Polícia Civil investiga caso de contaminação na água em São Roque
A investigação busca descobrir se houve a prática de crime ambiental que teria causado a contaminação da água da cidade
A Polícia Civil de São Roque abriu um boletim de ocorrência (BO), na terça-feira (7), para investigar se houve a prática de crime ambiental que teria causado a contaminação da água no município. Muitos moradores, desde o último sábado (4), relatam nas redes sociais que a água chega às residências com "cheiro forte de combustível".
Ainda no sábado, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo tratamento e abastecimento de água em São Roque, suspendeu a captação de água do manancial Aracaí -- responsável por 10% da água produzida no município -- após o aparecimento de manchas escuras e densas no rio.
A Sabesp informou que a mancha possivelmente provém de um lançamento clandestino de óleo na água. As equipes da Policia Civil, agora, realizam diligências para identificar a origem da contaminação. Conforme o Art. 54 da lei 9.605/98 sobre atividades lesivas ao meio ambiente, a poluição de qualquer natureza que cause danos à saúde humana pode resultar em multa e prisão de um a cinco anos.
Embora a Santa Casa de São Roque tenha informado, em nota, que a unidade está dentro da normalidade e que não registrou qualquer caso de indisposição comprovadamente relacionado à água, uma moradora da cidade entrou em contato com o Cruzeiro do Sul e relatou ter sentido "muita ânsia" depois de ingerir o líquido, que disse estar com cheiro muito forte de querosene. Ela afirmou que bebeu porque não tinha água mineral em sua casa.
No momento, são utilizadas para o abastecimento de água em São Roque as captações Sorocamirim, Canguera e Junqueira. A Sabesp disse que a questão de cheiro na água já foi solucionada, mas ainda concentra todos os esforços para normalizar por completo a situação o mais breve possível.
Além disso, a companhia esclareceu que os sistemas de produção e distribuição de água na região foram afetados por uma sequência de eventos ocorridos nos últimos dias: falta de energia, vazamento em adutoras e o lançamento clandestino de óleo no rio.
O que diz a Prefeitura
O Cruzeiro do Sul questionou a Prefeitura de São Roque sobre a quantidade de bairros que receberam a água imprópria, bem como o posicionamento da administração em relação a investigação policial, mas ainda não obteve resposta.
Já na segunda-feira (6), o Município informou que das 49 escolas municipais, 13 relataram cheiro diferente na água ao Departamento de Educação. Água mineral foi enviada a essas unidades para o preparo da merenda escolar e caminhões-pipa foram encaminhados para realizar a troca da água dos reservatórios. A reportagem também aguarda retorno da Prefeitura sobre a atual situação das escolas. (Luís Pio -- Programa de estágio)