Entenda o retrofit, tendência da arquitetura e do design
O termo é usado com grande frequência no dia a dia profissional de arquitetos, designers, projetistas, construtores e urbanistas, como referência a renovações e atualizações em um projeto, mantendo as características intrínsecas da obra. Fomos buscar informações conceituais no site http://www.comfortlux.ind.br/blog, e dados específicos sobre retrofit de fachadas no site www.mapadaobra.com.br.
Essa tendência surge como uma forma de revitalizar edifícios e outras construções trazendo a eles novas tecnologias e designs mais promissores. Os projetos de reconversão passaram a ocorrer em países europeus e até nos Estados Unidos, cujas legislações não permitiam que o acervo arquitetônico pudesse ser substituído.
Assim, o retrofit surge como uma solução para edifícios abandonados ou em péssimas condições de utilização, preservando o patrimônio e dando vida adequadamente aos antigos espaços. Devem ser encontradas novas soluções para fachadas, instalações elétricas e hidráulicas, circulação, proteção contra incêndio e mais.
Quando um edifício é “retrofitado”, nem sempre terá o mesmo uso e finalidade que possuía anteriormente. Uma das principais vantagens do retrofit é valorizar mais o projeto no mercado imobiliário, além de torná-lo sustentável e apropriado para os tempos de hoje.
Retrofit de fachada
Todo revestimento usado em fachadas, independente do tipo, está sujeito aos danos decorrentes da idade. Os problemas podem ser solucionados por meio de revitalizações ou retrofit. A revitalização é procedimento mais simples, consistindo, basicamente, na limpeza de toda a fachada e manutenções pontuais de áreas com algum problema. Já o retrofit é uma reforma muito mais ampla e indicada quando a intenção é alterar 100% da fachada, substituindo o revestimento antigo por outro completamente novo.
A escolha do material utilizado no retrofit dependerá bastante da arquitetura do empreendimento. Os novos revestimentos podem ser aderidos - aqueles colados diretamente na base de concreto ou alvenaria - ou ancorados - que estão ligados à estrutura do edifício através de ‘inserts’ metálicos.
“As soluções mais comuns são as ancoradas. Nesse grupo, temos o ACM (Aluminum Composite Material), as peles de vidro e os painéis cimentícios”, detalha o engenheiro Max Junginger, diretor da Máxime Consultoria e coordenador da Comissão de Estudos de Métodos de Instalação (CE 189) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Os três materiais apresentam custo bastante elevado, por isso são normalmente especificados para projetos comerciais e corporativos. “Já nos residenciais, as soluções aderidas são mais aproveitadas, por apresentarem valores até três vezes menores”, completa.
Como o retrofit atualiza a fachada, a troca do revestimento traz benefícios que vão além da estética. Todas as soluções ancoradas, por exemplo, apresentam, entre a estrutura antiga e a nova, um vão preenchido por ar, que melhora o desempenho acústico e térmico da edificação.
Revestimentos aderidos
O uso do revestimento aderido também é comum em edifícios antigos que optam por manter o mesmo tipo de material na fachada. “Nesses casos, é comum que o modelo de pastilha que estava instalado não seja mais encontrado no mercado. Pode-se realizar o retrofit e instalar novamente um revestimento cerâmico, substituindo o material que saiu de linha por outro mais atual”, diz o engenheiro.
A execução do retrofit da fachada deve ser realizada por empresas com experiência na tarefa. Todo o equipamento necessário para a intervenção, como o balancim elétrico ou andaime fachadeiro, cordas e itens de segurança, são responsabilidade da empresa contratada.
É difícil determinar a causa específica de problemas envolvendo o revestimento cerâmico. No desplacamento, as peças pequenas acabam se soltando de pontos espaçados das fachadas, exceto nos casos mais graves em que todas elas se soltam. “A regra é realizar inspeção por percussão, ou seja, através de pequenas batidas na fachada mapeamos onde o som está oco”, fala Junginger. As peças soltas são substituídas por similares, intervenção que cria uma mancha na fachada. Se 30% da área ou mais estiver comprometida, a melhor opção é remover todo o revestimento para não alterar a estética do prédio, e optar por um novo projeto de revestimento.
A ABNT NBR 13755, norma referente ao revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas, e com utilização de argamassa colante, passou por processo de revisão, e a versão atualizada entrou em vigor em 2017. A norma determina, entre outras coisas, que as fachadas não poderão ser executadas sem o uso das argamassas colantes tipo 3, a de maior qualidade no mercado brasileiro atualmente.
Revestimentos ancorados
Os principais problemas que surgem nesses casos estão relacionadas à durabilidade dos inserts metálicos. Ao longo do tempo, os materiais podem sofrer corrosões e devem ser substituídos para garantir a segurança do sistema. “Porém, depois que a fachada está pronta, fica difícil inspecionar os inserts, o que deve ser feito periodicamente por profissionais especializados”, recomenda o engenheiro.
Eventualmente, os painéis cimentícios podem apresentar corrosão na armadura ou desgastes superficiais. Já o revestimento em ACM raramente apresenta problemas, e sua manutenção acontece, basicamente, somente com a limpeza constante, que deve ser feita com água e sabão neutro, no mínimo, quatro vezes por ano.