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Pesquisas em Saúde devem estar focadas em toda a cadeia, do desenvolvimento à aplicação de soluções

08 de Julho de 2020 às 16:37

Quando há um problema de saúde pública premente, como a recente crise mundial do coronavírus em 2019—2020, por exemplo, costuma surgir uma urgência por parte da sociedade em relação ao desenvolvimento de soluções (neste caso específico, vacinas ou tratamentos bem-sucedidos). As pessoas, naturalmente, esperam por resultados que sejam não somente efetivos, mas imediatos, ou ao menos que cheguem ao consumidor final tão rapidamente quanto possível.

Professora doutora Cristiane de Cássia Bergamaschi Motta, coordenadora do Programa de Ciências Farmacêuticas da Uniso. Foto: Paulo Ribeiro

Conforme explica a professora doutora Cristiane de Cássia Bergamaschi Motta, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da Universidade de Sorocaba (Uniso), existe um processo de transferência do conhecimento produzido pela pesquisa básica para a pesquisa clínica que depende de um tempo de amadurecimento, inclusive para que seja possível garantir a segurança do usuário. “A pesquisa básica desenvolve os novos produtos, com base num corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos racionalmente, e a pesquisa clínica atua no sentido de avaliar o quanto esses produtos ou essas novas tecnologias são efetivos e benéficos para a população. Não basta colocar o produto no mercado, é necessário saber o quanto ele de fato é benéfico, se é seguro e também se é viável financeiramente.”

Todas essas etapas, da ciência básica desenvolvida em laboratório à avaliação da efetividade e da segurança de tecnologias em saúde para uso humano, bem como as formas de apresentação de uma solução no mercado — para que você possa finalmente encontrá-la na forma de um produto na prateleira de uma farmácia ou da unidade de saúde mais próxima — são preocupações da Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Uniso.

Laboratório de Física Nuclear da Uniso. Foto: Paulo Ribeiro

“As nossas pesquisas envolvem desde o desenvolvimento de novos produtos à avaliação de tecnologias em saúde, com foco na inovação tecnológica”, resume Motta. “Dentre as inúmeras ações, pode-se destacar a parceria com a iniciativa privada no desenvolvimento de produtos com potencial de gerar patentes — foram sete nos últimos dois anos — e o desenvolvimento de pesquisas que têm como objetivo não apenas resolver grandes questões globais, mas também problemas locais e regionais, com soluções que eventualmente possam ser aplicadas em outros contextos.”

Nem todas essas soluções vêm necessariamente da prática em laboratório e de pesquisas com pessoas; o programa foi responsável, por exemplo, pelo desenvolvimento de um software para o acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes que recebem medicamentos por via judicial (a reportagem pode ser conferida na edição de número 2 da revista Uniso Ciência/Science @ Uniso, de dezembro/2018; além dessa, há uma ampla coleção de reportagens sobre pesquisas do PPGCF, em todas as edições). Em parceria com o Ministério da Saúde, o Programa de Pós-Graduação desenvolveu, também, material de apoio para a criação de políticas públicas voltadas à desinstitucionalização e ao atendimento de pacientes que sofrem de alguma doença ou transtorno mental no Brasil. E esses são apenas alguns exemplos.

Hoje, depois de mais de 12 anos de existência, o PPGCF já acumula 135 pesquisas defendidas, entre dissertações de mestrado e teses de doutorado, em duas linhas de pesquisa, além de outros 46 estudos em andamento, contribuindo para a criação de produtos e tecnologias alternativas, com o potencial de melhorar a saúde de toda a sociedade.

Para saber mais:

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF)

O Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Uniso existe desde 2008, quando começou a ser oferecido o curso de mestrado. O doutorado veio oito anos depois, em 2016, consolidando a Uniso como um centro de referência em educação na área das Ciências Farmacêuticas na Região Metropolitana de Sorocaba.

O PPGCF tem suas pesquisas focadas na relação entre medicamentos e a saúde, dividindo-se em duas linhas de pesquisa: “Avaliação de Substâncias Bioativas e Sistemas de Liberação de Fármacos”, que basicamente compreende o desenvolvimento e a validação de novos medicamentos, e “Uso Racional de Medicamentos”, que estuda a forma como as pessoas fazem uso dos medicamentos, incluindo estudos sobre prescrição e acesso à informação, além da avaliação e da seleção de tecnologias, políticas públicas, programas e serviços em saúde. Essas pesquisas acontecem em sete laboratórios diferentes.

Laboratório de Pesquisa em Neurofarmacologia e Multidisciplinar. Foto: Paulo Ribeiro

Por sua característica multidisciplinar, o Programa costuma receber, além de farmacêuticos, um grupo eclético de ingressantes oriundos das mais diversas áreas: enfermeiros, dentistas, médicos (incluindo os veterinários), psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, químicos, físicos e engenheiros, entre outros profissionais.

Processo Seletivo – As inscrições estão abertas para alunos regulares e especiais, até 31 de julho. Acesse o site do Programa para mais informações: http://farmacia.uniso.br/.

Texto: Guilherme Profeta

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