Casa em terreno estreito, mas com espaço
Morar bem não significa uma casa grande, mas sim que tenha um projeto bem resolvido, aproveitando os espaços disponíveis. Um terreno estreito, como é comum nas grandes cidades, também não deve ser problema. A residência construída em uma área de 5,6 por 30 metros pela Terra e Tuma Arquitetos Associados, na cidade de São Paulo, serve de exemplo para soluções simples e que podem ser reproduzidas em projetos para terrenos estreitos, de porte semelhante.
Conforme a descrição do projeto feita pela equipe da Terra e Tuma, apenas a elevação frontal era livre de interferências das edificações em seu entorno. Foi levado em conta que o imóvel seria em dois pisos, com grandes áreas para iluminação e ventilação.
“Considerando a inevitável verticalização de seus vizinhos, todos eles colados às divisas, o primeiro passo foi inverter as fachadas, pensar o projeto ‘do avesso’, como se retirássemos uma luva”, informaram os arquitetos na descrição. O interior da casa ficou extremamente aberto, em oposição ao fechamento externo.
Há dois pátios internos, mas que funcionam como as áreas externas da casa. A partir dessas áreas externas foram definidas outras divisões e organizada toda a casa. “Além de proporcionar luz e ventilação necessárias para salubridade e qualidade espacial, articulam os ambientes.”
Outra decisão inusual dentro do projeto foi o posicionamento dos dormitórios no pavimento térreo, normalmente destinado aos ambientes sociais, e assim o que seria o “térreo” foi para o pavimento superior. A mudança proporcionou para o pavimento íntimo, dos dormitórios, maior privacidade e silêncio.
Para o pavimento social, no andar superior, a laje de cobertura foi integrada como área de lazer. As áreas sociais também ficaram melhor iluminadas e ventiladas.
Um dos pátios internos, por solicitação do cliente, tornou-se um espelho de água. Junto com as plantas, deu uma concepção geral ao projeto de paisagismo. “Desta forma foi possível prever uma estrutura adequada para receber tanto uma árvore de grande porte no pavimento superior, na varanda externa contígua a sala, quanto a laje que suportaria o peso das bandejas com plantas que caem sobre o espelho de água”, de acordo com a descrição do projeto.
Apesar do terreno estreito e de recursos escassos para o emprego de materiais, a obra se tornou viável a partir de reflexões sobre conceitos de moradias em espaços restritos.