Paraguaios encontrados em fábrica de cigarros chegavam ao local vendados

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No local foram encontradas máquinas, matéria prima para fabricação de cigarro e pacotes de cigarros. Crédito da foto: Divulgação / PM (16/06/2019)

Os cinco paraguaios encontrados trabalhando em uma fábrica clandestina de cigarros em Piedade chegavam ao local vendados e encapuzados. A informação foi divulgada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (29), após a Operação 136, que prendeu dois envolvidos no crime.

Segundo o delegado Márcio Magno Carvalho Xavier, o objetivo era que eles não vissem para onde estavam sendo levados. Os paraguaios e um homem brasileiro foram resgatados em junho em situação de trabalho análogo à escravidão.

Ainda conforme o delegado, os paraguaios foram aliciados com uma oferta de emprego no Brasil. Alguns deles sabiam que se tratava de uma fábrica ilegal, mas outros não. No local, eles chegavam a trabalhar por dez horas seguidas.

A investigação também apontou que, ao chegarem no local, eles tinham seus celulares confiscados. O galpão possuía bloqueadores de sinal de celular para evitar o uso dos aparelhos pelos trabalhadores.

Magno explicou que, após a descoberta da fábrica, os homens foram acolhidos por uma ong de assistência social. Após receberem esse atendimento, foram encaminhados de volta ao Paraguai.

Quando a fábrica foi descoberta, foram necessários cinco caminhões para recolher o material. Crédito da foto: Divulgação / PM (16/06/2019)

Presos atuavam como “fiscais”

Os dois homens presos hoje pela Polícia Federal são acusados de atuarem como “fiscais” do trabalho no galpão de produção de cigarros. Conforme a PF, eles também eram os responsáveis pelo transporte dos paraguaios até o local.

Os dois acusados foram alvo de mandados de prisão preventiva, assim como o homem apontado como o dono da fábrica. Este último, porém, não foi encontrado e segue foragido.

A Polícia Federal também cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços relacionados ao investigados. Os mandados foram cumpridos em Sorocaba, São Paulo, Embu e Taboão da Serra.

Os presos foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba. Eles devem prestar depoimento semana que vem na Delegacia da PF em Sorocaba, que investigado o caso.

Os crimes investigados são contrabando, tráfico internacional de pessoas, redução à condição análoga à de escravos, falsificação de selo/sinal público e sonegação fiscal, entre outros.

Fábrica foi descoberta em junho

A fábrica clandestina de cigarros foi descoberta pela Polícia Militar no dia 16 de junho. Seis homens trabalhavam no local durante o flagrante em situação análoga à de escravo. Cinco paraguaios e um brasileiro, natural do Rio de Janeiro, foram detidos e liberados.

No local foram encontradas máquinas, matéria prima para fabricação de cigarro e pacotes de cigarros. Foram necessários cinco caminhões para recolher todo o material, que foi apreendido pela Receita Federal.

Na ocasião, os cidadãos que tomavam conta do imóvel conseguiram fugir. Com o aprofundamento das investigações, porém, foi possível apurar a autoria e materialidade de diversos crimes. (Com informações de Nicole Bonentti)