Na Justiça
Advogado de Juliano classifica de ‘absurdo’ absolvição de empresário
Segundo advogado, testemunhas teriam sido coagidas no processo e estariam defendendo interesses próprios

A família de Antônio Carlos Juliano está considerando se deve ou não recorrer da decisão da Justiça, que absolveu o empresário Leandro Manrique, no último dia 19. Antônio foi morto em 30 de julho de 2022, durante um show do cantor Fábio Jr., no Clube de Campo de Sorocaba.
Leandro, que foi preso em flagrante no dia do crime, é acusado de agredir Antônio. Ele alegou à Polícia Militar que foi empurrado por Antônio e revidou o ataque. No entanto, no dia dos fatos, algumas testemunhas declararam ter presenciado Leandro agredindo Antônio com socos e chutes.
Antônio foi socorrido por uma equipe da PM e levado à Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Leste, mas não resistiu aos ferimentos. Ele tinha 63 anos. Leandro foi detido e encaminhado à UPH Norte para receber atendimento médico.
Na decisão em primeira instância, assinada pelo juiz Emerson Tadeu de Camargo Pires, na segunda-feira (19), a Justiça considerou que Manrique agiu em legítima defesa e o absolveu do crime. O laudo necroscópico, que descreve as lesões encontradas no corpo da vítima, comprovou a materialidade do crime.
Tanto o Ministério Público quanto a defesa do réu argumentaram a existência de uma causa excludente de ilicitude, ou seja, uma circunstância que torna o ato do réu legalmente justificável.
No seu depoimento, Leandro afirmou que, após ser agredido com um soco por Antônio, o empurrou com a intenção de se defender, o que resultou na queda e morte da vítima. As testemunhas ouvidas no processo confirmaram essa versão.
Questionado pelo Cruzeiro do Sul, Alan Thomaz, advogado da família de Antônio, classificou a absolvição de Leandro como um “absurdo”. “A decisão nos pareceu um absurdo e só demonstra o quanto o crime compensa no Brasil, soltando criminosos. Testemunhas foram coagidas no processo e estão defendendo interesses próprios para evitar responsabilidade aos organizadores do evento”, declarou o advogado em nota enviada nesta quarta-feira (21) ao jornal. (Wilma Antunes)