira, aparece ao público na década de 1980, na cidade de Salvador (BA). Foi criada pelas bonequeiras Ismine Lima e Denise di Santos e inspirada nas antigas caixas de fotografia lambe-lambe.

Trata-se, portanto, de uma caixa-teatro individual, com uma estrutura técnica em miniatura e independente, configurada para atender um espectador por vez – por um dos lados o manipulador encena o espetáculo e pelo outro o espectador assiste. Totalmente isolada da luz e sons externos, pois o manipulador e o espectador possuem a cabeça coberta por um pano e ouvidos protegidos por fones de ouvido que transmitem a sonoplastia do espetáculo.

O Teatro Lambe-lambe é um universo em plena efervescência e apresenta singularidades por expor o ato cênico concentrando a beleza poética num espaço e tempo mínimos. Uma de suas criadoras, Ismine Lima, define o Teatro Lambe-Lambe como “um espaço para o olhar”. A grande proximidade entre o rosto do manipulador e o rosto do espectador dentro da caixa promove uma relação de grande proximidade entre estes dois indivíduos, uma proximidade que nenhum outro tipo de espetáculo permite. Prestar atenção aos olhos de quem assiste permite que o ator manipulador possa de acordo com a recepção do espetáculo, dosar sua energia e administrar as ações de forma a tornar cada apresentação realmente única.

Por um dos lados o manipulador encena o espetáculo e pelo outro o espectador assiste Por um dos lados o manipulador encena o espetáculo e pelo outro o espectador assiste (FOTO: REPRODUÇÃO)

 

Amadurecimento e difusão

E por ser uma estética relativamente nova e uma proposta diferenciada de execução do ato cênico, o teatro lambe-lambe passa por um processo de amadurecimento e difusão para o público, promovido pelos grupos que estão desenvolvendo essa estética, espalhados por estados brasileiros e por alguns países da América latina. É neste sentido que caminha o Teatro de Caixeiros, comprometido com a tarefa de não apenas pesquisar e contribuir para o aperfeiçoamento desta técnica ainda em construção, mas, também, promover a popularização e o fortalecimento do Teatro Lambe-lambe como ferramenta artística que deve ser acessada pelo público em geral.

Programa é dividido em duas partes: pela manhã, oficina transmite princípios do lambe-lambe; à tarde, grupo apresenta sete espetáculos Programa Tem duas partes: pela manhã, oficina de lambe-lambe; à tarde, grupo apresenta sete espetáculos (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

Serviço

A Oficina Cultural Paulo Betti está localizada na rua Pedro Nolasco, 120, no Centro de Araçoiaba da Serra.

Mais informações sobre o programa podem ser obtidas no Departamento Municipal de Cultura, pelo telefone (15) 3281-2366 e no portal da Prefeitura de Araçoiaba da Serra.

O Município de Araçoiaba da Serra fica a 25 quilômetros de Sorocaba, a 70 quilômetros de Ibiúna e de Itapetininga e a 60 quilômetros de Itu.

*Com informações da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Araçoiaba e do site Cia da Dita Cuja.

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