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Do mar ao céu

14 de Janeiro de 2020 às 00:05

Crédito da foto: Divulgação

 

No litoral, o horizonte é a linha onde o mar encontra o céu. Um degradê de azuis transforma líquido em ar. Quanto tempo leva a alquimia? Na visão relaxante a partir da praia, o movimento dos olhos. No oeste do Canadá, apenas uma hora e meia. De nome tão bonito quanto o percurso, a Sea to Sky Highway (algo como Rodovia do Mar ao Céu) conecta Vancouver, à beira do Oceano Pacífico, a Whistler, no alto das Montanhas Costeiras.

Num desenho nem sempre reto, o trajeto desafia a lógica da menor distância entre dois pontos. Considerada uma das mais cênicas estradas do Canadá, a Sea to Sky Highway é um percurso curto, mas contraria quem tem pressa de chegar. Curvas dão o contorno ao longo do caminho, até a inclinação alcançar o mais famoso destino de esportes de neve do país, a vila de Whistler, 675 metros acima do nível do mar.

O deslocamento dentro da província de British Columbia risca no mapa aproximadamente 120 quilômetros da rodovia BC-99, nome da estrada com 400 quilômetros de extensão aproximada. O pedaço de Horseshoe Bay (bairro no distrito de West Vancouver) a Pemberton (cidadezinha 30 quilômetros depois de Whistler) é chamado de Sea to Sky Highway.

Clima e sustentabilidade

No Canadá, a época do ano muda completamente o cenário -- e a experiência. Durante a temporada de calor, azuis se intercalam na Sea to Sky Highway. Quando esfria, os tons desbotam ao redor. De outubro a março, o cinza da chuva pinta Vancouver com maior frequência e convoca a assistir a um jogo dos Canucks no auge da temporada de hóquei, o esporte nacional, e a aproveitar o maior festival de gastronomia e bebida do Canadá, o Dine Out, entre janeiro e fevereiro.

Esqui nas montanhas

Nas montanhas -- tanto as da estação Whistler Blackcomb quanto as que cercam Vancouver --, a paleta de inverno abraça o branco da diversão. É o chamado para esquiar, deslizar de boia ou snowboard, patinar no gelo e caminhar com sapatos de neve. Tudo isso pode ser feito a menos de meia hora de Vancouver, no alto de Grouse Mountain, localizada em North Vancouver, ao lado da Capilano Suspension Bridge, ponte suspensa dentro do parque de mesmo nome, com status de cartão-postal.

Um roteiro com Vancouver e Whistler traduz o melhor de um estilo de vida. A harmonia entre as cidades e a natureza, a valorização do regional à mesa e no copo, o resgate da história de povos ancestrais, o apreço pela arte, a busca pelo bem-estar, o convívio corrente com a mudança das estações. No extremo oeste do Canadá, essa viagem por British Columbia traça a linha que separa -- ou, de fato, une -- o céu e o mar.

Grouse Mountain

Como numa sessão de ioga, Grouse Mountain eleva o encontro do mar com o céu à visão do horizonte. Em minutos, a gôndola Skyride sai da Vancouver invernal rumo a um mundo nevado. Depois da maravilhosa vista da cidade se afastando devagar, enquanto o Pacífico e as Ilhas do Golfo surgem ao fundo, um bosque de pinheiros e um terreno esquiável de 212 acres recebem o visitante.

Quem quiser se divertir no gelo, praticando esqui, snowboard, tirolesa, snowshoeing (caminhada com raquetes) ou patinação, encontra equipamentos para alugar. Grouse Mountain, no entanto, supera a imagem de destino de esportes de montanha. A 1,2 mil metros de altitude, a estrutura inclui restaurante, café e lanchonetes. O cenário no inverno é tão bonito que compensa ir até lá mesmo que você não queira experimentar qualquer uma das modalidades.

Para explorar as montanhas ao redor de Vancouver, Cypress Mountain pode ser o destino de quem busca esqui cross-country e snowtubing. Crianças acima de 6 anos já podem experimentar descer nas boias com capacidade para até seis pessoas. A estação fica em West Vancouver e pode ser alcançada por transporte público.

Também é possível visitar a Sea to Sky Gondola, que proporciona uma visão panorâmica a partir de sua ponte suspensa de 100 metros de comprimento. A gôndola, no entanto, está fechada e só deve reabrir na primavera de 2020, quando será inaugurada a Elevated Tree Walk, estrutura em espiral que deverá erguer o público a 27 metros acima das árvores. (Nathalia Molina - Estadão Conteúdo)